XII

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- Podemos conversar? - logo após de acordar com batidas eu vi um moreno cacheado entrar em meu quarto. Apontei para o mesmo sentar na cama e ele o fez. Eu não sabia que horas eram, não lembrava como havia chegado em casa e a minha cabeça explodia. Harry estava com os cabelos molhados, uma camiseta branca, calça preta e de meias. Seu perfume de banho recém tomado invadiu o meu quarto inteiro. - Como foi sua noite?

- Foi boa. - me limitei a responder.

- Certo. - ele ajeitou sua postura se aproximando um pouco mais de mim. - Me desculpe. - suspirou. - Eu sei que te magoei, nunca foi minha intenção. - passou a mão puxando seu cabelo para trás. - Eu odeio ficar assim com você.

- Por que você mentiu? - minha voz vacilou.

- Eu não men...

-Você mentiu. - o cortei. - você disse que sentia coisas por mim e logo depois estava com outra. - ele suspirou encarando o chão. - por que você mentiu?

- Eu estava confuso, apenas isso. Você apenas me cortava, e do nada deixava eu me aproximar. - mordi o interior da minha bochecha sentindo meu nariz arder pelas lágrimas que começavam a brotar. - Depois de você, eu parei de ver Candice, fiquei tão envolvido em te ajudar que deixei a minha amizade com ela de lado. E eu percebi que você não sentia nem um pouco do que eu estava começando a sentir.

- O que você estava começando a sentir? - minha voz embargada fez ele me olhar nos olhos. - Porque você também é confuso, você se aproxima, se afasta, age como se tivéssemos algo.

- Eu não sei o que eu sentia. - suspirei, ele sentia. No passado. - Eu sei que eu só queria algo bom, eu disse para você, eu não tenho relacionamento bons, e isso - apontou para nós dois. - eu percebi que não iria acontecer, e nem seria bom. - tranquei minha respiração ouvindo essas palavras que ele disse sem nem hesitar. - Você nunca disse o que sente. E eu não sou um cara que fica esperando a garota resolver fazer acontecer.

- Nada, eu não sinto nada por você. - eu disse tentando parecer firme e tentando acreditar em minhas palavras. Ele me olhou surpreso e suspirou fechando os olhos. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Harry encarava o chão como se estivesse perdido em seus pensamentos, e eu o olhava, perdida em meus.

- Eu gosto dela. - sua voz saiu fraca. - Ela me faz feliz, me apoia, ela está aí para mim quando eu preciso correr para alguém. Eu estou feliz. - disse olhando para o vazio. Eu fiquei quieta. Não sabia o que falar com a declaração dele sobre outra garota. E então resolvi fazer o que eu já deveria ter feito há tempos.

- Eu vou me mudar. - ele finalmente me olhou e balançou a cabeça negativamente. - Eu estava dando uma olhada em alguns apartamentos faz um tempo já.

- Não. Sua casa é aqui, Liza. - ele se arrastou até onde eu estava em pegou minhas mãos. - Eu estar namorando não muda nada. - senti minhas batidas falharem ao ouvir a palavra "namorando". - Cand sabe de tudo e ela não se importa, você não precisa se preocupar. Sua casa é aqui. - repetiu.

- Eu sou tão grata por tudo que você fez para mim, você não faz ideia. - senti meu rosto molhar com uma lágrima solitária. - Vou sempre estar em débito com você, Harry. Mas pelo fato de você ter me ajudado tanto eu consigo agora. Não é justo eu estar aqui quando eu tenho condições de não estar mais. Você me deu tudo, você me deu uma vida. - sorri pra ele. - Agora eu posso ir.

- Eu não quero que você vá. - senti meu coração esquentar com as suas palavras que eu esperava que ele dissesse. Mas sabia que não poderia mais ficar. - Você faz parte dessa casa, por favor, não vá. - ele me abraçou. - Sinto muito por magoar você, por favor, não vá. - suplicou enquanto me apartava ainda mais no abraço.

THE CAR - H.S PTWhere stories live. Discover now