Capítulo 26. Obcecado

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Fevereiro, 2003

O problema com a obsessão é que você perde o controle de tudo, das suas atitudes, dos seus pensamentos, do tempo que você se dedica para outras coisas e, te transforma em algo que você não é.

Minha obsessão por Melanie me transformaria e me faria ser dependente dela, na verdade, eu já era.

Eu não conseguia imaginar a minha vida sem ela comigo ao meu lado, eu já não conseguia ficar longe dela por qualquer tempo que fosse. Eu já não conseguia ficar sem ouvir o doce som da sua voz, sem sentir o seu cheiro, o toque da sua pele macia, sem os seus beijos e sem o melhor sexo do mundo.

Quando eu não estava com ela, eu ficava inquieto, pensando no que ela estaria fazendo e ficava ansioso para vê-la, sentir o seu cheiro, tocá-la e beijá-la. Dormir sem ela ao meu lado e ficar pensando nela, me tirava o sono. Mas isso logo acabaria, pois estávamos no último ano do ensino médio, no final do ano teríamos o nosso baile de formatura e íamos estudar em Harvard juntos. Shane também iria para Harvard e, como nós três faríamos o curso de Direito, tínhamos o plano de dividirmos uma casa. Nós estávamos empolgados com essa ideia, eu mais ainda, pois eu ficaria com Mel vinte e quatro horas por dia, por três anos. Claro que não pararia por aí, isso era apenas o começo, pois depois que nos formássemos, nós casaríamos. Mas estava empolgado para morarmos juntos nos próximos anos.

Nosso último ano no colégio era o mais empolgante para a nossa turma, mas também já estávamos lamentando ter que nos separar, com exceção de nós três, todos os outros iam para uma universidade diferente, mas não íamos deixar de nos falar, isso nunca.

O que eu ainda não sabia, era que aquele ano, mudaria todos os meus planos. A minha obsessão, da qual eu não sabia ainda que tinha, mudaria tudo, mas eu não veria isso de uma forma ruim, eu ia gostar de sentir o que sentia, ia gostar do poder que isso me daria, da intimidação, de ser temido, eu só não gostaria das consequências disso.

No último mês, a minha atração, o meu desejo, o meu tesão por ela só fez aumentar cada vez mais. Era difícil me controlar quando eu a via, ou quando ela ficava deitada ao meu lado na cama, de qualquer maneira; ou quando estávamos no sofá e as suas pernas ficavam esticadas em cima das minhas. Era impossível tirar as minhas mãos dela, o seu corpo me excitava o tempo todo, qualquer movimento que ela fazia me deixava louco de desejo e eu passei a não me importar que horas eram, o que ela estava fazendo, ou se tinha gente na casa. Mas nem sempre ela estava a fim, principalmente quando estava de dia e estavam todos em casa. Ela também recusava quando estava concentrada com alguma coisa, ou assistindo um filme.

Quando as aulas começaram, isso só ficou pior. Era difícil me controlar em sala de aula com ela sentando na minha frente. As aulas haviam começado há duas semanas e qualquer coisa, qualquer coisa mesmo que ela fazia me deixava excitado. Se ela mordia o bocal da caneta, eu ficava excitado, se mexia no cabelo, eu ficava excitado – especialmente se mostrava a sua nuca –, se ela tirava o moletom ou jaqueta, eu ficava excitado, se ela se abaixava para pegar alguma coisa que caía no chão, adivinha? Eu ficava excitado! Eu ficava o dia inteiro esperando as aulas acabarem para irmos embora e ir para a casa dela ou para a minha.

Nas duas primeiras semanas de aula, isso acontecia com frequência. Nos primeiros dias eu nem conseguia esperar muito e quando ela ia tomar banho depois de chegar do colégio, eu acabava entrando no chuveiro com ela. Mas transar no chuveiro todo dia não era algo que eu queria, pelo visto nem ela. Fazer sexo em pé não era tão legal, só havia duas maneiras: com ela de frente ou de costas. Se não tinha como fazer na casa dela, íamos para a minha que estava sempre vazia, pois minha mãe nunca estava em casa. Até que, no meio da terceira semana de aula, eu não consegui me controlar e esperar a aula acabar para irmos para a casa dela ou para a minha.

Obsessão: A História de Phillip Thompson - Vol.1Where stories live. Discover now