Capítulo 36

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POV Josh

De todas as noites mal dormidas, aquela definitivamente havia sido a pior. Eu só conseguia pensar em any dirigindo sem condições e sozinha por aí. Revirei na cama o tempo todo, pensando que eu nunca me perdoaria se algo acontecesse a ela.

Eu era um idiota mesmo. Não devia tê-la provocado, devia ter mandado Silvio e aquele seu maldito plano pro quinto dos infernos e ter ido embora daquele lugar. Seria melhor para Any.

Eu era apenas um atraso em sua vida, ela já  havia me dado tantas chances e eu simplesmente as joguei no lixo, mas... Eu realmente a amava e a queria por perto, não por Silvio e seu dinheiro, mas porque eu sabia que any era tudo o que eu precisava.

(..)

Finalmente adormeci quando o sol estava nascendo, um sono cheio de imagens da any, boas e ruins. Eu só precisava dela aqui.

Acordei horas depois, com certeza muito atrasado para o trabalho, e agradeci a Deus por Silvio estar viajando. Me sentei na cama. Minha casa não estava do jeito que eu havia a deixado noite passada.

Havia uma toalha jogada no encosto do sofá, as portas de meu guarda roupas estavam abertas e havia roupas femininas espalhadas pelo chão. Franzi a testa, coçando a nuca. O que diabos tinha acontecido ali?

– Bom dia – observei Any pendurada no balcão que separava meu quarto da cozinha, sorrindo pra mim como uma criancinha. Franzi a testa sem entender nada

– Bom dia – murmurei, totalmente confuso. Eu só podia estar sonhando. Ela pulou do balcão e veio correndo até a cama, pulando em meus braços e se agarrando a mim, me abraçando forte.

Ela usava apenas uma de minhas camisetas e seus cabelos cacheados estavam levemente úmidos – any, o que você está fazendo?

– Te abraçando – murmurou e em seguida beijou meu pescoço, me apertando ainda mais forte.

– Por que? – arqueei as sobrancelhas, morrendo de vontade de retribuir o seu abraço, mas não o fiz. Apenas continuei lá, imóvel e confuso.

– Porque quero – ela disse, fazendo meu coração falhar uma batida. Eu sabia que ela me amava, apesar de tudo, e era sempre bom ouvi–la dizendo aquilo, mas dessa vez eu tinha muitas coisas em minha cabeça e era difícil separar o que era verdade e o que era mentira.

Eu queria acreditar em suas palavras, mas estava confuso demais. Numa hora ela me queria, na outra saía correndo e depois voltava cheia de palavras bonitas, o que diabos aquilo queria dizer?

– Meio difícil acreditar nisso quando você fugiu correndo de mim ontem – soltei uma risada amargurada, a afastando. Any piscou os olhos pra mim, provavelmente sem acreditar que eu tinha a empurrado pra longe.

– Eu... Estava confusa, você precisa entender – ela desviou o olhar, embolando minha camisa em seus dedos, uma mania irritante que ela tinha.

– Eu entendo, mas eu só queria te ajudar, eu fiquei preocupado – bufei, me levantando. Odiava vê-la chorar, sabia que o que tínhamos feito era errado e que seus pensamentos deveriam estar a torturando dentro de sua cabeça, eu só queria consolá-la e dizer que tudo iria ficar bem.

– Desculpe – ela suspirou, mordendo o lábio inferior, ficando em silêncio por algum tempo até dizer: – Eu terminei com noah – eu estava pronto pra ignorá–la e me trancar no banheiro, mas aquilo me fez parar.

Será que eu havia ouvido certo?

– Você o que? – a encarei, semicerrando os olhos.

– Eu terminei com noah – any repetiu, ainda sem me encarar.

O Caipira - BeauanyWhere stories live. Discover now