Capítulo 52: Chisaki?

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— Pra onde estão me levando? — pergunto porém nenhum dos caras mascarados me responde.

O silêncio perturbador preenche os enormes corredores que nos cercam. Nenhum dos cinco mascarados fala nada.

Sou largada em uma sala escura e sombria. Fico alguns minutos até o mesmo mascarado de antes aparecer. Ele clica no interruptor e consequentemente faz a luz preencher a sala. Meus olhos fixam nos seus. Me pergunto quem ele é.

— Até o momento você não é importante para o meu plano, a menos que eu descubra alguma utilidade do seu poder para ele.

Olho para todos os cantos e nenhum objeto me parece tentador o suficiente para cortar sua garganta.

— E então porque estou aqui? — pergunto encarando seus olhos semicerrados.

Ele caminha até mim e para alguns passos do meu corpo.

— Overhaul. Prazer. — ele estica sua mão porém hesito antes de encostar a minha na sua. Sinto uma vontade enorme de sentir seu poder, de garantir que nada irá sair das finas mãos e me matar.

Estico meu braço ao seu e nossas mãos se tocam. O tecido da fina luva palpita pelos meus dedos. Seu poder deve envolver manipulação, já que, ao seu toque, não senti nenhum dano.

— Você já deve saber meu nome. Não se pode cumprir missões sem saber características do indivíduo. A menos que você seja um anti-herói meia boca.

Vejo suas bochechas se flexionarem indicando um sorriso já que não consigo ver sua boca. Logo ele solta uma pequena risada porém não o distraio o suficiente.

— Você saiu da vilã que se tornaria, mas a vilã não saiu de você. — aperto meus dentes uns nos outros.

— O que vocês querem comigo? — ele deixa a cabeça cair para o lado e suspira alto.

— Vamos dizer que você é a confirmação que a Liga dos Vilões pode, — faz aspas com os dedos — confiar na gente.

— E o que eu tenho a ver com o trato de vocês? — como um choque entendo tudo — Eles me querem, e caso o plano de me sequestrar falhasse vocês seriam o plano B. — ele sorri, um completo sociopata — Quem são vocês?

— Hassaikai. Isso é tudo que você precisa saber. — ele gira em seus calcanhares e caminha até a porta.

— Espera. — me levanto fingindo fraqueza para que ele não sinta que sou uma ameaça — Estou com sede, tem como me trazer uma água? — minha face expressa necessidade e, posso dizer, um toque de tristeza.

— Vou pedir para Setsuno lhe trazer.

Ele sai da sala e fico só novamente. Olho para todos os cantos da sala mas nada parece ser uma boa arma. Até meus olhos pararem nos cacos de vidro em um canto. Caminho até eles pegando um e escondendo em minhas costas.

Não diria que estou armada já que esses caras devem ter individualidades fortes, capazes de me matar com um sopro.

Analiso meu corpo para garantir que poderei fazer todos os movimentos necessários em uma luta. Tenho alguns arranhões no rosto e ao longo do corpo. Minha mão esquerda dói mas não vejo nada que possa me atrapalhar.

— Que droga. Me dão serviços tão banais. Eu deveria ser usado para algo de verdade. — ouço múrmuros no outro lado da porta. Sento-me como se estivesse ferida e espero que o sujeito abra a porta.

Uma fresta se abre. Cabelos loiros aparecem e fazem meus olhos saltarem porém voltarem a sua forma calma e desanimada rapidamente.

— Não me olhe dessa forma. Fui obrigado a descer até aqui só para lhe entregar isso — ele estica uma garrafa de água.

Só de olhar sei que ela está lacrada.

— Como vou saber que não há nada nesta água?

— Não me despreze desse jeito.

— Não te conheço ainda para tirar conclusões.

Ele murmura um xingamento baixo quase me fazendo sorrir. Levanto-me enquanto ele abre a garrafa e consigo ouvir o som do lacre de plástico rasgar.

Dou passos calmos e hesitantes em sua direção, paro quando estou a um metro dele. Fico esperando ele tirar a máscara e tomar a água porém ele percebe meu plano.

— Não sou idiota, sei o que você quer. Não preciso tira minha máscara. Não ainda.

Com um golpe ligeiro soco com minha mão livre sua máscara, ela cai fazendo um som metálico colidir com o chão. Olho para ele que está irado.

— Já basta aqueles merdas não confiarem na gente e agora os prisioneiros. Estou cansado de ser tratado como lixo pelo Chisaki.

Chisaki?

Ele corre até mim e após piscar freneticamente percebo que há uma catana em sua mão. Sem perceber uma espécie de escudo sai do meu braço, como a técnica da Momo. Defendo seu afiado golpe que me lança para a parede.

Tiro uma haste cristalizada de minha mão e a uso como arma. Seus golpes são fortes e ágeis, me sinto fraca mas concentro tudo que eu tenho em um único golpe que atinge suas costas fazendo-o colidir em uns móveis quebrados em um canto do quarto.

Cristalizo seu corpo deixando apenas seu rosto fora para que ele possa, pelo menos, respirar.

— Eles vão lhe matar logo logo, não ache que saindo daqui você estará impune.

— Eu nunca fui tão livre assim como você pensa, sou o principal alvo de All For One — ele parece surpreso.

— Eu achei que fosse aquela menina baixinha... Pare de me fazer falar! Eles já vão me matar quando isso tudo acabar. Eu serei o primeiro.

— Porque diz isso? — ele não parece sentir-se ameaçado.

— Quando Chisaki conseguir o que quer, ele irá matar todos que fizeram parte de seu plano. E com certeza a menininha também... — murmura a última parte — Eu sou só um peão no xadrez de Chisaki. Enquanto você é um cavalo ou uma torre.

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Voltei.

Cristal de Sangue - Boku no HeroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora