Capítulo 55. Reviravolta

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Agosto, 2004

Faltava apenas uma semana para eu ir para Boston e estava bastante ansioso para chegar lá e já pensar em todas as formas de me aproximar de Melanie. Eu precisava saber onde seria o dormitório dela, as aulas que ela faria para obviamente fazer as mesmas, e em como eu faria para seguir todos os seus passos pelo campus. Eu não teria ajuda de Cindy ou de minha mãe lá, então eu teria que fazer tudo isso sozinho e teria que planejar tudo, além de conciliar isso com as aulas. Melanie não teria qualquer tipo de ajuda lá, assim eu esperava. A única pessoa que poderia atrapalhar os meus planos era o Shane, mas eu daria um jeito nisso.

Nos últimos três meses, a minha situação em casa não estava a das melhores, o meu pai me vigiava constantemente e eu estava sem celular. Minha comunicação com os meus amigos eram pelo telefone residencial, e eu não saía de casa durante esse tempo. Não porque estava de castigo novamente, mas porque eu estava em prisão domiciliar. Tudo por causa da confusão na boate.

Naquela noite, depois de os seguranças me levarem para uma sala na boate, da qual parecia ser a administração dela, eu tentei contornar a situação com eles, mas eles pareciam mais quererem me bater por ter começado aquela confusão e por ter agredido uma mulher, mesmo eu dizendo por diversas vezes que eu não vi que tinha acertado nela. Mais o estrago já estava feito e minutos depois um policial entrou na sala e eu sabia que eu estava fodido! Não só porque ele me levaria para a delegacia, mas porque meu pai e William seriam chamados. O policial nem me deixou falar nada, foi chamado ali já sabendo qual era a ocorrência e me deu voz de prisão por perturbação da ordem, por ter começado a briga que se generalizou, e por agressão, tanto pelo homem como pela mulher. Depois de me algemar, me tirou da boate.

Quando eu estava sendo colocado na viatura, vi Melanie saindo da boate acompanhada das amigas e de mais um policial. Ela estava com um saco de gelo no rosto.

— Mel! Mel, por favor, me perdoa! – exclamei olhando para ela. – Eu não vi que era você, eu não quis te bater, eu não quis te machucar, Mel! Me perdoa!

Ela olhou para mim e tirou o saco de gelo do rosto, deixando visível o hematoma embaixo do seu olho esquerdo. Vê-la daquele jeito me deixou sem chão.

— Cansei de te perdoar, Phillip.

— Mel... – senti um bolo se formar em minha garganta.

— Entra no carro. – O policial me fez entrar na viatura e fechou a porta.

Eu comecei a chorar ali de cabeça baixa e olhei para ela pelo vidro da janela do carro. Melanie levou o saco de gelo de volta ao rosto e virou o rosto para o outro policial que falava com ela. Depois de ele falar com ela, ele caminhou até a viatura e entrou.

Na delegacia, eu fui levado para uma sala, fotografado e fichado. Eu estava oficialmente com ficha na polícia. Fiquei por mais de uma hora trancado em uma sala de interrogatório, até que um policial veio me levar para a sala do delegado. Ele me algemou novamente e me guiou segurando em meu braço até a sala. No mesmo momento em que estava chegando lá, a porta da sala se abriu e Melanie saiu com Dylan. Nossos olhares se cruzaram e eu fiquei agitado.

— Mel! Me perdoa, Mel! – falei agitado com o policial me segurando firme e me puxando para a sala. Ela virou o rosto e Dylan a abraçou, me olhando furioso e fechando a mão. Ele só não me deu uma surra de novo ali porque estava em uma delegacia, mas eu podia perceber, mesmo que os meus olhos estivessem em Melanie, que essa era a vontade dele. – Por favor, Mel! Eu não queria isso!

Me colocaram dentro da sala e fecharam a porta.

— Phillip Andrew Thompson. – O delegado falou o meu nome com um tom de voz surpreso e eu me virei para ele. O rosto dele me pareceu conhecido e franzi o cenho. – Nunca imaginei que o filho de Richard Thompson estaria um dia envolvido em uma agressão com a filha de William Swanson. – Ele se recostou à cadeira, cruzando as mãos à frente do corpo. Era muito provável que ele conhecia o meu pai e William. A delegacia que estávamos ficava no nosso bairro, então a possibilidade era grande. – Senta. Seu pai deve estar chegando. – Assim que ele fechou a boca, bateram na porta e ele permitiu a entrada. A porta se abriu e um Richard com cara de sono e zangado entrou na sala. – Richard, que bom que chegou! – O delegado se levantou e meu pai estava olhando para mim com o olhar fuzilante.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Where stories live. Discover now