JÚPITER

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Sentada na frente de Jonas, com o prato de comida italiana em minha frente, tudo que consigo fazer é bater meu salto continuamente no chão e me perguntar que diabos eu estava fazendo ali. Meu coração ainda estava pesado pela saudade de Dominic, e meu orgulho ferido me impedia de fazer qualquer coisa sobre isso. Ele havia tomado sua decisão e ao sair com Jonas eu tinha tomado a minha. Jonas era bonito, com o cabelo castanho curto e pele morena. Havia mudado muito pouco desde a faculdade e continuava com o mesmo sorriso travesso de sempre. Ele era uma boa companhia. Uma ótima companhia. Eu é que não era. Com meus pensamentos flutuando, mal percebo quando sua mão toca a minha por cima da mesa.

- Júpiter? – Ele chama, e eu me sobressalto.

- Sim? – Pergunto, me endireitando na cadeira, mas mantendo minha mão sob a sua. Suas mãos eram diferentes das de Dominic, mas delicada, a pele mais fria. Com raiva, expulso os pensamentos de Dominic de minha mente. Pare de comparar, pare de comparar, pare de comparar.

- Eu te fiz uma pergunta. – Ele diz, com um sorriso. – Tem certeza que está tudo bem? Você parece distraída.

- Dia cheio no trabalho. – minto, dando de ombros.

- Eu perguntei se você gostaria de ir a um bar comigo no sábado, é um reencontro do pessoal da faculdade e eu adoraria que você estivesse lá. – Ele diz, gentil. Sua mão acariciando a minha. Esperei, esperei, esperei, mas nada, nenhuma reação, era como ter minha mão acariciada pelo meu pai. Sem frisson, sem expectativas. – Se você não estiver ocupada, é claro. – Ele completa. Eu sorrio e assim que abro minha boca para respondê-lo, uma voz grossa atrás de mim me arrepia da cabeça aos pés.

- Vou responder essa por ela. – Dominic diz, parando com toda a sua imponência ao lado de nossa mesa. – Ela estará ocupada. – Ele rosna. – Nesse sábado, no próximo e em todos os dias depois desse. – Ele diz, e Jonas parece perturbado, porque olha de mim para Dominic sem parar. Eu estou em choque, tentando compreender o que diabos está acontecendo então tudo que eu faço é encarar Dominic. O cabelo comprido continua caindo teimosamente sobre seu rosto, e se enroscando na gola de sua camisa social. Lindo... mas, um idiota.

- Dominic, o que você tá fazendo? – Eu rosno e ele me encara pela primeira vez. Seus olhos vão de furiosos a gentis em um segundo, e a emoção contida em suas íris cor de ônix me fazem engolir a seco. – Você não pode se meter na minha vida desse jeito. – Eu falo em voz baixa, o fuzilando.

- Cara, ela não quer você aqui, você deveria ir embora antes que esse circo aumente. – Jonas diz, se levantando, e me puxando pra perto de si. Dominic o encara com tanto ódio que me ponho da frente dele, para protegê-lo. Jonas põe as mãos em meus ombros e me puxa para perto.

- Tire as mãos da minha mulher agora. – Ele rosna, e sua voz é tão grave que quase consigo sentir a vibração em meu peito. Se eu não estivesse com tanta raiva eu teria me arrepiado da cabeça aos pés com o "minha mulher", tão dele... mas tudo que eu fiz foi grunhir.

- Dominic, saia daqui agora. – Eu mando. – Você está estragando tudo. – Eu digo, apontando um dedo em sua direção. Sentindo meus olhos queimarem.

- Eu não vou embora. – Ele diz, cruzando os braços. – Não vou deixar você com esse idiota, não sem você me escutar primeiro. – Ele fala, correndo as mãos pelos cabelos.

- Eu não tenho nada para ouvir de você. – Eu digo, alcançando minha bolsa. – Jonas, vamos. – Eu digo, e o homem franzino ao meu lado, alcança seus pertences e segura a minha mão, me puxando para fora do restaurante.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOWhere stories live. Discover now