Capítulo 13

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"Cheguei á você sem esperança,
você me deu mais que um aperto de mão, me segurou antes que eu caísse... Me diga que eu estou segura, você me tem agora." — Take me home - Jess Glynne

    Gabriel acordou logo cedo pela manhã. Quando cheguei em meu quarto ele já estava sentado no colchão, olhando para o nada.

— Bom dia. — falei.

     Ele me olhou por um instante como se estivesse pensando no que responder, mas por fim respondeu:

— Bom dia, Evelyn.

     Sorri para ele e me sentei ao seu lado.

— Como você está? — perguntei.

— Estou bem. — respondeu. Parecia está no modo automático.

— Não, não está. — falei. — Mas vai ficar tudo bem, Gabriel. Eu vou cuidar de você.

— Evelyn...

— Amanhã nós vamos a uma psicóloga, Gabriel. Eu não consigo cuidar de você sozinha, entende? Sozinha eu não consigo.

— Não quero, Evelyn.

— Precisa querer, Gabriel. Você precisa ficar bem. — suspirei. — Eu vou está com você, okay?

— Evelyn...

— Se você não gostar, tudo bem. A gente não vai mais, mas só preciso que vá pelo menos uma vez.

— Evelyn, psicólogo é caro. Eu não tenho dinheiro pra gastar com algo assim.

— A gente vai conversar com a Ana. Lembra dela? Ela trabalha no hospital público.

— Não sei se é uma boa ideia. — Gabriel murmurou, mas parecia está se rendendo. Sorri comigo mesma.

— Você vai gostar, Briel.

— Okay, Evelyn. — ele disse, finalmente se rendendo.

    Sorri vitoriosa e beijei a bochecha dele o fazendo sorrir também.

     Naquele dia depois que ele saiu eu fiquei em casa pensando em algo para deixá-lo bem. Por fim tive uma ideia que achei que fosse ser útil de alguma forma, mas antes de pôr essa ideia em prática eu precisava fazer outra coisa. Peguei meu celular e o cartão que a psicóloga me deu e disquei o número dela. Ela atendeu na terceira vez em que liguei.

— Alô?

— Oi, — falei. — tudo bem? Eu não sei se você lembra de mim. Eu sou a Evelyn, amiga daquele rapaz que tentou se matar alguns dias atrás. Você disse que eu podia ligar.

— Oi, Evelyn. Acho que eu lembro de você sim. O que deseja?

— Então, eu queria saber se você tem um tempo pra conversar com o Gabriel. — eu disse, torcendo mentalmente para que ela tivesse.

— Eu não costumo atender pessoas que não estão internadas no hospital, mas eu posso conversar com ele sim. Se você puder vir no hospital eu arrumo um lugar pra conversar com ele.

— Sério? Muito obrigada! — sorri. — Você pode amanhã?

— Posso sim, mas tem que ser no fim da tarde.

— Tudo bem. Estaremos aí no fim da tarde. Muito obrigada!

— Disponha, querida.

     Encerrei a chamada com uma alegria que não cabia em mim e fui até o quarto da minha mãe.

— Mãe! Mãe! Mãe!

     Minha mãe sentou-se na cama e me olhou assustada.

— O que aconteceu, menina?

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now