Capítulo 3

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"Eu sei que existe um lugar melhor porque você sempre me leva lá." — Take me home // Jess Glynne

     Cheguei em casa me sentindo muito cansada e subi direto para o meu quarto. Prometi a Gabriel que voltaria mais tarde no hospital para vê-lo, então precisava descansar.

    Não conseguia tirar da cabeça como ele poderia fazer aquilo. Desistir, quero dizer. Eu também já pensei muito em desistir. Eu me sinto fraca por cogitar a possibilidade de desistir da vida. Parece uma coisa tão covarde. Mas no fundo eu sei que não é. Às vezes a gente apenas cansa e fica difícil continuar, então eu não podia julgar a atitude de Gabriel.

     Minha avó estava assistindo o noticiário quando entrei no quarto me jogando na cama ao lado dela.

— Demorou — ela disse. — Achei que tivesse fugido com aquele seu amigo, Eveline.

    Eu não pude deixar de rir. Eu bem que queria fugir com Pedro para bem longe de tudo e de todos, mas isso nunca aconteceria.

— Você e suas idéias, não é dona Maria? — Ri com humor. — Mas a senhora não vai se livrar de mim tão fácil. O que está fazendo aqui no meu quarto?

— Você estava demorando aí eu vim aqui no seu quarto e como a TV do meu quarto tá com problema decidi assistir um pouco aqui.

— Tudo bem, vovó.

— Não se importa? — perguntou.

    Neguei com a cabeça. Eu estava cansada demais pra isso.

— Vó, eu vou tomar um banho, descansar um pouco e depois eu vou sair de novo, tá bom?

— Onde vai? — perguntou.

— Vou visitar um amigo no hospital. Acho que vou ficar lá com ele esta noite.

— Que amigo?

— O nome dele é Gabriel. Você não o conhece.

— Você vai dormir no hospital, Evelyn? Não é uma boa ideia, filha.

    Sorri quando ela falou meu nome certo.

— Preciso fazer isso por ele, vó. Ele não tem ninguém — eu disse, ignorando a vontade de parabenizá-la por ter acertado meu nome dessa vez.

Minha avó me olhou com um sorriso cansado e balançou a cabeça afirmativamente.

— Seu pai ligou — ela disse, mudando de assunto.

— O que ele queria? Por que não ligou pro meu celular?

— Mas ele ligou. Você que não viu.

    Peguei meu celular no bolso da calça e desbloquei-o olhando as chamadas perdidas. Meu celular estava no silencioso.

— Droga — murmurei. Uma das condições dos meus pais para que eu morasse com minha avó era que eu sempre estivesse em contato com eles. — Vou retornar a ligação antes do banho, tá vó? Você quer alguma coisa?

— Não, filha. Vá ligar pro seu pai. Eu vou pro meu quarto descansar. — ela disse, saindo devagar.

— Daqui a pouco eu faço o seu almoço, tá bom? — eu disse, discando o número do meu pai.

— Não precisa ter pressa, Eveline. — minha avó disse, mas eu não tive tempo de reclamar por ela dizer meu nome errado porque meu pai atendeu a ligação no segundo toque.

— Onde estava, Evelyn? Por que não atendeu o celular?

    Revirei os olhos.

— Saí com Pedro. Vovó não disse?

Um Toque do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora