Capítulo 51

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_____ Gagliasso Pochettino

Apesar das alegadas acusações de sequestro da Soraia e do seu namoradinho, que pesavam sobre mim, eu me mantinha em liberdade graças ao pagamento que fiz em alguns chefões da polícia italiana. Porém, não andava livremente como antes, devido a Interpol.

Eles tinham um mandato de captura internacional sobre mim, no fundo isso era o que menos me incomodava. Logo após, a minha filha tomar conhecimento de toda essa situação, passou a me odiar e pediu mesmo que eu me entregasse. Nossa relação foi cortada, nossos contatos idem.

Sou um homem que não vive de arrependimentos, muito menos de "se eu soubesse", mas, acredita que eu deveria ser mais discreto. A falta de cautela, me expôs de tal forma que nada nem ninguém me tiraria dessa. Se me entregasse a justiça italiana, prontamente seria extraditado para a Eslovênia.

Tendo em conta que foi lá onde ocorreu o crime de sequestro, e posteriormente viria a responder outros crimes em Itália. Eu estava com a corda no pescoço, o cerco se apertava ainda mais, devido as exigências diplomáticas entre os dois países. Para manter a minha liberdade, decidi sair do país.

Faltando apenas decidir, qual seria o meu destino. Fiz uma lista variada de países, onde a minha localização não seria fácil de ser encontrada. Em seguida fiz alguns contatos com as máfias ou grupos de negócios ilícitos dessas regiões, as conversações não eram tão animadoras devido os altos custos.

Não errou, quem disse que a liberdade não tem preço. Meu ego ferido, trouxe consequências devastadoras, seria melhor se eu deixasse a Soraia seguir sua vida, mas, agora já é tarde para eu reclamar de algo. Necessito de soluções, a prisão não é o meu lugar.

_____ Valdirene Mikhail

Eu prometi devolver a tranquilidade e a segurança outrora tida na vida do Dimitri, desde que eu o tirei daquela situação nos tornamos muito próximos. Várias foram as vezes que mantivemos encontros pessoais, é sempre tão bom usufruir da sua companhia.

Entre desabafos e aconchegos, me vi aprendida em seus encantos. Mas, preferi discernir as coisas entre nós, não expondo meus sentimentos por ele. Durante algum tempo, tenho dados aulas de autodefesa e até mesmo de manuseio de armas, achei necessário por eu não estar sempre por perto.

Tenho em posse, um relatório completo sobre o seu passado, confesso que me senti surpreendida com a vida que ele levava. Ainda bem que se tornou uma pessoa diferente, se ligava mais ao trabalho e aproveitava mais cada momento junto da sua família.

***

Enquanto checava as últimas informações sobre o paradeiro do Gagliasso, meu celular tocou avisando que ele estava prestes a deixar a Itália, com um destino incerto. Prontamente avisei aos meus superiores, e rapidamente reuniram uma equipe de confiança chefiada por mim.

Porém, levando em consideração os detalhes da missão de resgate do Dimitri, preferi eu mesma reunir pessoas para integrarem a equipe. Foi aceite, logo após receber o aval entrei em contato com os meus caças ratos. No total, cinco agentes dos cinco continentes.

Desse modo, só com uma sorte grande o Gagliasso conseguiria escapar da nossa rede. Traçado o plano, começamos a monitorar todos os pontos de saída da Itália com ajuda de uma tecnologia de ponta. Nem mesmo disfarçado ele se fará invisível, horas se passaram até notarmos seu movimento.

O nervosismo e a adrenalina se misturaram, era tudo ou nada. Gagliasso vai deixar a Itália num avião de cargo, disfarçado de funcionário. Terá passagem pela Rússia, e o destino final será a China. Nosso objetivo principal, é fazer com que a aeronave tenha um problema ligeiro que force seu pouso no aeroporto da Eslovênia, onde a detenção será efetuada.

Para que não ocorra falhas, fui até a aeronave e quebrei um circuito sem ser notada. Prontamente voltei para o aeroporto onde estava tudo orquestrado, já que ainda faltavam duas horas para a mesma levantar voo.

Enquanto isso, horas depois no interior do avião...

— Senhor, a gente precisa chegar em algum aeroporto próximo o mais rápido possível. — Diz, o piloto.

— O que houve? — Questionou o Gagliasso, todo apreensivo.

— Tem uma falha técnica, apesar de não ser de extrema importância, é crucial para a segurança do nosso voo. — Diz, o piloto.

— E qual seria o local mais próximo? — Indagou, Gagliasso.

— Eslovênia.

A resposta não foi de agrado ao Pochettino, se repetia em seu ouvido como um som irritante. Em desespero, perguntou se não haveria formas de contornar a Itália ou em outro país qualquer. A resposta por parte do piloto não foi motivadora, no seu íntimo sabia que lá seria o último lugar onde deveria pisar, sua liberdade começou em contagem regressiva.

Minutos depois, Gagliasso considerou saltar da aeronave com ajuda de um paraquedas, ao tentar ser evitado. Sacou sua arma e ameaçou atirar em que se atrevesse cruzar em seu caminho, o piloto apenas se limitou a obedecer e abriu a porta logo a seguir.

Estávamos tão focados na chegada deles, ao ponto de notarmos a sua saída, rapidamente ficamos na cola do Gagliasso em terra o observando vaguear no ar. — Hoje você não me escapa, vou te colocar no xadrez sem opções de fuga ou suborno.

Logo que ele chegou em terra, a perseguição ficou intensa, devido ao tiroteio que ocorria. O desgraçado não quis se entregar, mesmo estando em desvantagem, alguns minutos depois eu e mais um colega acertamos em seus pés. Vendo sua liberdade por um fio, apontou a sua arma na cabeça e disparou, como o azar nunca vem só! Não havia mais munições, cheguei bem perto dele...

— Acabou, hora de você pagar por todos seus crimes. 

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