21|Grande esperanças

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Melissa.

Eu não lembro bem como começou. Só me lembro de estar tentando estudar para uma prova de matemática, quando do nada, todos apareceram no meu quarto. Meus tios, a Lux, Zayn, Harry, Niall, Louis, Liam, Josh e sabe-se lá mais quem.

Não sei o que é mais estranho, se é o fato do meu quarto nem ser tão grande assim pra caber tanta gente, se é porque os meninos deviam estar em alguma cidade com nome impronunciável da Inglaterra, ou ainda o fato de eu estar vestida de uniforme, sendo que eu tinha certeza de que hoje era domingo.

Todos pareciam entretidos em alguma coisa, conversando entre si ou mexendo nas minhas coisas, como se meu quarto fosse algum tipo de exposição de arte.

- Ei, pessoal. - chamei, mas ninguém olhou para mim. Tentei mais uma vez.

Nada. Ninguém pareceu notar que eu estava ali. Fiquei de pé na minha cama e fiz mais uma tentativa.

- SERÁ QUE ALGUÉM PODE ME OUVIR? - gritei. Todos olharam em volta, para achar a origem do barulho, até que me notaram.

- Algum problema, Melissa? - minha tia perguntou.

- Seguinte, eu tenho uma prova de matemática super difícil amanhã, e preciso estudar. Então, por gentileza, todos para fora do meu quarto, AGORA!

Ouvi murmúrios diversos sobre como eu era grossa e indelicada, mas aos poucos, eu me vi sozinha novamente.

Ou quase.

Harry ainda estava ali, sorrindo para mim como se eu não tivesse acabado de gritar que queria todo mundo fora do meu quarto.

- Ah, Harry? - chamei, descendo da cama (e quase caindo de cara no chão no processo, diga-se de passagem).

- Você vai mesmo ser cruel a ponto de expulsar o seu namorado que por acaso está morrendo de saudades de você? - ele abriu os braços e caminhou na minha direção, com aquele olhar de cachorrinho que caiu da mudança que ele faz melhor do que ninguém.

Me joguei em seus braços, automaticamente sentindo seu perfume familiar que eu tanto gostava.

- Ainda quer que eu vá? - ele perguntou, num tom de voz que mal passava de um sussurro.

Não, fique aqui comigo por favor. Era o que eu queria dizer.

- Eu realmente preciso estudar, Harry. - foi o que eu disse.

Ele pareceu decepcionado, mas não ia desistir tão fácil.

- Você pode ficar estudando enquanto eu estou aqui. Prometo não te distrair. - ele disse, fazendo exatamente o oposto disso.

- Não prometa algo que não pode cumprir. - eu disse, embora estivesse abraçando-o com mais força agora. Como eu havia sentido falta dele!

Harry riu, me beijando logo em seguida.

Uma vez, uma directioner me perguntou qual era a sensação de beijá-lo. Respondendo à pergunta: é bom e ruim ao mesmo tempo.

É agora que todos começam a duvidar ainda mais da minha insanidade. Como beijar o Harry pode ser ruim? É bom, por razões óbvias. E ruim, porque você não consegue parar, mas sabe que precisa, e então uma mistura um tanto incontrolável de sentimentos começa a te consumir aos poucos, tornando cada vez mais difícil retomar o controle e parar.

Uau, isso soa tão sem sentido quanto eu acho que soa?

- Viu? Você não pode me prometer uma coisa dessas. - eu disse, ainda sem fôlego.

- Então eu prometo tentar não te distrair, ok? Por favor. - ele pediu.

Eu suspirei, lutando brevemente com o nó da gravata do meu uniforme e em seguida a atirando em algum canto do meu quarto. Eu até gosto do meu uniforme, mas a gravata é realmente irritante.

One More Day (H.S)Where stories live. Discover now