O Caipira - Beauany

Capítulo 53

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Ela era perigosa, incerta, traiçoeira, imprevisível, manipuladora... Mas valia a pena correr o risco só pra sentir aquele êxtase que ela me fazia sentir.

Não sei explicar como era isso, quando eu estava perto, era como se meu coração pudesse explodir a qualquer momento, como se minha alma ficasse mais leve e como se todos os problemas do mundo sumissem.

Era como se fossemos apenas eu e ela no mundo todo. E eu poderia viver nesse nosso mundo pra sempre.

Mas ela me expulsou dele á chutes e ponta pés. Isolou-me e me deixou vagando por aí, tão quebrado, tão sozinho, tão sem ela. E quando a pessoa é sua vida, o que acontece quando ela vai embora?

É meio impossível viver sem uma vida, não é? Mas eu continuo aqui, vivendo sem ela, e isso prova que nada é impossível. Queria ter aprendido isso de forma menos dolorosa, porque não é fácil essa confusão de dores causadas pela ausência dela aqui dentro de mim.

Eram tantas que já formavam nós cegos, se confundindo e se juntando, fazendo com que tudo piorasse

– Sei que tentei separar vocês no começo – Silvio continuou, me despertando de meus devaneios – Mas fico feliz que vocês não tenham desistido desse sentimento por minha causa, eu nunca me perdoaria.

É muito bom saber que Kayla encontrou alguém que a ama da maneira que ela merece – ele me lançou um sorriso cheio de gratidão, mas não consegui retribuir.

– Seria muito mais fácil amá-la, se ela não estivesse tentando me afastar – bufei, sentindo um nó se formar em minha garganta.

– Muitas coisas podem ser ditas sobre any, e uma delas é que ela se importa demais com você. Ela te ama, josh, e não pense nem por um momento que ficar longe de você está sendo fácil para ela.

Any me liga todos os dias e pergunta milhões de vezes sobre você, ás vezes é meio irritante – Silvio disse e um sorriso triste se formou em meus lábios.

– Então por que ela está tentado acabar com tudo o que já tivemos um dia?

– Isso você terá que perguntar a ela, pois não me sinto no direito de contar – ele suspirou, como se tivesse alguma dificuldade em tocar naquele assunto – Mesmo que ela não te conte, você ficará sabendo um dia, é inevitável.

Silvio me deu um abraço e me desejou boa sorte. Me despedi de Carla, Shivani e bailey também, não era como se estivesse indo embora para sempre, então foi bem rápido, mas é claro que minha mãe aprontou um escândalo.

Ela sempre fazia aquilo, devia ser alguma coisa que as mães tinham ou alguma coisa do tipo, só sei que era constrangedor.

Toda vez que eu pensava que iria deixa-la sozinha ali, mesmo que fosse apenas por um tempo, um aperto tomava meu peito. Se eu não estivesse ali, quem iria proteger minha pequena mãe?

Me sentia um filho de merda, mas sabia que ela era uma mulher forte e que já tinha superado muita coisa sem a ajuda de um homem. Minha mãe era minha guerreira

– Você tem certeza que não quer que eu vá junto com você? – Úrsula perguntou, fungando.

– Você não pode largar seu trabalho pra cuidar de mim, mãe, eu já sou um homem – revirei os olhos teatralmente, mas sorri em gratidão.

– É que pra mim, você sempre será um bebê – ela disse, me abraçando, me fazendo rir.

– Ah, dona Úrsula, o que eu faço com você? – a abracei apertado, depositando um longo beijo em sua testa.