Capítulo 1 - O segundo irmão Lan não me obedece

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Então, gente, cá está minha primeira fanfic, por assim dizer, estruturada. Só vai ser publicada aqui, ok? Não gosto de outras plataformas.

É um universo alternativo de ficção científica com mecha e tons sobrenaturais. O Cultivo existe e move as naves.

Para você não se perder na leitura, a formatação inclui:

itálico entre asteriscos: os personagens estão se comunicando eletronicamente. Apenas ciborgues completos são capazes disso.

itálico: pensamentos.

- : indicador de fala. Se em uma frase assim parte do texto estiver em itálico, o personagem não falou essa parte, apenas pensou.

negrito: comunicação através de auto-falantes, para todos ouvirem.

Sem mais delongas, vamos lá. Mais informações no final do texto.

......

*Você está certo disso, Zichen?*

A comunicação entre os ciborgues era rápida. Os dados fluíam entre eles sem que o resto da tripulação precisasse saber. Uma linguagem própria, intuitiva, trazida pela energia ressentida que tinha contaminado seus cérebros - única parte viva que lhes restava - e agora movia seus corpos mecânicos. O mais velho, Capitão daquela nave, olhava para o mais novo, piloto, com o semblante desprovido de sentimentos, mas por dentro ele estava fervendo.

*Os sensores de Shuanghua nunca se enganam, senhor. Nem Xingchen, digo, nem a IA. O sistema auxiliar A-Qing também analisou os dados e concorda com eles. Estamos recebendo sinais fracos de energia ressentida. Sinais que já foram registrados antes. Veja.*

A comunicação silenciosa foi rápida demais para que qualquer um na ponte da nave Shuanghua notasse. Song Zichen tinha feito voto de silêncio. Apesar de seu corpo cibernético ser dotado da capacidade de fala, ele mantinha esse módulo desligado. Ele se sentia responsável pela morte do companheiro Xiao Xingchen. Ele só conseguia seguir em frente pois esta nave, comandada por Nie Mingjue, era uma homenagem a ele.

Ele e Xingchen eram pilotos de outra tripulação. Eles combateram e se sacrificaram para que a nave pudesse fugir. A criança que eles haviam adotado, A-Qing, morreu também. A pestinha curiosa se enfiou dentro da nave de Xingchen. Sobrou pouco dos corpos deles. Da família, ele foi o único sobrevivente, mas estava morrendo. Foi trazido de volta sem que lhes perguntassem. Mesmo que fizessem, ele não diria que preferia estar morto. Não há honra em morrer dessa forma. Também não há honra em sobreviver desse jeito, preso em um corpo cibernético, que se move graças à energia que ele tinha jurado combater. Mas quando lhe disseram que uma nave seria construída em homenagem ao companheiro e herói morto, ele precisou se juntar a essa tripulação. Agora, estar conectado a Shuanghua e em contato com inteligências artificiais que lembravam tanto a sua família morta, era tudo o que movia Song Zichen.

Nie Mingjue podia não ter expressões faciais. Podia não bufar mais de raiva. Mas alguém que estava ao seu lado o conhecia tão bem, que o sutil movimento de sua mão já foi suficiente para saber que algo havia acontecido. Muito baixo, para que apenas o capitão ouvisse, o segundo em comando sussurrou:

- Dage? Aconteceu alguma coisa?

Mingjue olhou para Xichen. Sem que ele precisasse fazer nenhum gesto, sua voz ecoou pelos auto-falantes da nave:

- Wanyin, Wangji, quero os dois na ponte agora.

Essa era a resposta que Lan Xichen precisava. Pacientemente, ele aguardou a chegada do General Wanyin e de seu irmão.

Quem olhasse para aqueles dois, poderia jurar que era impossível que eles fossem capazes de concluir uma missão juntos. O general entrou pisando forte, a tensão visível em seu semblante. Já o irmão mais novo de Lan Xichen, com aquele semblante difícil de ler, parecia não ter emoção alguma. Ambos, entretanto, conheciam bem os protocolos. Juntaram as mãos e fizeram uma reverência diante do Capitão, aguardando as ordens.

As coisas que eu ainda não sei - MDZS AUWhere stories live. Discover now