Capítulo 35

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______ Elizandra

Sai da cena do crime o mais rápido que pude, mas antes de tudo, consegui recuperar o celular que dei a Sasha para a gente se comunicar. Isso, serviria de prova para eu terminar no xadrez. Minha maior preocupação por agora é o Andrey, será que ele viu meu rosto? Chego a casa sem fôlego, ligo a tv e vejo notícias sobre o que acabei de fazer.

Segundo os jornais a desgraçada não morreu, porém entrou em coma. Isso me dará tempo de investigar mais sobre o hospital onde ela se encontra, mas desta vez vou contratar alguém para terminar o serviço, uma enfermeira ou um assassino de aluguel.

Porém, liguei ao Andrey para me certificar que ele não sabe absolutamente nada sobre o meu envolvimento, caso contrário terei de abandonar o país para não ser acusada de tentativa de homicídio e rapto. Já que a Sasha achava que eu sabia do paradeiro do seu irmão, eu pegarei muitos anos se for pega.

— Alô Andrey, tudo bem?

— Eli, você nunca me ligou a esta hora! Estou bem e tu?

— Com saudades suas, estou com vontade de voltar a beijar sua boca.

— Eu já conversei com você sobre isso, por favor me esqueça e vire seus olhos para outro homem.

— Eu não tenho a intenção de fazer isso, é você que eu quero e serás meu! Custe o que custar.

Desliguei a chamada com muita frustração, ouvir ele insistindo nessa ideia de lhe esquecer só me deixou com mais raiva e vontade de acabar com a pedra do meu sapato "Sasha". Recolhi tudo aquilo que usei como disfarce para atrair a Sasha, me livrar disso tudo será benéfico para manter a minha liberdade, seria a palavra dela contra minha se acordar e me acusar.

Enquanto não termino o serviço, toda cautela é necessária. Bem que ela poderia facilitar as coisas e não acordar mais, faria um bem maior a mim. Fui ao banheiro e tomei um banho demorado, logo a seguir tomei o meu comprimido para poder dormir, sem ele é impossível.

***

_____ Zuleide Salim

Meu filho desaparecido, minha filha em uma cama ligada a vários tubos em estado de coma sem sinais claros de rápida recuperação, estava sendo demais para mim. Perguntava a mim mesma e a Deus o que eu tinha feito de mal, para merecer tamanho castigo.

Ajoelhada na capela, orava sem cessar suplicando a ajuda divina para tirar meus filhos dessa situação lamentável. Essa desgraça destruiu totalmente a paz e a harmonia que a minha família sempre teve, nós somos de bem e evitamos fazer mal as pessoas a todo custo.

Meu psicológico está totalmente desconsolado, nem mesmo o Said conseguia amenizar a dor que sentia ao ver meus filhos na aflição, apesar dele estar me abraçando agora para me proporcionar conforto! Perguntava a ele o que será da nossa vida sem os nossos tesouros?

No meio de tantas lamentações, procurava palavras para expressar a tamanha dor que sentia à Deus, para que assim pudesse colocar suas mãos em todo esse caos e trazer de volta a felicidade que sempre reinou no meu lar. Até agora ninguém entrou em contato para pedir resgate, ou dizer como meu filho está.

A polícia parecia esgotada, então eu e o Said decidimos recorrer aos serviços privados de investigação. O valor que seria gasto, importa menos para nós desde que consigam trazer informações ou até mesmo o meu filho de volta, morto ou vivo. Meus olhos não aguentavam mais, era tanta amargura para uma pessoa só.

_______ Said Salim

O dever de um pai é proteger seus filhos acima de qualquer coisa, mas eu sinto que falhei depois de ver eles passando aflições, se ao menos eu fosse mais duro com o Dimitri e evitar que ele saísse por aí com qualquer mulher, ele permaneceria aqui conosco e a Sasha não estaria nessa cama de hospital.

Esperamos que a equipa que contratamos possa nos ajudar de forma significativa no caso do meu filho, quanto a Sasha. Os médicos farão de tudo para que ela saía do coma, apesar de que uma boa parte disso depende da resposta do seu organismo. Deus, te pedimos que olhes por nós. 

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COMER COM PRAZERWhere stories live. Discover now