XXXII

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- Liza... Liza! - Harry me sacudiu pelos ombros. - O que houve?

Traidora.

Traidora.

Eu traí.

- LIZA! - Harry gritou e eu o olhei. - O que aconteceu? Fala comigo.

- Dougie... - um soluço escapou da minha garganta. - Eu preciso... preciso ir pra Londres.

- Elizabeth, o que aconteceu?

- Dougie sofreu um acidente. - coloquei as mãos na cabeça desesperada. Eu senti como se tudo ao meu redor estivesse desmoronando. - E-eu preciso ir.

- Liza, se acalma...

- ME ACALMAR? - o empurrei. - Eu estava aqui, com você! E ele... - comecei a chorar alto, não conseguia mais controlar o meu desespero. - Enquanto eu estava com você ele sofreu um acidente!

Peguei minhas coisas e sai do iate indo correndo até a casa de Harry. Ignorei os gritos dele me chamando enquanto ele corria atrás de mim. Coloquei apenas uma calça jeans e um tênis, continuei com a camisa dele. Toquei tudo em minha mala e desci rápido.

- Eu vou com você. O carro está nos esperando. - ele disse pegando minha mala, eu não discuti.

A viagem foi silenciosa. E torturante. Eu sempre julgava o caráter das pessoas que traiam. Pensava por qual motivo doentio levaria ela a trair. E aí vinham as questões de um relacionamento ruim ou abusivo, questões que justificariam. Porque as vezes, até conseguimos justificar.

Eu tenho uma relação perfeita com Dougie. Ele é incrível. Eu simplesmente me odiava nesse momento. Eu não merecia Dougie Poynter.

Minha justificativa? Eu era apaixonada por outra pessoa.

Eu me deixei levar.

Eu fui uma vadia egoísta.

Merda.

Estar apaixonada justificava? Porra, não. Nada justifica. Eu poderia ter conversado com Harry. Poderia ter considerado estar com ele e considerado uma conversa com Dougie antes de qualquer coisa acontecer.

E no voo de 10 horas, eu passei julgando o meu caráter.

Harry não trocou nenhuma palavra comigo o voo inteiro. Eu sabia que ele se sentia culpado também, eu via pelo seu olhar. E isso seria algo que eu teria que lidar depois.

Nenhuma informação foi me passada pelo telefone, apenas que ele iria entrar em cirurgia de emergência. Tentei ligar para Jazzie, irmã de Dougie para conseguir mais informações mas caiu na caixa postal.

No carro eu balançava minha perna de nervosismo. Dougie já havia saído da cirurgia? Ele está bem? O que aconteceu?

- Oi! - chamei a mulher da recepção enquanto estava tentando recuperar o fôlego da corrida do estacionamento até o interior do hospital. - Meu namorado está aqui, Dougie Poynter. Me ligaram mais cedo, ele iria fazer uma cirurgia... você pode... por favor. - comecei a chorar novamente quando pensei no pior. Harry já estava ao meu lado novamente e colocou a mão no meu ombro.

- Dougie Poynter já está no quarto. - sua voz nasalada disse. - Quarto 614. - ela nos entregou dois crachás.

- Isso quer dizer que ele está bem, se já está no quarto. - Harry disse suave enquanto estávamos no elevador.

Quando cheguei perto do quarto, do lado de fora estava os meninos da banda. Tom, Danny e Harry. Jazzie a sua irmã conversava com eles.

- Elizabeth! - Tom foi o primeiro a me ver.

THE CAR - H.S PTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora