Capítulo 19

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- Mas porque ele? - Gabriel realmente se esforçava pra entender. Na verdade, se esforçava pra não aceitar o que estava à sua frente.

- não seja idiota Biel! Será que foi só eu que percebi o quanto Guilherme está interessado em você. - diz Diego encarando-o.

- O Gui? Sério?! - fala João impressionado.

- Eu percebi! - fala Lucas - o João não percebeu porque não consegue ver o romance no ar. - eles riem, menos Gabriel.

- você está querendo que eu use o Gui?

- qual a nossa melhor opção? Temos que tirar proveito de tudo.

- é verdade! Você é como um crush pra o Gui!

- Eu não sei se consigo fazer isso gente! - Gabriel olhava pra Guilherme com curiosidade e com bastante medo, se Gui não aceitasse? Se desse errado? O que iriam fazer? O QUE IRIA ACONTECER?

- quer um conselho? - disse Diego - você tem até amanhã, se aproxime dele, seja gentil, se ele estiver apaixonado por você não vai recusar o seu pedido.

- mas... se ele me atacar? Tipo... tentar me beijar? O que eu faço?

- se vira! - diz Lucas - olha cara, pensa na nossa liberdade, qualquer coisa vale pra gente sair daqui!

- fala isso porque não é com você!

- a culpa não é minha se eu não sou o galã!

- tá bom tá bom! Eu vou fazer essa palhaçada, mas não quero que outras pessoas saibam.

-  Biel, por favor... Se não sairmos daqui, coisas piores vão acontecer conosco! - diz Diego.

- vou pensar em uma forma de me aproximar dele!

- não temos TEMPO pra isso! - fala Lucas.

- Eu sei qu-

- Guilherme! Vem aqui! - grita Lucas.

- O que você pensa que tá fazendo? - fala Gabriel nervoso.

- Oi! Você me chamou. - Guilherme estava ao lado de Gabriel, que sorriu pra ele.

- Gabriel quer conversar com você. - disse Lucas sorrindo.

- sério? E o que é?

- enquanto vocês conversam, nós vamos... conhecer os outros garotos. - disse Diego piscando o olho para Gabriel. Guilherme sem entender aquilo, sentou e ficou olhando para Gabriel. Ficou feliz. Muito feliz.

- E então... já pode falar!

- Eu queria... - Gabriel não sabia o que dizer - me desculpar!

- pelo quê? - os olhos de Guilherme intimidavam Gabriel.

- por ter sido chato, arrogante e ignorante com você... me desculpa? - Gabriel não sabia o que dizer depois, na verdade aquilo não precisava durar mais do que o necessário.

- obrigado.  Eu nem sei o que dizer. - Gabriel percebeu os olhares de longe, Lucas e Diego pareciam implorar para ele fazer alguma coisa, tudo seria pela liberdade deles, então seria um sacrifício, só não sabia o que exatamente faria. Mas criou coragem pra fazer o necessário.

- você vai estar ocupado hoje de noite? - aquilo fez Guilherme tremer. Seria mesmo aquilo que ele estava pensando.

- Não! Não estarei ocupado... O que você quer? - disse Guilherme com uma expressão de desejo ( ou seja, safado) , aquilo com certeza embrulhou o estômago de Gabriel. Fechando os olhos e respirando fundo, ele pegou nas mãos dele e disse: - Gui... você foi o único que me ajudou quando cheguei, só queria me aproximar de você! - Guilherme parecia hipnotizado, não conseguia parar de olhar para os lábios de Gabriel.  - Gui! Você me ouviu?

- claro que sim! É que sua boca é linda. - por mais que Gabriel não gostasse de receber esse tipo de elogio de um homem, ele agradeceu sorrindo.

- seu sorriso é encantador.

- obrigado.  Então hoje a noite você vem me ver?

- claro! Não vou esquecer.
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Era inacreditável que aquilo estava mesmo acontecendo. Mesmo com as coisas ruins, ainda dava pra zuar com a cara de Gabriel, mas o real motivo, era que eles estavam perto de conseguir o que tanto queriam, a chance de fugir e sair daquele lugar antes que se tornasse um verdadeiro inferno pra eles. Seria apenas uma semana, mas a saudade já era grande, saudade dos familiares, dos amigos, de jogar futebol, a tristeza também era grande.

- Gabriel tá tirando onda mesmo - disse Lucas - vai ter um encontro!

- para com isso! Só estou nos ajudando.

- Verdade! - disse Diego - sei que não é fácil, por isso agradeço!

- obrigado Diego! Pelo menos alguém com bom senso aqui.

- cuidado com o que vão fazer, se não vou ficar com ciúmes! - disse João

- Ahhh não! Até você! Por favor.

- acho melhor vocês pararem. Porque se não conseguirmos sair daqui, o que será de nós? Não brincaria numa situação dessas. Não gosto nem de pensar nas coisas que vamos passar! Gabriel, eu acredito em você. Faça o que achar melhor, mas não tenha vergonha, seja corajoso! Só temos mais essa semana que entra, depois que o treinamento acabar vão nos colocar na prateleira da boate.

- não fala desse jeito! Assim fica esquisito! Eu não sou um objeto! - diz Lucas.

- pra eles nós somos! - diz Diego triste.
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Depois da conversa, cada um foi para seu quarto, apesar de tudo, Gabriel ainda tinha com o quê(ou quem) passar o tempo. A esperança de sair daquele lugar dava inspiração. Quando pegou o caderno, que foi presente do seu irmão, as lembranças o afogavam. Ele escrevia sobre a vontade de viver seus sonhos sem sacrificar nada importante.  A frustração de ser enganado.  A saudade da sua cidade. Escrevia sobre tudo, tudo que estava pensando e sentindo. Não se deu conta que o que estava escrevendo não era uma poesia, mas sim uma narrativa. Parecia um texto de diário. Mas aquilo o aliviou, passar o estresse para a folha.

Quando percebeu o tamanho do texto, das inúmeras palavras, um barulho o interrompeu, devia ser o Guilherme batendo na porta. Gabriel se levantou e foi abrir, tinha acertado, óbvio que seria Guilherme.

- pode entrar.

- com licença.  - disse Guilherme sentando na cama ( quem disse que não dá pra ser educado). Só porque estavam naquela situação constrangedora de cárcere e prostituição ( no caso de Guilherme) não significava que poderiam descontar nos outros. Por isso continuaram educados, com a sua personalidade intacta, por mais que isso fosse difícil. Pois alguns mudaram com o passar do tempo. E ninguém poderia culpa-los.

- então... - os dois estavam parados, se olhando, até que Gabriel decidiu falar.  - pode me chamar de Biel.

- claro que vou! Mas...

- que tal falarmos sobre você, assim criamos assunto e claro que vou falar de mim também! - Gabriel pegou o conselho de Diego, sobre criar uma intimidade, passar confiança para Guilherme, não seria fácil, e era pouco tempo pra isso, mas não custava nada tentar.

- você é de onde? Quero dizer... onde morava? - Guilherme suspirou, fechou os olhos, e quando abriu...

- Eu estou loucamente apaixonado por você!



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As Cores do Destino (Romance Gay) +18Onde as histórias ganham vida. Descobre agora