"Ela quer ir pra casa, mas não tem ninguém em casa." — Nobody's home - Avriel Lavigne
O dia amanheceu ensolarado na minha cidade. Eu acordei cedo, tomei um banho, fiz o café da minha avó, os deveres de casa e logo estava livre para fazer o que quisesse.
— Vó... — eu disse, enquanto observava minha avó assistindo ao noticiário naquela manhã.
— Diga, Eveline.
— Você faz de propósito, não é? Meu nome é Evelyn, vó. Já disse.
— O que quer me perguntar, Evelyn? — ela deu ênfase em Evelyn e eu revirei os olhos.
O que custava ela falar meu nome certo? Isso mesmo, nada.
— Eu quero ajudar um amigo, mas eu não sei como — falei, sentando-me ao lado de minha avó no sofá.
Ela parou de olhar o noticiário e voltou sua atenção para mim.
— Aquele com quem você ficou no hospital? — perguntou. Eu assenti. — Primeiro me diga o porquê ele estava no hospital.
Olhei para minha avó e revirei os olhos, balançando a cabeça negativamente.
— Pra quê quer saber, vó?
— Você não se importaria com uma pessoa qualquer, Evelyn. Alguma coisa você viu nesse rapaz pra te deixar tão preocupada com ele. O que foi?
Suspirei e recostei minha cabeça no ombro de minha avó. Ela afagou meus cabelos com as mãos e sorriu.
— Ele tentou se matar, vovó — falei baixinho. — Eu vi tudo, sabe? Foi horrível.
— E agora você se sente responsável por ele?
— Sim.
— Por que, filha?
— Porque eu sei como é se sentir vazio igual ele se sente — eu disse, esperando que ela não ouvisse, mas ela ouviu.
— Ora, querida. Que bobagem. Isso é coisa da sua cabeça. Por que não arranja um namorado? Vai se sentir melhor.
— Acho que vou para o meu quarto, vó — falei. — Eu venho mais tarde pra fazer o seu almoço.
— Mas...
Subi para o meu quarto sem esperar a resposta da minha avó e me tranquei lá. Peguei meu celular e reprimi o choro ao ver que não tinha nenhuma mensagem de Pedro. Eu precisava dele, mas onde ele estava? Provavelmente com aquela garota e sendo assim eu não ia procurá-lo.
Mandei uma mensagem para Gabriel e esperei por sua resposta. Mas ele não respondeu, então liguei para ele.
— Oi — ele disse, frio.
Sorri comigo mesma. Eu não ia me dar por vencida só porque ele estava sendo frio comigo.
— Bom dia, flor do dia. — Cantarolei, sorrindo.
— Bom dia, Evelyn — ele disse, sem nenhum entusiasmo.
— Renda-se a mim, mero mortal.
Ouvi a risada dele do outro lado.
— Você é louca — respondeu.
— Se a minha loucura te fizer sorrir, por mim tudo bem. Aceito o título de louca com prazer. — Dei de ombros como se ele estivesse vendo e sorri.
— Tudo bem? — ele perguntou.
— Não.
— O que aconteceu?
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Um Toque do Destino
SpiritualE se você tivesse a chance de impedir um suicídio, o que faria? Evelyn Mendes é uma jovem de 20 anos aparentemente normal, mas ela esconde cicatrizes grandes e profundas que o mundo não viu. Ela só pode contar com duas pessoas em todo o mundo e ela...