Extra (cap 29) - Corpo mecânico, alma humana (I) - Wen Ning

343 47 140
                                    

Olá, pessoal, como estão? Se cuidando direitinho? Apesar das coisas estarem lentamente voltando a funcionar, lembrem-se que a pandemia não acabou e que todo cuidado é pouco.

Então, queria conversar um pouquinho com vocês antes de começarem a ler esse extra, porque ele trata de um assunto que pode ser considerado sensível para algumas pessoas.

Como vocês devem saber, eu sou assexual e arromântica. É uma sexualidade que não é explorada com frequência, e é realmente mal compreendida. Resumindo bem, não há uma definição rígida para assexualidade, isso é um espectro, uma nuvem. Eu costumo dizer que não existe um Ace (nome que nós assexuais damos a nós mesmos) igual ao outro. Cada um lida com sexo de uma forma, há os que não suportam nem ler ou ouvir menções a sexo, e há aqueles que fazem sexo com outras pessoas, e no meio qualquer tipo de variação. O que define a assexualidade não é fazer ou não fazer, é sentir atração por outras pessoas ou não. Um assexual estrito não vai, nunca, sentir atração sexual por outras pessoas. Aí tem todas as sexualidades específicas dentro do espectro em que existe atração sexual sob determinadas circunstâncias, ou muito ocasionalmente.

Nesse capítulo eu trato de uma porção específica de pessoas dentro da Assexualidade Estrita: as pessoas que não sentem repulsa a sexo, e inclusive se masturbam. Louco né? Mas é a minha realidade. Eu não me imagino transando com ninguém, mas me sinto confortável me tocando eventualmente. No meu caso, eu já reparei que a vontade é hormonal, quando ela vem eu sei que em alguns dias eu vou menstruar. No resto do mês eu nem penso nisso XD

Eu espero que vocês consigam compreender isso e entendam que eu não estou querendo aqui representar todos os Assexuais. O caso demonstrado nesse extra é bem específico, e todos os Assexuais devem ser respeitados, pois todos são válidos e pessoas saudáveis.

Não economizem comentários, e se gostarem do capítulo, votem nele.


---


- E então? - Wuxian perguntou, empolgado.

Ele estava na ala médica, em uma sala da seção dedicada aos cuidados com os Ciborgues. Mas dessa vez, Wen Qionglin não era o médico responsável, e sim, a cobaia de um novo experimento.

- É... esquisito.

- Defina esquisito. Eu não vou conseguir aperfeiçoá-lo se você não descrever direito. Eu não acredito que em todos os anos de minha ausência, ninguém se deu ao trabalho de mexer no meu projeto. Você sabia que era um protótipo, que foi feito com pressa, quase no improviso, para te manter vivo, e que eu não tive tempo para aperfeiçoamentos. E mesmo assim você não fez nada.

- Me desculpe. Eu só... não me senti apto.

- Você e sua baixa auto-estima. Como assim não se sentiu apto? O maior médico da Frota na área cibernética e praticamente tudo o que fez foi reproduzir o que eu tinha criado. Você não acha que está na hora de deixar isso de lado e colocar suas ideias em prática?

- Er... talvez.

Wuxian estava testando algumas alterações no corpo ciborgue. No momento, a mente de Wen Qionglin estava conectada remotamente a esse novo corpo, mas seu cérebro ainda residia em seu corpo convencional, agora inerte. Ele estava em um tipo de em imersão completa no protótipo, usando uma técnica parecida com possessão, e embora ele tivesse controle do novo corpo e pudesse sentir o que o corpo sentia, não poderia habitá-lo em definitivo até que seu cérebro fosse transplantado para ele. O limite em que ele podia se afastar de seu corpo - de seu cérebro - era de apenas alguns metros. Mas tudo bem, esse era um protótipo, ainda frágil e cheio de falhas.

As coisas que eu ainda não sei - MDZS AUWhere stories live. Discover now