Capítulo 2

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"Eu não quero seus bons conselhos ou os porquês eu estou bem. Você não sabe como é." — You don't know // Katelyn Tarver

     Tudo ficou parado. Eu não via e nem ouvia mais nada. Eu estava absorta em meus pensamentos enquanto as lágrimas escorriam de meus olhos. Eu não conseguia me mexer e nem falar nada até Pedro chegar e me abraçar por trás, me trazendo para longe da borda daquele prédio.

— Calma, Lyn. Vai ficar tudo bem. — Ouvir a voz dele me fez acordar do transe.

— Ele morreu, Pedro — eu disse. — Não consegui impedir. Jamais vou me perdoar. — Chorei.

— Não, Lyn. Fica calma. Ele não morreu.

— Não? — perguntei, ainda confusa.

— Não. Ele foi levado pro hospital. Você não viu quando a emergência chegou?

     Neguei com a cabeça. Eu estava muito nervosa. Meu corpo tremia todo e eu ainda chorava descontroladamente.

— Eu quero ver ele, Pedro.

— Tudo bem, mas antes você precisa se acalmar, okay?

— Tá bom... — respondi e só então me dei conta de que ele ainda estava me abraçando. Retribui o abraço dele e o puxei para mais longe da borda. Eu tinha medo de escorregar e acabar caindo dali.

— Eu fiquei tão preocupado com você, pequena. — Ele beijou o topo da minha cabeça.

— Eu quero ir no hospital. Me leva lá...

— Eu levo. Levo sim. — ele disse. — Mas primeiro você precisa parar de tremer. Não vou te levar de moto com você nessas condições.

— Desculpe. — eu disse.

— Tudo bem. Só quero que fique calma. Vamos descer e você vai tomar um suco de maracujá pra se acalmar, tá bom?

    Concordei com a cabeça e me afastei do abraço dele.

    Descemos até o térreo e a mulher que eu empurrei me olhou com uma cara emburrada. Segurei a vontade de mostrar o meu dedo do meio para ela, mas Pedro não e mostrou o dedo para a mulher, me fazendo sorrir. A mulher ficou nos xingando e nós saímos do prédio em direção a lanchonete de novo.

    Pedro pediu um suco de maracujá, um chá de camomila e água com açúcar para mim.

— É pra ter certeza que ficará calma — ele disse quando o questionei sobre isso.

    Sorri para ele.

— Obrigada.

    Após eu tomar meu suco de maracujá, Pedro fez questão que eu tomasse pelo menos um pouco do chá e um pouco da água com açúcar. Tomei fazendo cara feia e ele riu.

— Tá mais calma? — perguntou.

     Fiz que sim com a cabeça e ele sorriu para mim.

— Eu amo o seu sorriso, sabia? — perguntei.

     Ele sorriu mais.

— Que bom.

Okay, ele devia dizer que amava o meu também, mas a gente releva essa parte.

— Me leva no hospital agora?

— Tá.

    Ele me levou ao hospital mais próximo onde disseram que o garoto dera entrada. Não sabíamos o nome dele, então tivemos que perguntar sobre um garoto que tentou suicídio mais cedo naquele dia.

Um Toque do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora