Capítulo 25

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"Você nunca estará só..." — Never be alone - Shawn Mendes

     Olhei para Pedro com meu coração já batendo descontrolado no peito e ele me olhou da mesma maneira que eu.

— Vamos lá. Me passa o endereço. Vou só pegar a chave da moto aqui dentro. — ele falou levantando-se rápido.

    Então ele entrou na casa enquanto eu fiquei paralisada com meu coração na mão. Gabriel não podia me deixar. Não, ele não podia fazer isso comigo.
Pedro voltou com a chave nas mãos e finalmente eu me dei conta que eu precisava me mexer.

— Vamos, Lyn.

     Subi na moto e me agarrei a cintura de Pedro depois de dizer o endereço da casa de Gabriel para ele. Ele foi o mais rápido que pôde. Chegamos em questão de 15 minutos na frente da casa de Gabriel. Desci da moto aos tropeços e comecei a bater no portão.

— Gabriel! — gritei. — Gabriel, vem aqui! Não faz isso comigo, por favor.

     Eu já estava chorando sem nem me dar conta disso, mas também tudo isso era minha culpa. Se eu não tivesse falado pra Gabriel que queria terminar, tudo seria diferente.

— Lyn, você não tem uma chave?

— Tenho, mas tá em casa. Não achei que eu fosse precisar. — falei.

— Okay, então eu vou arrombar isso aqui.

— Faz isso, por favor! — chorei.

     Pedro começou a se jogar contra o portão por várias vezes, mas sem sucesso já que não conseguiu arrombá-lo.

— Não dá, é muito forte!

— A janela! — falei, surpresa por eu ainda conseguir raciocinar.

     Pedro foi até a janela e começou a fazer quase o mesmo processo que fez com o portão até que a janela se abriu. Corri para entrar e Pedro me ajudou entrando em seguida também.

     A casa estava silenciosa. Fui até o banheiro, mas Gabriel não estava lá. Então fui até o quarto. Ele estava lá. Deitado na cama sem camisa. Sua barriga estava cheia de cortes e seus pulsos tinham cortes profundos que estavam sangrando. Além disso havia um frasco de remédio do lado dele quase vazio. Eve estava miando em cima da cama do lado dele. Me joguei em cima de Gabriel e gritei o nome dele, mas ele não se mexeu. O sangue continuava escorrendo nos pulsos e na barriga dele. Ele estava desacordado.

— Gabriel, acorda! Você não pode fazer isso comigo, tá me ouvindo? Gabriel!

     Eu não podia controlar o choro. Eu estava desesperada. Naquele momento quando vi o amor da minha vida naquele estado foi que me dei conta do quanto eu o amava.

— Gabriel!

— Calma, Lyn. Eu já chamei a emergência. Eles já estão vindo pra cá.

— Ele não pode me deixar, Pedro. — solucei.

     Por mais incrível que pareça a emergência chegou logo. Levaram Gabriel às pressas pro hospital. Eu estava com medo. Muito medo. O que eu faria sem ele?

      Pedro e eu fomos atrás da ambulância de moto e rapidamente chegamos lá. Gabriel foi levado para a área de risco. Eu não sabia o que fazer, então orei. Eu sabia que não estava em condições de pedir algo a Deus, mas mesmo assim eu pedi. Pedi que ele não deixasse Gabriel morrer. Pedi não só por mim. Pedi pelo meu filho também. Talvez assim Deus tivesse misericórdia. Eu me ajoelhei na sala de espera e chorei. Não queria saber se estava sendo ridícula. Eu apenas chorei. Pedro ajoelhou-se ao meu lado e começou a orar em voz baixa. Eu seria eternamente grata a ele por isso.

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now