Capítulo 7

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"Ela quer ir pra casa, mas não tem ninguém em casa." — Nobody's home - Avriel Lavigne

     O dia amanheceu ensolarado na minha cidade. Eu acordei cedo, tomei um banho, fiz o café da minha avó, os deveres de casa e logo estava livre para fazer o que quisesse.

— Vó... — eu disse, enquanto observava minha avó assistindo ao noticiário naquela manhã.

— Diga, Eveline.

— Você faz de propósito, não é? Meu nome é Evelyn, vó. Já disse.

— O que quer me perguntar, Evelyn? — ela deu ênfase em Evelyn e eu revirei os olhos.

     O que custava ela falar meu nome certo? Isso mesmo, nada.

— Eu quero ajudar um amigo, mas eu não sei como — falei, sentando-me ao lado de minha avó no sofá.

     Ela parou de olhar o noticiário e voltou sua atenção para mim.

— Aquele com quem você ficou no hospital? — perguntou. Eu assenti. — Primeiro me diga o porquê ele estava no hospital.

      Olhei para minha avó e revirei os olhos, balançando a cabeça negativamente.

— Pra quê quer saber, vó?

— Você não se importaria com uma pessoa qualquer, Evelyn. Alguma coisa você viu nesse rapaz pra te deixar tão preocupada com ele. O que foi?

     Suspirei e recostei minha cabeça no ombro de minha avó. Ela afagou meus cabelos com as mãos e sorriu.

— Ele tentou se matar, vovó — falei baixinho. — Eu vi tudo, sabe? Foi horrível.

— E agora você se sente responsável por ele?

— Sim.

— Por que, filha?

— Porque eu sei como é se sentir vazio igual ele se sente — eu disse, esperando que ela não ouvisse, mas ela ouviu.

— Ora, querida. Que bobagem. Isso é coisa da sua cabeça. Por que não arranja um namorado? Vai se sentir melhor.

— Acho que vou para o meu quarto, vó — falei. — Eu venho mais tarde pra fazer o seu almoço.

— Mas...

     Subi para o meu quarto sem esperar a resposta da minha avó e me tranquei lá. Peguei meu celular e reprimi o choro ao ver que não tinha nenhuma mensagem de Pedro. Eu precisava dele, mas onde ele estava? Provavelmente com aquela garota e sendo assim eu não ia procurá-lo.

     Mandei uma mensagem para Gabriel e esperei por sua resposta. Mas ele não respondeu, então liguei para ele.

— Oi — ele disse, frio.

     Sorri comigo mesma. Eu não ia me dar por vencida só porque ele estava sendo frio comigo.

— Bom dia, flor do dia. — Cantarolei, sorrindo.

— Bom dia, Evelyn — ele disse, sem nenhum entusiasmo.

— Renda-se a mim, mero mortal.

Ouvi a risada dele do outro lado.

— Você é louca — respondeu.

— Se a minha loucura te fizer sorrir, por mim tudo bem. Aceito o título de louca com prazer. — Dei de ombros como se ele estivesse vendo e sorri.

— Tudo bem? — ele perguntou.

— Não.

— O que aconteceu?

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now