Matsui Takahashi é uma das cinco alunas admitidas no curso de heróis baseado em recomendações do colégio interno mais respeitado e famoso do Japão, a U.A. Porém seu passado a atormenta obrigando-a tomar decisões difíceis. A única coisa que a mantinh...
Ela tinha medo de trovões, noites chuvosas, de quando gritavam com ela e de ficar na sala do pensamento. Ela tinha medo de sangue, tinha medo de planos arriscados, tinha medo de que tudo falhasse e ela não conseguisse pular o muro que nos dividia do mundo à fora.
Quando ela chegou na casa, Ele disse que eu deveria cuidar dela, que eu seria a responsável por deixá-la confortável em uma casa onde seríamos irmãos mas não teríamos sentimento nenhum um pelo outro.
Deveríamos cuidar um do outro porém não deveríamos nos apegar, já que qualquer um poderia morrer a qualquer segundo em algum experimento ou protegendo as jóias raras.
- Papai não vai gostar em saber que você decidiu virar heroína.
A brisa da floresta faz meus cabelos se moverem.
- Eu não ligo para o que ele vai gostar ou não de saber. - Cuspo e ela ri com a mão na boca, como se quisesse disfarçar - De quem você pegou Toga?
Ela finge uma risada novamente.
Todos em nossa volta se entreolham mas meu olhar não deixou as orbes sanguinárias de Toga.
- O que vocês querem?
- Porque pergunta? Você já sabe, ou deixou de ser uma jóia rara? - Pergunta sádica e tenho vontade de socar a lisa face da loira.
Jóias raras era como Ele nos chamava. Nós entre muitas aspas. As pessoas que eram boas em tudo, que tinham um nível estratégico bom, que eram rápidas e que possuíam poderes fortes.
Eu não deveria ser uma joia rara, porém, lá estava eu, sendo o diamante no meio das pequenas pedras de cobre.
- Viemos te buscar! - Exclama alto suficiente para todos se colocarem em posição de ataque - mas eu não estou encarregada de fazer isso, deixo para alguém que saiba como te engaiolar.
E então, antes que eu retruque ou pense em fazer isso, algo me atinge. Caio no chão, não sinto mais nada, não vejo mais nada, não ouço mais nada apenas gritos pelo meu nome. O som de vidro, como se estivesse dentro de uma taça.
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Tento esfregar meus olhos mas minhas mãos estão presas por algo pesado. Abro-os rapidamente e então encaro a plateia.
Um bar.
Toga me direciona um tapa no rosto. Minha bochecha arde e o impulso me faz encarar os olhos arregalados de Katsuki. Suas orbes estão dilatadas e sinto o seu pavor como se estivesse no ar.
Ele se sente inútil e eu sei disso. Sinto como se meu passado acabasse de me esfaquear pelas costas.
A sala é escura, um bar abandonado porém limpo graças às inúmeras manias de Shigaraki. A pouca luz que cobre o lugar o deixa sombrio e um belo cenário de fine de terror.
- Legal né? Que bom que voltou Matsui. - Shigaraki sorri sádico - eu estava com saudade.
Bakugo parece perdido, seus olhos correm de um lado ao outro porém me ponho em seu lugar. Quem cairia de paraquedas na vida de uma menina que é filha de vilões, assassinos de aluguel, criminosos, pessoas que fizeram outras pessoas sofrerem?
Ele.
Meus olhos alcançam os de Dabi. Ele não expressa nada, como sempre. Ele sabe o que estou pensando. Planejando, arquitetado o que farei agora, o que falarei quando me entrevistarem, o que direi quando for levada por psiquiatras e super-heróis leitores de mente. Sinceramente não sei.
- Matsui já deve saber porque está aqui. Porém explicaremos para Bakugo Katsuki - fala o homem portal - vocês tem um grande potencial, como vilões, claro.
- Matsui, você já é de casa, já é da família, sabe que as portas para você sempre estarão abertas. - Shigaraki fala apenas.
Provocações começam, e eu explodo. Como uma bomba. Eu explodo.
- Não! - Grito e movimento minhas mãos presas que proporcionam um som metálico - Não venha com esse papo de as portas estão abertas para mim! Eu não estou nem aí! - suspiro pesadamente antes de tentar continuar - Meu passado já foi superado! E porque você não fez o mesmo?! Por que você - aponto para Toga - porque não pulou o muro? Porque desistiu?! Era medo?!
A loira range seus dentes porém não levanta do banco giratório.
- O que é um super-herói? - Questiona Tomura - o que é justiça? Esta sociedade é justa realmente? Nosso objetivo é fazer com que todas as pessoas se questionem isso. Nos planejamos vencer. Vocês gostam de vencer... não é Matsui?
Bakugo abaixa a cabeça como se, de certo modo, as palavras estivessem fazendo efeito nele. Me surpreendo, não creio que ele entraria em um grupo de vilões.
- Dabi, solte o menino. - Dabi olha estranho para Tomura - precisamos tratá-lo igualmente. Queremos que, pelo menos ele, fique do nosso lado. E acho que ele está ciente de sua chance aqui no meio.
Passo meus olhos discretamente por todos na sala. Muitos são desconhecidos, já outros cresceram comigo e sei exatamente o que farão se nós atacássemos.
Um homem que parece um mágico caminha até a frente.
- Me perdoem pelo método violento, não queria machucar ninguém mas vocês não são obedientes...
Um vilão direciona-se até Katsuki e solta suas algemas. Ele sentava em uma cadeira metálica ao lado da minha e em um piscar de olhos o loiro salta dela e soca o rosto do homem, fazendo-o cambalear porém não cai.
- Espero que saibam que estou pronto para lutar! - Bakugo grita e sinto vontade de bater em minha testa.
Percebo que a televisão está ligada e nela passa uma entrevista onde posso ver Aizawa sensei e mais alguns professores respondendo alguma perguntas de repórteres.
Todos os vilões se põem em posição de ataque, prestes a lutar com todas as suas forças contra Bakugo. Porém Shigaraki estica sua mão fazendo um sinal que todos prestam atenção.
- Ninguém encoste nele. Ele é uma pessoa valiosa. Achei que nos daríamos bem... - Murmura Shigaraki fingindo não ligar para seu plano que deu errado.
Mas sei que por dentro ele está tão enfurecido que seria capaz de destruir todas coisas nessa sala.
- Ponha o menino para dormir novamente. - O azulado da a ordem e logo um homem caminha em direção a ele. Espero Bakugo reagir porém ele está pensando enquanto os passos do vilão direcionam-se em câmera lenta.
Ele precisa de uma distração. Uma fala minha. Tomo fôlego mas antes que eu possa falar, algo atinge a parede, o chão treme e minha cadeira cai. Bato a cabeça no piso de madeira e tudo começa a girar.
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"você sabe, o mundo não gira em torno de você— "
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• • • • • • Olá pessoas! Finalmente estou de férias e voltarei a atualizar a fic!!
