Capítulo 50

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[...]

_____ Andrey Pavel

Meu coração se alegra a cada dia, minhas emoções mais felizes emergem sempre que, os meus pensamentos recaem sobre a Sasha. Ela é do tipo de mulher que, traz os mais belos sentimentos que me cercam. Infelizmente sua memória se foi, mas, algo me diz que seu amor por mim prevalece.

Sophie e eu, combinamos de ir vê-la, já tinha sido liberada pelo seu Doutor. Enquanto dirigia, meus devaneios reproduziam tudo de bom que já passamos juntos, ao mesmo tempo me preparava para lhe encarar, tendo em conta que ela não se lembrava de nada do seu passado.

— Será que a Sasha vai se lembrar de nós? Indagou a Sophie.

— Não garanto, mas, eu estou louco para dar um abraço bem apertado nela.

— Não vejo a hora de toda essa confusão terminar, e torcer pelo amor que vocês sentem dar certo. Diz, Sasha.

— Deus te ouça... Disse, com um suspiro.

A espera terminou, ao avistar a Sasha caminhando até nós junto do irmão. — Será que o meu abraço ainda vai rolar? Questionei para mim mesmo, a presença do Dimitri me deixa tenso, devido o seu lado excessivamente ciumento e protetor. Mas, isso não vai me impedir.

Nem com letras douradas, conseguiria descrever esse momento, depois de ver seu corpo ensanguentado caído em meus braços, sua vida estava por um fio. Nisso, caiu uma lágrima que foi prontamente enxugada.

— Maninha, essa é a Sophie, sua melhor amiga. E o Andrey, irmão dela. Apresentou o Dimitri.

Nos encarou por alguns instantes, procurando no lugar mais profundo da sua memória algo que lhe lembrasse de nós. Sua indiferença, demonstrou o fracasso que foi essa viagem rápida. Minutos depois o Dimitri se foi, nos deixando à vontade para possíveis conversas íntimas.

Entrei em êxtase ao perder o controle do meu corpo, nossos físicos se colaram no tão aguardado abraço desenhado por mim. O tempo parou, o ar ficou mais leve, todos os meus sentidos se concentraram naquele momento. Sussurrei em seu ouvido, — É gratificante te ter de volta, meu amor.

_____ Sophie Pavel

Ver os dois, bem grudados suscitou uma confusão sentimental em mim. Eu sentia ciúmes e arrependimento ao mesmo tempo, uma culpa por não os ter dado a oportunidade de se amarem. Na verdade, eu tinha uma enorme ligação com a Sasha e claramente, foi a razão de eu ter permanecido, até descobrir que ela ama o meu irmão e vice-versa.

O dia seguiu, com um monte de recordações que pudessem ajudar, na recuperação de alguns momentos vividos por ela. Inclusive, tirei a dúvida sobre a sua orientação sexual, depois dela ter confessado se sentir confusa ao ter atração por ambos os gêneros.

Óbvio que ficou a saber da relação, para além da amizade que mantínhamos. Porém, não disse nada sobre a minha decisão de pôr término nela, e muito menos soube dos sentimentos que envolviam ela e o Andrey. Preferimos deixar isso para outra ocasião, ainda é muito cedo para encher sua cabeça com um monte de informações.

_____ Sasha Salim

Ao longo dos dias que levantei daquela cama do hospital, tenho sido ladeada de pessoas incríveis, porém, paralelo a minha família. A visita de hoje mexeu bastante comigo, com a Sophie foi tudo explicado, já o Andrey! A ligação foi bem mais forte, principalmente no momento em que ele me abraçou intensamente.

O meu coração pulsou, um sentimento de segurança se fez presente, me senti especial. Quem me dera, ter a minha memória de volta para poder obter respostas de tudo aquilo que me envolvia. O olhar fixo do Andrey era muito invasivo, me senti despida diante dos seus olhos, enquanto decifrava a mensagem que eles pretendiam transmitir.

Posso não me lembrar de muita coisa, mas, Andrey tem um efeito enorme sobre mim. Como se fosse um amor imensurável, daqueles bons de se sentir, que alivia a alma e planta sorrisos doces.

***

Devido a ameaça que a minha família ainda temia, minhas secções com o psicólogo eram feitas em casa por ser mais seguro, devido a uma equipa especializada que foi contratada para manter a nossa segurança. Gagliasso Pochettino ainda não tinha sido capturado, suas influências e a riqueza que ostenta o mantém invisível diante da justiça do seu país.

Durante a conversa com o meu psicólogo, alguns flashes do meu passado recente surgiram. Lembrei de alguns momentos de família, momentos íntimos com a Sophie, o dia que soubemos do desaparecimento do Dimitri até a imagem daquele dia horrível, onde a Lizandra mentiu para mim e atentou contra a minha vida.

Este último, levou-me aos gritos devido a nitidez que foi revivido, os sons dos disparos parecem tão reais. Meu corpo suava de medo, perdi o controle de mim mesma, lágrimas rolavam sem intervalo. Foi necessária a intervenção da minha mãe, seu abraço conseguiu afastar aquela sensação ruim.

Levou-me ao meu quarto, minha cabeça em seu colo recebia cafuné, sua voz entoava uma linda canção. A mesma de sempre, desde criança que essa música me acalma em momentos semelhantes. Nem eu mesma notei, que aos poucos meus olhos se fecham, me levando a um profundo sono.

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COMER COM PRAZERWhere stories live. Discover now