Capítulo 20

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"Sinais me ajudaram a perceber: O meu caminho é você e ninguém no mundo vai fazer eu me sentir de novo assim." — Sinais - Luan Santana

     Chovia naquele dia. Uma chuva forte que me impossibilitava de sair da casa de Gabriel. Eu havia ido para caminharmos, mas acabou que começou a chover e nós dois ficamos presos dentro de casa.

— A gente podia fazer alguma coisa — eu disse quando um trovão rompeu no céu.

— Tipo o quê? — Gabriel perguntou sem olhar para mim apenas para a TV que passava um desenho infantil.

— Sei lá. — sorri. — Que tal uma sessão de terapia?

— Você não é psicóloga, Evelyn. — ele disse e depois: — Raposo não pegue, raposo não pegue.

     Revirei os olhos perante a resposta dele e deitei minha cabeça no braço do sofá.

— Ah, fala sério Gabriel. Por que tá assistindo Dora Aventureira quando poderia está me beijando e tirando a minha roupa?

      Gabriel me olhou com os olhos arregalados e pôs um punhado de pipoca na boca desviando os olhos para o desenho novamente.

— Tô brincando, seu bobo. — ri.

— Sua autoestima tá maravilhosa não é engraçadinha? — ele disse.

— Culpa sua. — falei, cutucando-o com meus dedos do pé.

     Ele deixou a pipoca de lado e levantou-se.

— Vou tomar um banho. Quer vir comigo?

     Dessa vez eu o olhei assustada. Ele riu de mim.

— Tô brincando. Não é tão engraçado quando é com você, não é?

     Revirei os olhos e acabei rindo. Ele tirou sua camisa e jogou em mim.

— Besta! — falei e cheirei a camisa dele. — Tá cheirosa.

      Gabriel riu e foi para o banho enquanto outro trovão rompeu no céu. Desliguei a TV que ainda passava Dora Aventureira e depois de um tempo ouvindo o som da chuva e da água do chuveiro caindo no chão, decidi fazer uma coisa impulsiva. Eu sei, talvez não fosse a minha melhor escolha naquele momento, porém foi o que eu quis fazer. Fui devagar até o banheiro e depois de respirar fundo bati na porta. Gabriel desligou o chuveiro e colocou a cabeça na porta.

— Oi? — ele ergueu a sobrancelha.

— Quero tomar banho com você. — falei.

— Não. — Gabriel disse e fechou a porta na minha cara.

     Fiquei um tempo absorvendo o não que recebi até que me dei conta de que não queria mais ficar ali. Saí da casa de Gabriel na chuva mesmo e logo fiquei encharcada. Por sorte não estava com meu celular. No caminho de casa me perguntava se eu realmente queria tomar banho com meu namorado. Talvez não, mas ouvi-lo negar meu pedido doeu. Fui caminhando pelas ruas a pé mesmo.

     Cheguei em casa perto das 8 da noite e chorei ao me dar conta de que Gabriel não tinha ido atrás de mim. Porém quando peguei meu celular em cima da cama havia 5 chamadas perdidas dele. Mas por que só 5? Por que ele não ligou mais? Droga.

     Deixei meu celular de lado e fui tomar um banho frio. Depois do banho peguei o celular de novo para ligar para Pedro. Fazia dias que não conversavamos. Como ele ainda podia considerar-se meu melhor amigo?

— Oi, Lyn. — ele disse quando me atendeu.

— Tô triste. — falei.

— O que aconteceu?

Um Toque do DestinoWhere stories live. Discover now