DOMINIC

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Duas semanas após trabalhar com Júpiter todos os dias até muito tarde e poder observá-la de perto, eu havia chegado a três conclusões:

Número um, era ela extremamente inteligente. Eu já sabia disso desde muito antes, mas sua dedicação e perfeccionismo eram tão admiráveis que eu tinha que me conter para não babar conforme ela falava ou percebia um erro estúpido, sem nunca ser má. Seu cérebro era fascinante.

Número dois, ela era uma boa pessoa e era justa. Ela não ligava de ficar até mais tarde para trabalhar, mas sempre avisava a amiga com quem dividia apartamento, como eu descobri em uma de nossas conversas. Ela era dinâmica e ágil. Era uma líder. Ela gosta de trabalhar descalça e perguntou se eu me incomodava no nosso terceiro dia de trabalho. Ela era quase tão ou mais apaixonada por A Divina Comédia do que eu e não ligava de comer comida barata ou tomar refrigerante.

E, número três, eu definitiva, absoluta e completamente, queria levá-la para cama até que ela esquecesse de seu próprio nome. Eu não podia controlar - tudo sobre ela era atraente para mim.

E agora, em um bar com Gael, ele tira sarro da minha cara.

- Não estou te julgando, pela forma que todo mundo fala dela nessa empresa a mulher deve ser especial. – Gael fala. – Se eu fosse você, cagaria para essa coisa de "não podemos, trabalhamos juntos" – ele fala, imitando minha voz de um jeito estúpido. – Sua mãe era chefe do seu pai e eles estão casados desde que o império romano caiu. – diz, dando um gole na cerveja. Reviro os meus olhos.

- Não há e não haverá nada entre Júpiter e eu, fim da história. – Eu declaro, em alto e bom som.

- Eu desisto. – Gael fala. – O que você está pensando em fazer sobre a mulher? – pergunta se referindo a Eva, que continuava me mandando mensagens e havia entrado em meu banheiro sem minha autorização e me esperado lá – de lingerie.

- Eu não sei. – Digo. – Isso pode ser péssimo para todos os lados. Acho que vou conversar com Júpiter. Explicar a situação e pedir para manter Eva mais ocupada. Eu vou chamá-la para conversar essa semana e ser bem claro de que o que tivemos acabou e não voltará mais.

- Foda. – Gael fala. – Você acha que ela é uma ameaça? – ele pergunta.

- Não. Ela quer quem ela pensa que eu sou. E não liga de pisar em umas cabeças para isso.

- Essas são as piores. – Gael declara. Brindamos. Bebemos em silêncio. Ele diz tudo. 

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora