20

7.1K 431 47
                                    

Tentei ligar para ele à noite, mas Noah não atendeu. Fiz minha inscrição para a faculdade que sempre sonhei, a prova seria em vinte dias, passei o ano todo estudando e não seria agora que pararia, eu vou estudar medicina na Alemanha ou eu não me chamo Sina Deinert.
Até que a ida de Noah não foi de todo ruim em relação ao meu estudo, com certeza eu não conseguiria me desgrudar dele e só conseguiria estudar um dia antes da prova, acho que nem isso.

Vinte dias depois 📅

Hoje toda a escola parou as aulas para as provas das faculdades, fiz quatro provas, entre elas a que gostaria de fazer. Saí da sala da última que fiz e encontrei com as meninas.
- Sininho!!! - Sabina correu até mim e sorri dando pulinhos
- SABIII EU AMEI ESSA PROVA - Ficamos girando.
- Jesus Maria José! Que animação é essa? A última vez que te vi animada assim foi quando o Noah ainda estava aqui! - A Mexicana da risada e pela primeira vez não sinto tanta tristeza ao ouvir o nome dele.
- Verdade, desde que o Urrea foi embora não vi você dar um sorriso, anão ser quando falava ao telefone com ele - Any se mete na conversa e dou um sorriso bem grande para ela de brincadeira
- Como não morrer de felicidade? Eu acho que passei nessa prova! Vou para a melhor faculdade daqui de Miami! E se tiver tanta sorte na Alemanha! - Solto gritinhos
- Sina, só vai para a Alemanha quem fecha a prova, tem certeza de que foi bem assim? - Any pergunta
- Ah Anyzinha - Abraço a mesma - Não acho que fechei, isso nunca, mas eu fui bem com certeza, sem querer me gabar mas já me gabando - Nós três sorrimos juntas.
Fui correndo para casa, tropecei umas cinco vezes na escada, subi para o quarto, joguei tudo para o alto, vesti o meu melhor biquíni, um short jeans e corri para a praia. Disquei o número do Noah, quatro da tarde, já estava na hora da nossa ligação.
- Alô? - Atende e sorrio
- Oi, meu amor!
- Oi, meu amor! E aí como foi sua prova?
- Eu acho que fui bem! - Exclamo dando pulinhos, quem me visse (apesar de não ter nenhuma alma viva nessa praia além de mim) me acharia uma louca.
  - Que bom! Eu sabia que você se sairia bem!
  Senti uma necessidade imensa de abraçá-lo, sentia que ele me faria sentir mais especial do que já estava.
  - Você não tem noção do quanto eu queria poder te abraçar agora - Falei sentindo a tristeza chegar pela primeira vez no dia
  - Eu também... - Ele pareceu pensar um pouco- Já sei! Vou te beijar por telefone!
  - E como pretende fazer isso Urrea? Tá louco? - Me divirto com sua brincadeira
  - Só imagine... Feche os olhos
  Fecho meus olhos com um sorriso estampado no rosto, ele é um louco que vai me fazer parecer uma louca no meio da praia deserta.
  - Imagine que estou passando minhas mãos pelo seu rosto...
  E não é que estava dando certo? Claro que não era tão real assim, mas quase que conseguia sentir a sutileza de seus dedos contra o meu rosto.
  - Agora imagine que estou te envolvendo pela cintura - Fala e um arrepio percorre meu corpo. Suspirei involuntariamente imaginando e ele pareceu contente, meu Deus que saudade desse garoto.
  - Agora imagine que estamos nos aproximando bem devagar... E que nossos lábios estão quase se tocando
Nossa e que frio na barriga, quase que podia senti-lo chegando perto de mim. Quase conseguia escutar sua respiração contra o meu rosto, e foi então que tomei um susto.
Me senti envolvida pela cintura por braços firmes e logo depois senti meus lábios indo ao encontro dos mais macios que já havia tido o prazer de sentir.
Nem precisei abrir os olhos para saber que era ele, a forma como seu toque mesmo sem o meu conhecimento era recebido pela minha pele, seu aroma delicioso e o gosto do seu beijo era reconhecível a qualquer distância. Era um beijo lento e cheio de saudade, uma lágrima escorreu pela minha bochecha e senti que iria derreter, nossos corpos estavam colados, me permiti afundar meus dedos em seus fios macios e levei minha esquerda a seu pescoço... Finalmente abri os olhos e tive a melhor visão de todas, ele estava aqui.
- Eu estou sonhando? - Perguntei baixinho
- Eu espero que não - Respondeu, e meu Deus, como senti falta daquela voz!
- Noah, você... Você está aqui!
  - Estou, meu amor - Ele sorria e seus olhos marejavam
  Abracei-o com a maior força que consegui juntar e, como sempre, seu perfume invadiu minhas narinas, como é possível sentir tanto a falta de uma pessoa? Ao nível de querer ficar grudada nela o tempo inteiro, faz quase um mês que não o vejo, imagine quando e se for mais... pare de pensar nisso, Sina!
  Nos afastamos e não pude evitar mais um beijo, e ficamos assim até que ficou tarde e resolvemos ir para a minha casa, Noah já havia passado no apartamento dos pais e o meu pai ia dormir na Betty, sua namorada.
  Eu e Noah estávamos agarrados na minha cama. Como eu sentia falta do contato que tínhamos.
- E você... Vai se hospedar aqui... aqui em casa? - Perguntei, mas não obtive resposta de imediato, estávamos muito ocupados com beijos e mais beijos. Qual é? Foram muitos dias!
- Seu pai não vai... Reclamar? - Perguntou
- Ele mal para em... Em casa - Respondi
  Não perguntei mais nada, eu sabia que se passasse mais tempo perguntando do que fazendo me repreenderia quando ele fosse embora.
  Estávamos jogados na cama, meu corpo esquentava a cada segundo e a cada lugar novo que seus lábios descobriam, Noah estava me deixando maluca. Enlacei minha perna direita em sua cintura e ele me puxou mais para si. Ele atacou meus lábios novamente e com um movimento rápido já estava em cima de mim. Foi quando meu celular começou a tocar.
  - Deixa tocar... - Falou próximo ao meu ouvido e nem respondi, só voltei a beija-lo e ele sorriu
  Mas novamente o celular volta a tocar.
  - Argh! - Reclama e dou risada
  Pego o celular que está no criado mudo e ele revira os olhos.
  - Fala Sabina! - Falo alto e ele revira novamente os olhos, de repente meu corpo inteiro se arrepia, o safado voltou a trilhar beijos no meu pescoço
  Dei um tapinha de leve no seu ombro e ele deu risada, que saudade daquele sorriso. Esse garoto ainda vai me matar.
  - Sabina, podemos conversar depois? - Perguntei sentindo uma necessidade enorme de voltar ao que estava fazendo antes e ele sorriu.
  - Ai Sina! Você ficou o último mês toda cabisbaixa, agora que as aulas acabaram por um tempo eu vou te levar pra um programa legal! Pra você deixar essa tristeza de lado e curtir com a gente!
  Noah, que parece ter escutado a conversa, puxou meu celular da minha mão e colocou em seu ouvido.
  - E aí, mexicana! Sentiu minha falta? - Ouvi a doida gritar no ouvido dele - Te garanto que a Sina não vai ficar triste por um bom tempo, agora deixa eu voltar pra minha namorada?
  - Urrea! Deixa eu falar!
  Ele resmungou algo e me devolveu o telefone se deitando no meu peito.
  - Que foi agora, Mamacita? - Perguntei acariciando os cabelos dele
  - Acampamento!! Já tá tudo resolvido! Compra uma barraca pra vocês dois e prontinho! - Falou
  - Não, obrigada, depois nos falamos
Desliguei e voltei minha atenção para ele que estava com cara mais fofa do gato de botas.
- O que ela queria? - Perguntou voltando a ficar em cima de mim e chegando perto
- Nada, depois eu te conto melhor - Selei nossos lábios
- Depois nada, que passeio ela quer fazer?
- Arg! - Revirei os olhos - Alguma coisa sobre um acampamento amanhã...
- Vamos! - Exclamou
- Não... - Fiz drama - Eu quero ficar aqui com você...
- Temos muito tempo para isso...
- Quando você for embora... - Repeti sua frase e ele sorriu - Podemos pensar nisso depois?
Ele fez que sim com a cabeça e sorri satisfeita, voltou a me beijar e não queria sair dali nunca mais.

I will come Back to You - noart concluída Where stories live. Discover now