XXIX

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- Deu negativo, meu amor. Eu realmente sinto muito. - larguei o envelope do meu lado.

E vi, pela primeira vez, Harry Styles desabar. E não foi por choro ou algo do tipo, foi pelo seu olhar.

Ficamos em silêncio, observando as ondas quebrarem. Eu sabia que ele precisava disso, ele precisava de um tempo.

E então eu parei para pensar o que iria acontecer a partir de agora. Como ficaria Harry, como ficaria a relação dele com Candice, se teria alguma relação. Como ele iria lidar com isso bem na hora que sua carreira solo estava aí.

- Liza... - sua voz era embargada.

Eu não disse nada, apenas me aproximei mais e o abracei. Senti ele apertar minha blusa e o escutei fungando.

E quando senti minhas próprias lágrimas, percebi que a dor de Harry, era a minha também. Meu coração estava se quebrando a cada minuto o vendo dessa forma.

- Amor... - passei a mão pelas suas costas. - Sinto muito.

- Eu também.

Ele se afastou o suficiente para nossos rostos ficarem perto um do outro. Segurei seu rosto passando a mão na sua bochecha para limpar suas lágrimas.

- Estou aqui para você. - sussurrei. Ele balançou a cabeça concordando.

Depois de alguns minutos no jardim. Entramos para a casa. Harry sentou em uma banqueta que tinha na cozinha enquanto o servia um copo d'água.

E Candice não havia dado sinal de vida.

- Por que você não toma um banho? Vai se sentir melhor. - passei a mão pelo seu ombro. Ele apenas assentiu mas não se moveu. E não tocou na água. - Harry... - o abracei por trás e ele segurou meu braço depositando um beijo no mesmo. - Vem. - o puxei delicadamente pela mão e fui para o segundo andar.

Harry havia perdido, ele perdeu algo que nem era dele, e isso era a pior forma de se perder algo. E além disso ele também havia sido traído. Era como se ele estivesse submerso na própria dor. Como se a ficha dele estivesse caindo naquele momento e ele não conseguia fazer nada. Falar, se mover. Eu entendia essa sensação.

O puxei até o banheiro e liguei a ducha em água morna. Ele ficou parado enquanto as lágrimas corriam livremente pelo seu rosto.

Fui até ele e comecei a abrir os botões da sua camisa preta. Ajudei ele a tirar os sapatos e abri o seu cinto.

- Harry... - ele limpou seu rosto com as mãos. E um soluço escapou da sua garganta. E nesse momento, tudo que eu queria fazer era tirar a dor dele e colocar em mim. Arrastei sua calça pelas suas pernas e o deixei apenas de cueca. - Vou deixar você tomar. Relaxe. Tá bom? - fiz um carinho no seu rosto. - Vai ficar tudo bem.

Ele assentiu e eu sai do banheiro.

Fui até o andar inferior atrás do meu celular, e quando o encontrei procurei a letra C na minha lista de Contatos.

- Candice! É a Elizabeth. - comecei assim que a apitou para caixa postal. - Eu realmente espero que você esteja se sentindo podre consigo mesma. Porque é o que você é: podre. - cuspi as palavras com raiva. - Que pessoa faria isso com alguém tão bom? Harry não fez nada além de te amar independente de qualquer coisa. Você virou a vida dele de cabeça para baixo e simplesmente o deixou. Você é a pessoa mais covarde que eu já tive o desprazer de conhecer. - respirei fundo controlando minha raiva. - Não apareça mais. Não toque no nome de Harry durante entrevistas e essas merdas. Apenas... apenas o deixe. Você destruiu ele, e espero que um dia você perceba isso. Então fique longe, é o melhor para todos. Passar bem.

THE CAR - H.S PTOnde as histórias ganham vida. Descobre agora