Capítulo 58

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(...)

Fiz meu caminho de volta até o quarto da any e seu padrasto estava parado na porta. Ele me lançou um olhar impaciente quando me aproximei e apressei meu passo, logo chegando até ele.

– Onde você estava? Any acordou e está pedindo por você.

– Ela está bem? – perguntei, mas não esperei por sua resposta.
Passei por ele e abri a porta, adentrando o quarto. Que continuava do mesmo jeito que eu tinha deixado quando saí: as cortinas fechadas, uma luz fraca acesa perto da porta do banheiro e com o mesmo som irritante dos bipes dos aparelhos.

Any estava sentada na cama, lendo algum tipo de revista e parecendo bem melhor desde a última vez que eu a tinha visto.

– Ei - chamei, atraindo sua atenção e ganhando um sorriso lindo em resposta – Como você está?

– Onde você estava? Você disse que estaria aqui – any ignorou completamente minha pergunta, o que me fez rir baixinho. Aquilo era tão ela.

– Perguntei primeiro – insisti.

– Eu estou bem. Quero ir pra casa.

– Os médicos disseram que você só vai ser liberada em alguns dias, então vá se acostumando a ficar aqui – murmurei e any choramingou.

– Você não respondeu a minha pergunta.

– Desde quando você se tornou uma dessas namoradas possessivas que sempre querem saber onde o namorado está? – brinquei, fazendo any me lançar um olhar assassino e impaciente, o que me fez rir.

Segurei sua mão na minha para acalmá-la, entrelaçando nossos dedos em seguida. – Eu estava apenas fazendo alguns exames – disse, levantando a manga comprida de minha blusa para lhe mostrar o curativo em meu braço.

– Por quê? Está se sentindo mal? – ela perguntou e eu adorei ver o olhar de preocupação em seu rosto.

– Não, foi apenas por precaução. Aproveitei que já estava em um hospital pra dar uma checada na saúde – dei de ombros.

Any semicerrou os olhos, desconfiada. Eu sempre ficava surpreso com a facilidade que ela tinha em me ler, eu não mentia tão mal assim, mas podia dizer que any sabia que eu estava escondendo algo.

Eu não queria ter mentido, mas sentia que ela ficaria brava se eu contasse o que realmente tinha feito, e any brava era a última coisa que eu queria.

Eu tinha acabado de reconquistá-la de novo, não podia perde-la mais uma vez, ainda mais num momento como aquele.

– Vem aqui comigo? – ela perguntou depois de um tempo em silêncio, dando um tapinha ao seu lado na cama.

– Princesa, eu não sei se é permitido... – hesitei, fazendo-a revirar os olhos.

– Eu não ligo – any cruzou os braços – Eu preciso de você aqui perto de mim - ela disse de uma maneira tão bonitinha que eu simplesmente não resistia.

– Tudo bem – bufei, sacudindo a cabeça negativamente em desaprovação.

Any sorriu e me deu espaço enquanto eu tirava meus sapatos, subindo logo em seguida. Não era nenhuma cama de casal, mas definitivamente era maior que uma cama de solteiro.

Nós dois cabíamos perfeitamente ali. Puxei ela com cuidado para os meus braços assim que terminei de me ajeitar e ela se aconchegou em mim, suspirando.

Ela deitou a cabeça em meu peito e eu comecei a acariciar seus cabelos cacheados.

– Eu já disse que senti sua falta? – perguntou e eu sorri.

O Caipira - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora