Capítulo 12

303 66 80
                                    

"Quando eu tinha 5 anos minha mãe falou pra mim: Faça amigos ou se sentirá sozinho." — 7 years -  Lukas Graham

— Okay, agora é a sua vez — eu disse para Gabriel. Estávamos brincando do jogo do "eu confesso". Era um jogo de confissões que eu nem sabia se existia, mas estava sendo divertido.

— Hum... Eu confesso que acho que você é louca — disse Gabriel.

— Bobo! — Fiz cara de ofendida.

     Gabriel riu de mim. Estávamos sentados na minha cama depois do jantar e jogando esse jogo.

— Sua vez — disse Gabriel.

     Eu sorri.

— Eu confesso que odeio rosa.

— Você é a ovelha negra do mundo feminino. Como pode não gostar de rosa, Evelyn? Você é menina!

— Menina aquariana. — Pisquei para ele, que riu. Era bom ver Gabriel sorrindo. Significava que ele estava melhor e vê-lo assim pelo menos por um instante era gratificante para mim.

— Ah, é! Meninas aquarianas são do contra?

— Nem imagina o quanto — falei, dando de ombros.

— Eu gosto. — Gabriel sorriu e eu não pude deixar de sorrir também.

— Você é tão incrível Gabriel. — eu disse.

— Você é. — Gabriel disse me fazendo corar.

     Eu sempre gostei de elogiar as pessoas. Principalmente as que tinham a autoestima baixa, mas eu não sabia receber elogios por isso fiquei parecendo um tomate maduro quando Gabriel sorriu para mim e rebateu o meu elogio. Seu sorriso era encantador. Assim como ele também era.

— Você está melhor? — perguntei, mudando de assunto.

     Gabriel fez que sim com a cabeça e me lançou um sorriso forçado.

— E você? — ele perguntou. — Como está com a morte da sua avó?

— Estou tentando não pensar muito nisso, mas eu sinto a falta dela, sabe? Sinto falta até de quando ela falava meu nome errado e das implicâncias dela com Pedro.

     Gabriel concordou com a cabeça e suspirou, me puxando para um abraço. Era incrível como em poucos dias nós nos tornamos tão próximos.

— Gabriel, você não tem nenhum amigo? Tipo alguém do seu trabalho ou algo parecido?

— Não. As pessoas no meu trabalho não passam de colegas. Acho que a única amiga que tenho é você agora — ele disse.

     Sorri por ele já me considerar uma amiga.

— Okay. Vamos começar o nosso acampamento?

— O que pretende fazer?

— Primeiro vamos colocar o colchão no chão. — Dei risada como se aquilo fosse algo engraçado e Gabriel me olhou com a testa franzida.

    Levantei-me da cama e fiz sinal para que Gabriel fizesse o mesmo. Empurrei a cômoda para longe com dificuldade e pedi a ajuda de Gabriel para usar o espaço onde ela estava para colocar o colchão.
Depois de eu forrar um lençol no colchão coloquei meu notebook no meio dele e apaguei a luz do quarto em seguida. Gabriel sentou-se de frente pro notebook e eu sentei-me do lado dele.

— Tá escuro — ele disse, baixinho.

    Dei uma risadinha e dei play em um filme de terror que eu havia escolhido.

Um Toque do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora