Capítulo 33

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_______ Dimitri Salim

[...]

Perdi a conta dos dias que passaram desde que estou mantido em cativeiro, meu corpo doía devido ao desconforto que este lugar causa, privado de liberdade e nessa imensa escuridão, refletia sobre o estado emocional e desgastado que a minha família se encontrava, principalmente a minha Mãe.

Desde a noite do meu sequestro que não sei nada da Soraia, espero que ela esteja bem e não sofra de abusos sexuais. Me questionava dos reais motivos do meu rapto, será devido ao tipo de trabalho que exerço ou é algo diferente? Se assim for, quem teria coragem de fazer isso comigo?

Não lembro de ter feito inimizades que chegassem a tanto, imensas questões e nenhuma resposta. Ouço a porta se abrir e em seguida a luz se faz presente, uma voz irritante ordena que eu saia do lugar imundo onde estou, venda os meus olhos e a única explicação que recebo é que serei transferido.

Adentramos em uma viatura e horas depois sentia um frio enorme e sons de ondas, com uma voz trêmula questionei. — Alguém por favor me diga onde estou? O que pretendem comigo? Nada de respostas, apenas risos irritantes que me levaram aos prantos.

Depois de não sei lá quantas horas de viagem, a embarcação atracou. Fui arrastado para fora, não acreditei quando ouvi alguém falando italiano. Meu Deus! Estou em Itália, como isso foi possível? Agora terei menos chances de ser encontrado, chorei feito criança por longos minutos durante o trajeto para onde me levavam.

Ao chegar no local, tiraram a venda e o saco que impedia a minha visão. Três homens encapuzados estavam bem na minha frente, enquanto eu sentado numa cadeira com as mãos e pernas atadas me sentia completamente inválido. Minutos depois ouvi as lamúrias da Soraia, — Ela está viva!

Colocaram ela na cadeira bem na minha frente, seus olhos inundados em lágrimas demonstravam o quanto estava péssima com toda essa situação. Eu me sentia pior por não poder fazer nada para nos livrarmos desse momento, — Malditos.

No meio dos prantos ela me pedia desculpas, lógico que eu não percebia a razão de tais pronunciamentos. Foi depois de um sujeito bem arrumado surgir e se identificar como Gagliasso Pochettino, eu percebi do que se tratava e o por que de eu ter sido privado de liberdade.

— Com que então, este é o rapaz com quem vens transando!?

— Por favor Gagliasso, deixe ele ir. Eu prometo fazer tudo que você quiser, mas não o envolva nisso, por favor.

— Cala a sua boca, Cala a sua boca. Eu bem que te avisei.

Ver aquele desgraçado tratar mal ela, e ainda por cima agarrar forte em seu cabelo. Despertou em mim uma fúria imensurável, sem medo algum...

— Não grite com ela e solte seu cabelo, seu merda.

— Perdeu o medo tão cedo, por acaso nem notou que você não pode fazer exigências?

— Se eu não estivesse amarrado, te quebrava todo.

— Quer dar uma de herói! Então vamos ver até onde tu aguentas.

Dois caras partiram para cima de mim, mesmo estando com as mãos impedidas de qualquer movimento, um deles veio para trás de mim e agarrou forte meus braços enquanto o outro esmagava meu rosto com murros fortes. Nem demorou para eu ficar todo ensanguentado, Soraia só chorava e suplicava para eles pararem.

Perdi os sentidos, todo ao redor dava voltas. O sangramento estava intenso, eles se viram forçados a parar e prestar assistência, para estancar o sangue.

_______ Gagliasso Pochettino

Se por acaso a minha ex esposa não fez uma breve apresentação da minha pessoa, eu farei questão. Eu sou Gagliasso Pochettino, um dos mais temíveis mafiosos da Itália e do submundo. Fui casado com essa mal-agradecida durante muitos anos, e quando a gente se divorciou eu deixei bem claro que ela não ficaria com mais ninguém.

Mas foi teimosa e me desafiou, e você servirá de lição para nunca mais ela volte a duvidar das minhas ameaças. Eu sei tudo de você, da sua família e principalmente da sua vida de pegador. Com tantas jovens por aí, foste logo te apaixonares por uma coroa! Agora vais pagar caro.

— Pietro, traga a droga de injeção K17.

Os efeitos dessa substância são devastadores, diga adeus a sua ereção. Jamais sentirás tesão, de modo algum seu pênis vai levantar nem com infinitas operações. E não penses que te deixarei livre depois de injetar isso em você, permanecerás meu preso até quando eu quiser.

— Gagliasso, eu te imploro! Não faça isso com ele, não estrague a vida que ele tem pela frente. Eu volto consigo se quiser.

— Guarda essas suas súplicas, não vou mudar de ideias nem que voltes a ficar virgem e eu seja seu primeiro homem.

Ordenei ao Pietro para prosseguir, Dimitri tentou lutar de todas as formas que pode para evitar a injeção. Mas, nada o podia ajudar nesse momento, nem mesmo um milagre. Seus dias seguintes serão um autêntico inferno, a mim ninguém faz de palhaço.

______ Soraia Pochettino

Eu fiquei sem chão ao ver o Dimitri sofrer por minha culpa, que me dera recuar no tempo e evitar lhe envolver nessa confusão toda. Como se não bastasse, Gagliasso veio até mim do jeito mais selvagem, se desfez das minhas vestes e me abusou mesmo aí aumentando a minha dor.

Eu me senti completamente imunda, queria tirar a minha vida naquele instante. Depois de fazer toda sua maldade, nos colocaram dentro do banheiro para nos lavarmos, nada poderia lavar meu corpo eu me sentia podre. Dimitri me olhava com desprezo, nem sequer dirigiu uma palavra para mim.

Para piorar o meu castigo, fomos colocados no mesmo quarto com apenas uma cama, ele só chorava sentado no chão na posição fetal. Eu juro que tentei não ficar com outro homem, mas eu me apaixonei e quis viver esse sentimento, infelizmente acabei o colocando em uma situação sem volta. 

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COMER COM PRAZERWhere stories live. Discover now