Capítulo 14

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"Amar pode remendar a sua alma..." — Photograph - Ed Sheeran

     Cheguei na casa de Gabriel antes de escurecer e entrei, pois a porta estava aberta.

— Gabriel? — falei. Eu estava segurando a gatinha que miou quando ouviu minha voz.

     Gabriel veio do quarto sem camisa e me olhou com um ar interrogativo.

— Surpresa! — falei, erguendo a gatinha no ar.

— Evelyn o que é isso? — ele perguntou.

— Ora, Gabriel é um filhote de gato. — eu disse de uma maneira que dizia: Não é óbvio?

— Isso eu sei, Evelyn. Mas o que ele faz aqui na minha casa?

— É uma gatinha. — falei. — É sua.

    Gabriel me olhou assustado e balançou a cabeça negativamente.

— Evelyn, eu não sei cuidar nem de mim. Como vou cuidar de uma gata?

    Sorri para ele e soltei a gatinha no chão que correu pros pés dele. Ele a olhou por um instante e depois a pegou no colo.

— Ela é linda, não é? Eu trouxe ração e leite pra ela. — eu disse. — Não é tão difícil cuidar de um gato, Gabriel. — completei ao ver sua expressão assustada olhando pra gata.

— Evelyn...

— Você será um bom pai. — sorri.

— E você será a mãe? — ele ergueu a sobrancelha.

    Dei uma risadinha e concordei com ele.

— Se você deixar...

     Ele sorriu. Seu sorriso era tão lindo. Eu amava vê-lo sorrindo.

— Você vai cuidar dela comigo?

     Assenti e me aproximei dele, pegando a gatinha.

— Vou sim. Só precisamos escolher um nome. Que nome você vai dar para ela?

     Gabriel pensou por um momento até que respondeu:

— Eve.

— Por que Eve, Gabriel? — perguntei, erguendo a sobrancelha. Gabriel me olhou com um sorriso e respondeu:

— É em homenagem a você. — disse, tocando um dedo no meu nariz.

— Em homenagem a mim? — sorri, pondo a gatinha no chão.

     Gabriel se aproximou mais de mim e tirou uma mecha de cabelo do meu rosto, sorriu e depois desviou seus olhos dos meus parecendo envergonhado. O que ele estava pensando para deixá-lo constrangido?

— Sim. — ele respondeu, por fim. — Eve vem de Evelyn. Entendeu?

— Ah, Gabriel! — falei. — Que fofo, muito obrigada!

      Ele sorriu ainda mais e seu rosto adquiriu um tom vermelho antes dele falar:

— Eu gosto de você, Evelyn. Obrigado por insistir em mim.

     Sorri para ele e o abracei. Ele retribuiu o meu abraço com mais intensidade e eu foquei no calor do seu corpo contra o meu. Eu me sentia segura nos braços dele. Não queria que aquilo acabasse, por isso apertei mais os meus braços em volta dele.

— Eu gosto de você também, Gabriel. Gosto muito. Então, por favor, não vá embora.

— Eu não quero fazer você sofrer, Eve. — ele disse, acariciando meus cabelos. — Mas eu sou uma bomba prestes a explodir... talvez fosse melhor que você desistisse.

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now