Capítulo 10

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"Quando a minha cabeça doer, você poderia abaixar o som?" — Kindly calm me Down  — Meghan Trainor

     Gabriel chegou na minha casa alguns minutos antes do jantar. Ele não parecia bem, mas mesmo assim veio atender ao convite da minha mãe para jantar conosco e eu fiquei feliz por isso.

— Quer conversar antes do jantar? — perguntei.

       Ele negou com a cabeça e sentou-se no sofá com um olhar perdido. Sentei-me ao lado dele e fiquei pensando em uma maneira de deixá-lo bem.

— Não precisa se preocupar comigo, Evelyn — ele disse, como se adivinhasse meus pensamentos.

     Sorri para ele e passei minha mão por seus cabelos.

— Claro que preciso, Gabriel. Você é meu amigo — falei. — Você é incrível, sabe? Você tem todos os seus problemas, todas as suas crises internas e tudo o mais, mas mesmo assim você está aqui me apoiando quando preciso. Obrigada.

     Ele sorriu e segurou minha mão beijando o dorso dela.

— Estou fazendo o mesmo que está fazendo por mim.

— Obrigada, Gabriel. De verdade.

— Vejo que se dão muito bem. — Meu pai entrou na sala com um sorriso e sentou-se no outro sofá. Sorrimos de volta para ele e ficamos em silêncio até minha mãe nos chamar para jantar.

— Eu tentei caprichar, filho. — Minha mãe segurou a mão de Gabriel e o puxou para um abraço. Gabriel retribuiu de maneira desajeitada e me olhou um pouco envergonhado. — Está sendo difícil, mas eu espero que não tenha ficado tão ruim.

— Pelo cheiro parece está tudo maravilhoso, senhora Mendes.

— Pode me chamar de Helena, querido.

      Sorri olhando os dois e estava grata por minha mãe está fazendo tudo aquilo.

▪️▪️▪️

— Me diz como você tá — falei para Gabriel do lado de fora, depois do jantar.

— Sei lá, Evelyn. Sabe aqueles dias em que tudo parece fora do lugar e nada realmente faz sentido? — Assenti. — Então, hoje é um desses dias.

      Me aproximei de Gabriel e o abracei sem esperar uma outra resposta e tentei mostrar para ele com aquele abraço que ele estava seguro do meu lado.

— Vai ficar tudo bem, Briel...

— Briel? — ele ergueu uma sobrancelha, se afastando um pouco e eu o abracei de novo sorrindo.

— Não reclama, Gabriel.

— Tá bom, dona Evelyn. Já me chamaram de Gabe e de Biel, mas Briel é a primeira vez. — Ele sorriu. Sorri de volta.

— Vamo fazer alguma coisa amanhã? — perguntei.

     Ele se afastou e sorriu.

— Amanhã é meu dia de folga. Acho que eu só quero ficar em casa no meu cantinho, Evelyn...

     Olhei para Gabriel com um sorriso de canto e pensei em uma maneira de convencê-lo a fazer algo.

— Já sei — eu disse.

— O quê? — Gabriel ergueu a sobrancelha.

— Vamos acampar! — eu disse, sorrindo.

     Gabriel franziu a testa como se dissesse o quão louca eu era apenas com aquele gesto e eu
sorri para ele.

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now