Capítulo 19. Diálogo Sincero

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Maio, 2002

Mais cinco meses se passaram e, desde que eu disse a Mel que a amava, eu fiquei muito mais amoroso com ela, mais atencioso, eu não queria largar dela, ficava abraçado a ela o tempo inteiro, me tornei o que eu sempre detestei nas garotas que ficavam comigo e não me desgrudavam, eu me tornei grudento.

Mas eu não conseguia ficar longe dela, sem a abraçar, sem beijá-la e não só sua boca, beijava seu rosto, pescoço, ombro, eu sempre a enchia de beijos e ela não reclamava, achava era graça e ria.

Os momentos que eu não estava com ela, eram entediantes, queria ficar com ela o tempo inteiro, mas apesar disso, mais cinco meses namorando a Mel haviam se passado, sem sexo! Já eram onze meses de namoro e não tinha acontecido ainda a nossa primeira vez, mesmo depois de eu ter dito a ela que a amava, mesmo com toda essa minha demonstração de amor e grude, ela ainda não se sentia pronta.

Não que eu esteja reclamando, ou frustrado, ou não esteja aguentando mais, não é isso, eu disse que ia esperar ela estar pronta e eu vou esperar, eu aguento ficar sem sexo o tempo que for se for para ser com ela. Os meus banhos demorados davam conta... Tudo bem, eu confesso que não eram só nos banhos, e não é a mesma coisa que sexo, lógico que não, mas resolviam parcialmente o meu problema de estar quase sempre excitado, principalmente quando a gente se beijava e a coisa ia esquentando, mas aí ela parava e dizia ainda não estar pronta e eu lógico compreendia, então quando eu chegava em casa... banho!

Eu não ficava chateado, aborrecido ou frustrado com isso, eu sabia como uma primeira vez podia ser uma experiência horrível, eu estava nervoso na minha primeira vez, não sabia bem o que fazer, principalmente com as mãos, não sabia bem o que pensar e o que dizer para a pessoa, minha primeira vez não foi legal, mesmo, mas eu não vou entrar nesse assunto, é vergonhoso.

Então eu não queria que a Mel tivesse a mesma experiência da primeira vez que eu tive, queria que a dela fosse perfeita, de que ela se lembraria e colocaria aquele seu lindo sorriso no rosto e se lembraria de como foi bom, maravilhoso e não algo que ela teria vergonha de falar ou lembrar.

Além do mais, ficar sem sexo até tinha as suas vantagens, que eu só fui descobrir quando estava no treino de futebol americano no colégio. Eu estava enérgico, explosivo, estava fazendo a bola ser lançada mais longe, estava mais atento com os rapazes da defesa querendo me pegar e me derrubar, estava correndo mais.

Estávamos no final de maio e tínhamos um jogo importante chegando, íamos jogar contra o mesmo time que quase perdemos no ano anterior, mas agora eu era o quarterback titular e capitão do time de ataque, e do jeito que eu estava, eu ia com tudo para cima deles.

Era mais uma sexta-feira e estávamos no campo treinando, eu tinha acabado de fazer mais um lançamento longo para Max que recebeu a bola e fui beber água.

— Muito bom, Phillip! – O treinador me elogiou animado com tapinhas nas costas enquanto eu andava até o banco. – Está mostrando garra! Seus lançamentos estão mais longos!

— Obrigado, treinador – disse respirando ofegante.

Peguei a minha garrafa de água e a apertei esguichando água para dentro da boca. Olhei para a arquibancada e Mel e as garotas estavam sentadas conversando. Elas sempre ficavam vendo o treino, Mel sempre me esperava para irmos para casa e as outras garotas também adoravam ficar mais tempo ali.

Mel olhou para mim e sorriu. Eu fiz um coração desajeitado unindo as mãos, ela riu e me mandou beijo.

— Phillip, você está pegando fogo! – disse Steve me dando um tapa nas costas, mas não senti por estar usando a proteção do uniforme. – Você está explosivo!

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Where stories live. Discover now