Capítulo 51

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(...)

– E você, Maria Sabina, aceita Josh Beauchamp como seu legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, na riqueza e na pobreza, por todos os dias de sua vida?

O padre de dirigiu a Sabina, que por sua vez tinha o olhar em seu pai, sentado na primeira fileira de cadeiras que haviam sido colocadas ali.

Respirei fundo, sabendo que assim que ela disse as palavras e nós assinássemos os papeis, finalmente estaríamos casados. Tentei não pensar – pela milésima vez – no quanto eu seria infeliz naquele relacionamento, em como cada dia seria longo e desgastante e no quanto eu me arrependia de um dia ter colocado minhas mãos em sabina.

Se eu soubesse no que aquilo resultaria, nunca teria nem chegado perto da garota, que se encontrava calada demais em minha frente.

Os convidados começaram a murmurar, baixo, mas ainda assim era possível ouvi-los. Eu estava tão confuso quanto eles.

Havíamos ensaiado aquela cerimônia centenas de vezes antes daquele dia, tudo tinha ocorrido perfeitamente bem, mas hoje Sabina não estava seguindo o roteiro.

– Sabina? – a chamei, atraindo seu olhar confuso pra mim – Qual a sua dificuldade? Apenas diga as malditas palavras.

– Josh, eu... – ela começou, alternando seu olhar entre mim e seu pai. Ela deu um passo á frente, segurando minhas mãos nas suas, que estavam trêmulas e suadas – Sinto muito por ter te feito passar por tudo isso.

– Não tem que se lamentar agora, já está feito, apenas diga sim e acabe logo com toda essa merda – sussurrei, irritado.

Agora não era hora pra ela resolver se desculpar por ter estragado minha vida de todas as maneiras possíveis. Queria o fim daquilo logo, não aguentava mais fingir que queria aquele casamento, talvez sabina estivesse nervosa, mas eu não dava a mínima.

Era ela que tinha inventado tudo aquilo e convidado praticamente a cidade inteira, não eu. Não que eu fosse um expert em sabina e soubesse quando ela não estava bem, mas eu definitivamente havia notado que ela estava estranha ultimamente.

– E então? – o padre chamou sua atenção, colocando fim ao burburinhos dos convidados. Sabina respirou fundo a apertou minhas mãos, fechando os olhos com força, voltando a abri-los alguns segundos depois, que mais pareciam ter sido horas.

– NÃO – ela respondeu alto, com os olhos cheios de lágrimas – Eu não aceito.

Demorou algum tempo pra que meu cérebro processasse o que ela havia falado e, por um momento, eu pensei que minha própria mente estava pregando peças em mim.

Sabina havia dito não. O que aquilo significava? Eu estava pra lá de confuso, simplesmente não esperava que justo ela, Sabina, a garota que tinha montado aquele casamento e que estava carregando um filho meu, iria dizer não.

Ao que parecia, nem o resto das pessoas presentes ali. Se antes os convidados murmuravam baixo, agora estavam quase gritando para falar uns com os outros, eu podia ver a surpresa estampada em seus rostos quando corri meus olhos por eles.

As madrinhas de Sabina se desesperaram, o padre a encarava como se ela tivesse perdido o juízo e eu simplesmente fiquei parado lá, atônito demais pra dizer qualquer coisa.

– O que está acontecendo? – o pai de Sabina se levantou e veio até o altar, com raiva nos olhos.

– Estou me perguntando a mesma coisa – pisquei, murmurando e voltando a encarar Sabina, que chorava.

– Sabina, apenas pare de frescura! Acabe com isso logo, não era o que você queria? – seu pai a chacoalhava, como se aquilo fosse fazer com que ela pensasse claramente.

O Caipira - BeauanyOnde histórias criam vida. Descubra agora