JÚPITER

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Estou muito boazinha, cheia de capítulos essa semana pra vocês, hahahaha! Senti falta dos comentários nos dois últimos! Cadê a interação, gente?! 

Amo vocês, mil beijos! Boa leitura. 



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Eu precisava de água.

Essa foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça quando senti a consciência se abater em meu corpo. Eu precisava de água.

Abri meus olhos lentamente, tentando me adaptar a luz forte sobre mim. Teto branco, lençol macio, bipes irritantes. Foram as coisas que consegui captar com meus sentidos. Pisquei rapidamente e agradeci as minhas pupilas por pararem de queimar. Uma sombra parou sobre mim e assim que vi o rosto de Dominic, tudo voltou de uma vez. O sequestro, Eva e os irmãos, o tiro. Levantei em um impulso, querendo olhar para todos os lados, para saber se tudo estava bem. Mas Dominic me segurou, enquanto eu gemia de dor.

- Júpiter, calma! – ele disse, me deitando novamente. – Está tudo bem, está tudo bem, fique calma.

- Água. – Eu disse, testando minha voz e me arrependendo, porque parecia que uma gilete havia descido sobre minha goela. Dominic foi até o canto do quarto e voltou com um copo, trazendo-o até os meus lábios.

- Devagar. – Ele pediu, derramando o líquido dos Deuses sobre minha língua. Depois de quatro goles gloriosos, me vi satisfeita e me afastei, focando em seu rosto cheio de hematomas. Eu também deveria estar parecendo um monstro.

- Você está bem? – Perguntei, alcançando sua mão. Ele me olhou profundamente, segurando meus dedos entre os seus, e pude observar as lágrimas encherem seus olhos. – Amor... – Eu disse, quando ele soltou um soluço estrangulado e me abraçou muito apertado, assegurando que eu estava viva. – Eu estou bem, querido. – eu disse, acariciando seus cabelos macios, os ombros trêmulos, as costas. – Nós estamos bem. Eu prometo.

- Eu fiquei com tanto medo. – Ele disse, com o rosto afundado em meu pescoço. Esperava que eu não cheirasse mal depois de tudo.

- Eu sei, e fico feliz por ter sido eu e não você. – Eu digo, afagando todo o seu corpo. Mas em um segundo Dominic estava longe de mim, os olhos úmidos queimando de raiva.

- Nunca mais repita uma coisa dessas! – ele disse, com tanta intensidade que me encolhi. – Era pra ter sido no seu lugar. – Ele disse, amargurado. – Nada disso teria acontecido se você não estivesse comigo. – Ele diz, tirando os olhos dos meus. Meu coração se acelera e não gosto nem um pouco do rumo da nossa conversa.

- É claro que teria acontecido – eu disse, agora em um tom mais alto, tentando colocar meu coração em um ritmo normal. O bipe infernal estava me deixando mais nervosa. – Poderia ser qualquer outra pessoa, Dominic. – digo, séria. – Eu poderia estar caminhando na rua e ser atingida por uma bala perdida. Não ouse se culpar por isso, você está me ouvindo? – perguntei, minha voz alta ecoando pelo quarto, meu coração acelerado fazendo o monitor ao meu lado disparar. Dominic olhou para as telas, que piscavam em vermelho, preocupado.

- Júpiter, você precisa se acalmar. – Ele disse, segurando meu rosto. – A gente conversa sobre isso depois. – Ele diz, categórico, acariciando meu maxilar. – Respira fundo, eu estou aqui e não vou a lugar nenhum até você estar recuperada. – ele garantiu. Mas para mim, não foi garantia nenhuma. E depois que eu estiver recuperada? eu quis gritar. Mas pelo seu olhar martirizado cada vez que olhava pra mim, achei melhor manter minha boca fechada e focar em fazer as benditas máquinas pararem de apitar. Respirei fundo e fechei meus olhos, repetindo para mim mesma que estava tudo bem. Quando o barulho a minha volta cessou, abri meus olhos e encontrei Dominic me escrutinando.

O UNIVERSO ENTRE NÓS  - COMPLETOWhere stories live. Discover now