Capítulo 5 - A melhor defesa nem sempre é o ataque

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Após o final do baile, Perigo e eu saímos juntos para ir até a boca. Precisamos decidir algumas coisas.

O lugar está gelado e em completo silêncio, já que todos estavam no baile.

- O que são essas coisas? - Ele diz pegando um de meus papéis sobre a mesa.

- Projetos, para a comunidade, nada demais - Me sento.

- Uma creche para crianças até quatro anos? - Eu assenti - Melhorias no posto de saúde?

- Enquanto o médico retirava minha bala - Eu toco o local e ele me analisa - reparei que ele não usava luvas e sem contar o fato de que retiraram minha bala sem uma anestesia, tive sorte que a bala não foi fundo caso o contrário teria de dar pontos.

- Uma quadra coberta? Pra que tudo isso? É besteira gastar com essas coisas.

- Isso ajuda a melhor a condição de vida, e antes de pegar o resto do meu morro de volta, quero ter essa área em boas condições. - Ele continua sério - Mas isso não é exatamente da sua conta, ou é ?

Escutamos um barulho vindo de fora que nos mantém alerta.

- Droga, tinha esquecido - Ri - Não se preocupe, é um dos caras do Alemão, peguei ele no dia que invadiram, os outros fugiram ou morreram. Foi por isso que eu pedi que viesse, vou interrogar ele agora, quem sabe ele não seja útil a você também?

- Vai na frente - Seus olhos tinham um tom sombrio, que para os negócios, funciona muito bem.

- Ivo, não é? - Eu sorrio docimente - Não se preocupe, não vou machucar você.

Eu me agacho próxima dele, que está pendurado pelas mãos acorrentadas no ato da parede.

- Está confortável? A maioria dos homens que vem aqui, não se importam muito com conforto - Ele me encara e se mantém em silêncio - Você quer fazer as honras? - Me dirigi a Perigo.

- Estão amiguinhos agora? - Ele diz sarcástico.

- Amiguinhos? - Perigo ri olhando para mim.

- Melhor, acabamos de ficar noivos, não é ótimo? - Mostro a aliança para ele e me afasto para deixar que ele se divirta.

Eu não gosto de usar a tortura, mas no nosso trabalho ou você tem informação ou se torna um alvo fácil.

"O fim justifica os meios".

Ela não nos disse muita coisa, só que Alemão planejava usar alguns ataques para que brigasemos entre nós e se ele já sabe do noivado, vai apressar isso. Ele também nos disse que muito provável ele ataque na próxima semana em grupos que variam entre os carros e as motos.

- Vou mandar reforçar a segurança do morro e pedir homens vigiando as transições do alto - Ele aponta no mapa.

- Não sei, isso parece fácil demais, você não acha ? - Eu olho para ele - Mathias falou rápido demais, não podemos ignorar a informação, mas colocar homens nos telhados é previsível, precisamos de lugares mais camuflados e de mais difícil acesso - Eu penso - Dentro dos prédios.

- Como acha que entraremos neles?

- Qualquer tipo de distração que tira as pessoas da recepção basta.

- Um acidente de moto na avenida - Ele aponta e eu assenti - Talvez um problema com os canos do prédio, os encanadores seriam um dos nossos.

- Gosto do jeito que você pensa. - Ele tem um sorriso sugestivo nos lábios - Acho que ele não espera que não saíamos do morro então vamos estar pessoalmente nas transições. Se ele quer que a gente brigue entre si, precisamos estar vivos para isso e ele vai evitar atirar em nós.

- Os homens dos prédios passam informações sobre as posições dos homens do Alemão e quando dermos o sinal atiram de volta. Precisamos ter um deles em cada um dos prédios que cercam os locais.

- No meu são seis prédios, então seis homens - Conclui.

- Sete prédios, sete homens - Ele analisa - A minha primeira transição é segunda, já vou ir preparado.

- E se nada acontecer se prepare para a próxima, sem abaixar a guarda - Concluo.

E ai, você prefere a defesa ou o ataque?

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A dona do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora