Capítulo 45

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________ Valdirene Mikhail

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Felizmente encontrei uma luz verde, obtive a localização do Dimitri depois de tantas noites não dormidas, e com a ajuda de outros colaboradores. Gagliasso Pochettino é um mafioso, para além do poder que detém, tem muitos contatos dentro da polícia italiana.

Por essa razão, a polícia local não foi avisada ou requisitada para prestar apoio. Faremos uma operação relâmpago, eu e mais seis agentes extremamente preparados para missões do gênero. O helicóptero será usado com um GPS de transporte civil, assim não deixaremos suspeitas.

***

A componente surpresa, foi provavelmente o maior trunfo que a nossa equipe possuía. Segundo os dados que obtive, nos arredores do cativeiro, existem terrenos baldios. Como de costume, trabalhavam no local uma força de seguranças armados até aos dentes, e não saber exatamente onde eles eram mantidos, acarretava sérios riscos.

Alguns deles cuidavam do primeiro perímetro de segurança, os outros se encontravam mais próximos dos reféns com o dedo no gatilho. Poderiam disparar numa fração de segundos, caso se sentissem invadidos.

Aproximadamente uma hora depois do helicóptero decolar, nos aproximávamos da zona mais próxima para seguir a pé até o local da missão. Seguimos cautelosamente, dois snipers integravam a equipe, por isso um deles ficou fazendo cobertura enquanto avançávamos.

Quando encostamos no morro, dois homens que faziam guarda foram abatidos pelos sniper, em seguida soltamos cordas para escalar a vedação e nos colocamos no interior sem sermos notados. Até aqui, tudo corria conforme planejado. A equipe se espalhou no recinto, ficando o outro sniper de prontidão para evitar surpresas.

Eu e outro agente abrimos fogo em dois homens que se encontravam a escassos metros de nós, as pistolas estavam dotadas de silenciador, o que ajudou a manter a operação em sigilo e não alertou nossa presença aos que estavam no interior. Os corpos foram arrastados para uma zona de pouca visibilidade, e seguimos em frente.

Antes de invadir o último estágio do local, uma comunicação entre todos os envolvidos foi feita, bem como um olhar atento no interior onde ainda restavam uns quatro homens armados. No três, arrombamos a porta com um explosivo e os homens foram mortos sem terem tempo de revidar.

Chamei pelos reféns, e nenhuma resposta era obtida. Ao que parece eles tinham medo, acreditavam que não era seguro fornecer sua localização, e para mim estava sendo difícil devido aos vários quartos que esse lugar possui. Mais uma vez, chamei por eles e desta vez me identifiquei.

Depois de um silêncio que deixou todo mundo em alerta, a voz da Soraia foi ouvida, em seguida ela saiu e chamou o Dimitri quando teve certeza que éramos a salvação do calvário que viveram ao longo desse tempo todo. Tudo parecia ter corrido bem, até um dos meus homens ser alvejado.

Foi um pânico total, procuramos nos manter em zonas seguras para não sermos alvos fáceis. Para a minha infelicidade, era o primeiro sniper a atirar para gente, através da comunicação que ainda mantínhamos, ele informou ter abatido o outro colega. Segundo ele, foi pago para impedir que saiamos vivos e a operação seja um sucesso.

Minutos depois outros vários homens do Gagliasso surgiram com artilharia pesada, estávamos entregues a sorte, uma longa troca de tiro ocorreu sem intervalos, aquela encruzilhada de fogo acabou ferindo os outros que integravam a minha equipe. Eu sozinha seria incapaz de conter essa situação, rapidamente pedi ajuda nas pessoas de confiança que tenho aqui.

A situação estava bem tensa, a adrenalina idem, graças a Deus a ajuda surgiu alguns minutos depois. Criando um equilíbrio de forças, felizmente vários marginais foram mortos, o homem que nos traiu preso e os reféns saíram ilesos. Em toda minha vida nesse ramo, nunca tinha passado por algo semelhante antes.

Deixamos a polícia local tomar conta da cena, horas depois estávamos no ar de volta a cidade de Liubliana, os feridos foram assistidos e por precaução decidimos levá-los para não sofrerem retaliações, como disse antes! Gagliasso é praticamente intocável na Itália, por isso mesmo decidimos não arriscar ficar por mais tempo.

O pânico voltou quando ouvimos o piloto nos alertando que tínhamos companhia, outro helicóptero estava na nossa cola, e alguns segundos depois, disparou dois mísseis. Obrigando o nosso piloto a fazer manobras arriscadas para evitar que fossemos abatidos, e lançou alguns foguetes que colidiu com os mísseis, causando uma tremenda explosão.

Não contentes, voltaram a fazer o mesmo e mais uma vez escapamos, a adrenalina estava intensa e pedíamos por um milagre para evitar que o pior aconteça. Milagre esse que surgiu em forma de um caça, da força aérea eslovena depois de tantos pedidos de ajuda do nosso piloto.

A presença daquela águia mecânica, foi suficiente para não sermos mais atacados, mas todo mundo só ficou calmo, logo após abandonarmos o território italiano. O helicóptero pousou com segurança, dos jipes blindados nos levaram até a nossa base, e mais dois carros da polícia nos escoltaram.

Nessa altura a família Salim, já tinha sido avisada da missão de resgate, e prontamente se dirigiram ao local onde foram indicados, a mídia em todo país passava a informação em todos os meios.

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