Capítulo 42. Ela Não Vai a Lugar Nenhum

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Maio, 2003

Cheguei à minha casa enfurecido por meu plano de engravidar Melanie não ter dado certo. Eu estava frustrado e bastante irritado. Me perguntava por que não tinha dado certo, eu tinha certeza de que daria certo. Por diversas vezes ela disse que tinha que tomar no mesmo horário, todos os dias, para que tivesse eficácia, então por que não falhou se ela atrasou em tomar?

Passei pelo hall da entrada indo direto para a escada e ouvi minha mãe me chamar, mas ignorei e subi.
Entrei no meu quarto e bati a porta com força, esbravejando e gritando de raiva. Não demorou muito para que a minha mãe abrisse a porta do meu quarto me olhando espantada.

— Phillip, o que é isso? Dá para ouvir seus gritos lá de baixo! O que aconteceu?

— Nada, me deixa! – respondi alterado andando de um lado para outro, como um tigre enjaulado.

— Por que você está assim? – perguntou fechando a porta. – Fala para mim, príncipe. O que aconteceu?

— Para de me chamar assim, que inferno! – esbravejei e ela me olhou estática. – Já disse que não é nada, é coisa minha – baixei o tom de voz procurando me acalmar.

Minha mãe não tinha culpa da minha raiva, não ia descontar a minha frustração nela.
Mas eu não podia falar para ela sobre o que eu tentei fazer, eu não sabia se ela entenderia. Mesmo sabendo que ela gostaria da ideia de um casamento, eu não sabia se ela gostaria que fosse agora, não sabia se ela concordaria com uma gravidez agora, de eu ser pai estando no colegial. Minha mãe tinha dois objetivos para a minha vida: Uma era ser bem sucedido, uma carreira profissional de sucesso, que me fizesse ser um homem de poder, de status. Tanto ela quanto o meu pai queriam que eu me dedicasse aos estudos. O outro objetivo era eu e Melanie como um casal. Sonhava com um casamento entre nós dois e unir as nossas famílias. Mas se a Melanie engravidasse agora, ela poderia achar que arruinaria meus estudos. Eu sei que meu pai pensaria assim, e talvez minha mãe concordasse com ele. Eu teria que fazer isso sozinho, sem a ajuda dela, eu não podia arriscar contar os meus planos e ela ou meu pai interferirem nisso.

— Você e a Mel brigaram? – Ela se aproximou cautelosa. – Phillip, não vai arruinar tudo com ela. Não dá motivos para ela querer terminar de novo com você.

Eu ri com ironia pensando que tudo o que eu estava fazendo era para impedir exatamente isso. Se ela soubesse tudo o que eu tenho feito para manter esse namoro, ela não falaria isso para mim.

Eu parei de andar e me virei para ela.

— Não se preocupe, dona Sylvia, está tudo sob controle – disse com um sorriso irônico para ela que me olhou intrigada.

— O que você quer dizer com isso?

— Nada. Apenas que está tudo bem.

— Então você está assim irritado por outra coisa?

— É. Eu planejei algo que saiu errado.

— O quê?! – indagou curiosa sentando na cama.

— Nem faça essa cara, eu não vou te contar.

— Ah, Phillip, me conta vai.

— Não. Eu vou tomar um banho e pensar no que fazer agora – disse andando em direção ao banheiro.

— Em relação a o quê?

— Boa tentativa, mas não vou te contar nem agora e nem depois – respondi entrando no banheiro e fechei a porta, mas não antes de ouvi-la resmungar.

Minha mãe estava o tempo todo querendo saber o que eu fazia, principalmente se o que eu fazia tinha relação com o meu namoro. Eu até contaria, já que ela incentivou o meu relacionamento desde muito antes, mas eu não sabia se eu poderia contar tudo a ela, não poderia arriscar dela ser contra a tudo e tentar me impedir de fazer o que eu queria fazer, eu tinha que fazer isso sozinho.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Where stories live. Discover now