Capítulo 62

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- Ei, não me trate assim. - A sua irmã só queria te proteger. - Ele continuava me abraçando.

- Talvez ela tenha razão, eu perdoei rápido demais você!

- Talvez você não tenha alternativa.

- Claro que eu tenho! Livre arbítrio!

- Você o teve até me conhecer... - Ele pegou meu rosto, e virou para ele.

- Angel, como eu falei, eu entendo a sua irmã. Mas por outro lado, olhe pra mim! - Eu olhava mas não entendia. - Eu fiquei maluco por dois meses te procurando, agora que eu te encontrei você acha mesmo que eu vou te perder? Sabendo que você me ama e que eu te amo? Qual a necessidade que temos de estar sofrendo? Para satisfazer o ego um do outro?

Ele tinha razão em partes.

- Mas só o amor você sabe que não é o suficiente para uma relação...

- Eu sei, apesar de ser mais velho, eu não tenho experiência nenhum com um relacionamento sério. Você é a primeira mulher que eu me relaciono sério, que morei junto, que assumi um compromisso, você não sabe o quanto isso foi um passo gigantesco para um cara que nunca cogitou a possibilidade de namorar... Tudo é novo pra mim também. Eu quero fazer diferente, eu quero fazer dar certo. - Eu já estava de olhos fechados chorando novamente.

- Ainda tem a Jéssica... - Meu coração sofria só de falar o nome dela.

Ele suspirou fundo.

- Tem, ainda tem ela. Mas ela foi uma namoradinha, que como a minha mãe falou, disse não a um menino mimado. - Ele tirou os olhos dos meus e baixou a cabeça. - Me aproximei muito da minha mãe nesses últimos meses, eu nunca pensei que ela me conhecesse tanto... e que fosse tão sábia.

- Por que você não se dá bem com ela? - A pergunta saiu antes que eu pensasse. Ele ficou pensando por um tempo. - Desculpa, eu não queria me intrometer na sua vida, foi apenas um pensamento que saiu alto.

- Agora não existe mais a minha vida, existe a nossa vida Angel. - Ele me olhou sério. - A nossa vida é uma só. Eu apenas estou encontrando palavras para te contar algo tão profundo que eu nunca contei para ninguém.

- Quando se sentir melhor você me conta...

- Eu quero contar, na verdade eu preciso contar. Talvez assim, você me entenda, ou ao menos tente compreender tanta burrada que eu fiz na vida.

Comecei a ficar preocupada, o que um menino tão lindo e rico pode ter passado na juventude para ter tantos traumas? Ele puxou a respiração bem forte e soltou antes de começar a falar.

- Minha mãe separou-se do meu pai quando eu era muito criança. Eu tinha apenas cinco anos e eu era muito agarrado à ela. - Ele estava bem nervoso, agora foi a minha vez de retribuir o abraço carinhoso que ele sempre me dava quando eu precisava. Ele suspirou e continuou, brincando com meus dedos, algo que ele sempre fazia quando nós estávamos relaxados.

- Eu costumava a dormir fazendo essa brincadeira na mão dela até pegar no sono, assim eu me sentia protegido para dormir... - Eu fiquei surpresa. - Sim, eu só faço isso com você, eu me sinto tão bem com você... -Ele se virou e me deu um beijo, eu correspondi.

- Só que ela simplesmente sumiu depois que separou do meu pai... - Eu senti um tremor no seu corpo como se ele relembrasse a dor que sentiu. - eu lembro que eu chorava todas as noites com saudade dela, meu pai nunca foi muito carinhoso conosco, se entregou ao trabalho e praticamente se mudou para o hospital, e vivia viajando administrando os hospitais, operando... deixando eu e o meu irmão sermos cuidado pela governanta da casa, a Ana. - Agora eu entendi porque ela amava tanto Jack. Coitadinho, tão novo, sem a mãe presente.

Amantes na noite (Lovers at night)Where stories live. Discover now