Capítulo 10 - Shuanghua

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Olá, pessoas!

Sigo eu novamente perdendo o controle da minha vida. Três mil palavras por capítulo? Ah, eu bem que queria me manter próximo desse número. Mas o capítulo de hoje acabou ficando com 3763 palavras e o capítulo 11 será ainda maior.

Como eu disse anteriormente, os próximos capítulos estarão cheios de sofrimento. Se tiver pessoas sensíveis aí, preparem os lenços. Mas eu prometo que depois de uma cena triste eu vou colocar uma cena fofa pra amenizar, ok? Não se sintam desamparados. Até que os capítulos com o arco da história que se inicia agora terminem, peço que aguentem um pouco a angústia.

Vocês já sabem mas não custa reforçar: comentem! Tudo o que passar pelo coração de vocês, não guardem. Me deixem saber também. Inclusive críticas construtivas, afinal é a minha primeira fanfic e se algo ficou confuso, só com o feedback de vocês eu consigo melhorar nas próximas.

E se gostarem, votem no capítulo, e recomendem a fanfic para amigos.


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A mente de Song Zichen está em imersão na Realidade Virtual da nave, enquanto o seu corpo cibernético repousa na cadeira de piloto, na ponte de Shuanghua. Lá fora já era noite, e logo, grande parte da tripulação iria adormecer. Apesar do corpo quase que completamente mecânico, ele ainda precisava dormir todas as noites, mesmo que por pouco tempo. E ele se sentia vulnerável dormindo, pois esse era o momento onde a Energia Ressentida trazia à tona todas as lembranças mais terríveis dos últimos momentos de Xiao Xingchen e A-Qing, e o doloroso fato de que apenas ele havia sobrevivido, e viveria sabe-se lá quanto tempo sentindo a falta deles.

Mas aqui, imerso na Realidade Virtual da nave, ele podia conviver com as lembranças boas. Ao longo do tempo, ele alimentou as Inteligências Artificiais de seu amado e sua querida filha com lembranças boas do passado. Em seus momentos de folga, ele podia reviver essas lembranças junto com eles. Era uma simulação, mas mesmo assim era o único alívio que ele tinha.

A lembrança de hoje era de um dia de folga entre uma missão e outra. A nave que eles serviam tinha ido até o Planeta Terra, uma chance única de mostrar para A-Qing como eram, de verdade, as coisas que ela só conhecia pelas simulações. A escolha daquele dia foi um passeio em uma reserva florestal, para que ela sentisse a natureza, e como um ambiente desses era diferente das câmaras de cultivo de alimentos e estufas de plantas das naves. A pequena ficou encantada com um lago de carpas, e os dois seguiram até um santuário para rezar aos deuses. Ao final da oração, Xingchen segurou em sua mão. Ele não se lembra de ter sido assim originalmente, e se assusta, tentando recolher o membro. Mas sente resistência vindo do outro.

- Por favor, Zichen, permita que eu faça isso... Eu sei que não deveria estar agindo assim, não corresponde às suas lembranças e eu não estou colaborando, mas me permita ser um pouco egoísta. E me perdoe também.

As simulações dentro da Realidade Virtual eram absolutamente realistas. E para um ciborgue como Song Zichen, que já tinha um corpo capaz de transferir estímulos externos para o seu cérebro, as simulações traziam também as sensações de tato, olfato, paladar, além da visão e audição, com absoluto realismo. Era como se o verdadeiro Xingchen o tocasse, e isso era perturbador. A IA prossegue:

- Eu não quero substituí-lo. Eu e A-Qing não queremos tomar o lugar dos reais. Nós sabemos que não somos eles. Mas não suportamos te ver assim. Você nos deu as lembranças deles. E nos mostrou o que é o amor. Você vem para essas simulações, onde fingimos ser eles. Você parece feliz, mas depois, quando acaba, você fica tão melancólico. Nós só queríamos que você fosse feliz.

As coisas que eu ainda não sei - MDZS AUOnde as histórias ganham vida. Descobre agora