Capítulo 47

3.9K 528 375
                                    

(...)

Conversar com Scooter desde os últimos acontecimentos sempre era cansativo para mim, ele vivia querendo me fazer mudar de ideia com aqueles seus discursos positivos tirados de livros ruins de autoajuda, mas daquele vez tinha sido diferente.

Ele realmente havia conseguido atingir um lugar dentro de mim. Talvez, se eu lutasse só mais um pouquinho, tudo iria se ajeitar e eu teria um resto de vida legal, com as pessoas que eu amava que restavam e que eu sabia que continuariam comigo até o último segundo.

Eu precisava concertar as coisas e, pela primeira vez em muito tempo, sabia exatamente o que fazer.

POV Josh.

[[Um mês depois]]...

Terminei o que tinha para fazer e olhei em volta, me sentindo perdido. A fazenda de Silvio pela primeira vez parecia ser grande demais para mim.

Eu não sabia o que era, apenas levava constantemente comigo um sentimento de vazio dentro do peito, que doía como o inferno. Desde que havia voltado de Nova York

Estar sem any era como estar sem uma parte de mim. Eu já tinha me acostumado, de verdade, mas tinha sempre aquela dorzinha em meu coração que me fazia lembrar dela e aquilo era demais para mim.

Eu já havia me acostumado, sim, mas não havia superado. Nunca iria. Tinha plena certeza de que any era a mulher pra minha vida, eu nunca havia amado ninguem.

Aquele seu discurso não havia sido apenas uma faca atravessando meu peito, era como se houvesse um grande buraco negro onde deveria estar meu coração.

Ela havia o arrancado dali e o esmagado em suas mãos, como se não fosse nada demais. Uma parte de mim sussurrava em minha mente que eu merecia aquilo e muito mais depois de tudo o que havia feito para ela.

Eu merecia muito mais. A cada dia que passava, a raiva que tinha de mim mesmo só aumentava

Suspirei pela milésima vez no dia e fechei todo o estábulo, onde havia passado o dia cuidando dos animais. O sol ainda nem havia se posto no horizonte, mas eu já sabia que iria chegar em casa, tomar um banho e cair na cama.

Sem Any ali, minha vida era chata e monótona. Eu não queria outras mulheres, não queria sair com meus amigos e encher a cara de bebida até não aguentar mais.

Dizem que um dia isso tudo iria passar... Eu duvidava.

Saí dali. Lamar vinha com um sorriso de orelha a orelha em minha direção, então simplesmente lhe dei as costas e comecei a caminhar em direção á minha casa.

Estava sem nenhum saco pra aguentar a felicidade dos outros. Parei no meio do caminho, franzindo a testa, não por lamar estar gritando meu nome como uma vagabunda louca, mas sim porque escutei um som novo por ali. Risadas de criança. Desde quando havia crianças naquele lugar?

– Ei, cara – lamar chegou até mim, apoiando suas mãos em seus joelhos, ofegante – Você não escutou eu te chamando?

– Escutei, só escolhi te ignorar – respondi e ele me estudou por um longo momento, arqueando as sobrancelhas – Quem está aí? – perguntei, curioso.

– Bom, isso com certeza vai melhorar seu humor – ele riu, segurando meus ombros e fazendo com que eu girasse e parasse de frente pra entrada da fazenda.

Eu estava prestes a perguntar o que diabos ele queria dizer com aquilo, mas não precisei, apenas vi. Simplesmente não podia acreditar em meus olhos, aquilo só podia ser uma pegadinha de mau gosto, ou uma miragem, ou até um milagre de Deus.

Any vinha em nossa direção de mãos dadas com sua irmã, e com Silvio, shivani, bailey e Carla ao seu lado.

Nossos olhos se encontraram no mesmo instante e ela abriu um sorriso enorme, respirando fundo. Meu coração batia tão rápido e forte que eu pensei que ele fosse sair por minha boca.

O Caipira - BeauanyWhere stories live. Discover now