Um Toque do Destino

Capítulo 9

"Quem se importa se mais uma luz se apagar, em um céu de um milhão de estrelas...? Bem, eu me importo." — One more light - Linkin Park

     Gabriel não saiu do meu lado um só momento. Mesmo depois que meus pais chegaram ele continuou abraçado a mim no sofá.

— Quem é você? — minha mãe perguntou, sentando do nosso lado. Gabriel sorriu para ela. Minha mãe estava muito abatida.

— Meu nome é Gabriel, senhora Mendes. Eu sinto muito pela sua perda.

— Obrigada, jovem rapaz...

     Gabriel assentiu. Meu pai sentou-se no outro sofá e olhou para Gabriel de uma maneira estranha.

— Ele é seu namorado, Evelyn? — perguntou para mim.

     Olhei para Gabriel e apenas sorri. Ele sorriu de volta para mim e beijou minha testa.

— Somos amigos, pai.

     Meu pai nos olhou com um sorriso de canto e suspirou.

— Vamos alugar essa casa ou vendê-la, Helena. Sei que está mal e entendo, mas o quanto antes fizermos isso, menos doloroso será pra vocês duas.

     Ele não estava falando comigo. Estava falando com minha mãe, mas eu não pude deixar de me meter.

— Pai, eu vou continuar morando aqui — falei.

     Meu pai balançou a cabeça negativamente.

— Isso está fora de cogitação, Evelyn. Não vamos te deixar morando aqui sozinha. Você vai voltar para casa conosco.

— Mas, pai...

— Seu pai está certo, Evelyn. — Minha mãe se pronunciou. — Você vai voltar para casa amanhã mesmo.

— Mãe, eu...

— Evelyn você vai voltar para casa e não se fala mais nisso.

— Não pai, minha vida está aqui. Eu não quero voltar para aquela cidade. Eu sou maior de idade. Vou ficar aqui.

— Com que dinheiro, Evelyn? Você nem trabalha. Como vai se manter aqui?

— Mãe, eu posso arranjar um emprego, okay? Só... só não posso ir embora agora.

— Por que, Evelyn?

    Olhei para Gabriel que me olhava de maneira curiosa e depois olhei para minha mãe de novo esperando que ela entendesse.

— Só te peço alguns meses, mamãe. Depois a gente conversa sobre isso novamente.

— Mas minha filha você não pode ficar aqui sozinha.

— Então fica comigo, mãe. Eu sei que o papai não pode por causa do trabalho, mas você pode.

— Evelyn...

— Por favor, mãe. Eu não te pediria se não fosse importante.

    Minha mãe olhou para meu pai por um instante e depois olhou para mim de novo.

— Só alguns meses, Evelyn. E depois você vai voltar comigo para casa.

    Sorri vitoriosa e sai do abraço de Gabriel para abraçar minha mãe.

▪️▪️▪️

— Evelyn, é por minha causa que você quer ficar, não é? — Gabriel perguntou quando fui levá-lo até sua moto do lado de fora.

    Eu sorri para ele.

— Você se acha, não é garoto?

    Gabriel sorriu para mim e ergueu a sobrancelha.