Capítulo 14- Hoje tem bailão!

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  Perigo resolveu fazer um baile, na favela dele, claro. Eu tenho que estar presente e então eu uni o útil ao agradável, chamei os fornecedores, como um pedido de desculpas e claro que a Larissa, minha prima e tentei chamar a Madelaine mas ela preferiu não vir.

  Não demorou para que assim que eu chegasse visse uma garota em cima do Perigo, eu não ligaria, mas se tem uma coisa que eu não sou é corna meu amor.

— Quem é essa maluca? — Eu arqueio a sobrancelha.

— Olha aqui minha flor... — Eu cruzo os braços quando ela se vira para mim — Caos? O... oi... é...

— Borrou as calça, fia? — Larissa caçoa tirando uma risada de Carlota.

— Mete o pé, sangue de Itália ferve rapidinho, amor — Carlota pisca para a mina que abaixa a cabeça e sai.

— Tá com ciúme, Beatrice — Perigo implica e eu ri.

— Coragem, Perigo — Eu me dirijo ao bar onde HL e o tal JP estão — E aí, meninos.

— Já botou a ruiva pra correr? — HL disse rindo — Rápida né, patroa?

— Comigo é agilidade, parceiro — Eu chamo o barman com um movimento de pescoço — Me traz uma dose de tequila, eu vou precisar.

— Saiu com o rabo entre as pernas — JP ri.

— Aquela lá é a tua amiga? — Eu desvio o olhar para a pista de dança do camarote.

— A Larissa? É ela mesmo — Eu volto o olhar para ele que morde o lábio — chega logo nela — Ele faz um toque com o garoto e sai com um sorriso no rosto — mas é um cafajeste — Digo para mim mesma o vendo se distanciar.

— E aí, tu toma conta do lugar a quanto tempo? — Eu o encaro analisando seu semblante.

— Pouco — É só o que eu respondo antes de virar a minha dose — Me traz outra — Digo ao barman.

— E como você e o Perigo se conheceram? — Eu ri por sua intromissão.

— Tá afim de saber por que? — Eu aceno com o olhar para o barman e me viro para ele.

— Só quero puxar assunto — Ele levanta as mãos em rendição — você fica muito na defensiva.

— Eu sou dona de Morro e não um patricinha sem cérebro — Eu viro a dose — Quer um conselho? Se aproxima não... — Eu o olho de cima para baixo — fica longe — Eu o encaro nós olhos com frieza e depois sorrio inocente antes de deixá-lo sozinho. Não gosto dele, intrometido demais.

  Eu me junto a Carlota na pista, fazia tanto tempo que não dançava por horas... nunca me canso, é impressionante.

  Enquanto eu dançava sinto uma mão forte tocar minha cintura... Adam, ele beija meu pescoço me fazendo arrepiar.

— O que você acha que está fazendo? — Eu provoco me virando para ele e sussurrando bem próximo de seus lábios.

— Dançando com a minha mulher, eu posso? — Eu o encarei seus olhos repletos de luxúria.

— Fique a vontade — Eu sorri travessa — O que é isso na sua mão?

— É um drinque — Eu o encarei séria. Não me diga que é um drinque– pensei. — Se chama — Ele se aproximou do meu ouvido para sussurar — pau na coxa — Ele mordeu minha orelha e eu tampei a boca para não rir.

— Falhou! — Eu digo apoiando a cabeça em seu peito — Que nome horroroso — Quando volto o olhar para  os seus olhos, ele tem um sorriso divertido nos lábios.

  Antes de ir embora com Perigo eu avisto Larissa e HL quase se comendo no sofá que há no andar de baixo.

  O calor dos raios do sol me forçam a deixar as minhas cobertas e abrir os olhos para poder trabalhar. Minha cabeça gira me dando um forte ânsia de vômito.

  Quando desço as escadas com a mão cobrindo o rosto eu paro nas escadas tentando me manter de pé.

— Henrique, tá me escutando caralho? — Perigo da um tapa na cabeça de HL — Tá com esse sorriso no rosto por que ?

  A porta da frente se abre mostrando Larissa que, assim como eu, tenta escutar a conversa.

— Tava com a Larissa, gostosa, a mina é boa na cama — Ele tem um sorriso e um tom de vantagem na voz — mas é fácil demais, não tem gra... —Antes que ele terminasse ela sai batendo a porta com força.

— HL, da o fora da minha casa — Eu mando e Perigo tem a cara fechada.

— Tu fica, porra! — Adam o impede de sair. Eu ri sem humor e retiro a pistola.

— Eu vou ter que repetir mesmo? — Desafio Perigo — Se eu ouvir você tirar onde por que pegou, sei lá quem,  dentro da minha casa, de novo, eu não vou mandar sair... vai ser uma bala no meio da testa — Eu o encarei séria — Você entendeu, Henrique? — Ele assentiu nervoso — As mina do meu Morro e de lugar nenhum são troféu pra você ficar exibindo pro seus amigos e ainda mais as minha mina.

— As suas mina? — Perigo diz parecendo não me levar a sério.

— As minhas meninas — Eu o encaro — As que trabalham comigo: Larissa e Carlota... tá entendo agora ou você precisa que eu desenhe? — rosno entre dentes.

— HL da o fora daqui — Exclama irritado — Te vejo já boca daqui cinco — Ele passa por mim de cabeça abaixada e eu coloco a arma na cintura  — Se você apontar a arma para o meu sub de novo... — Eu cruzo os braços esperando que ele termine — Não adianta falar porra nenhuma com você? — Ele esbraveja — Porra, Beatrice!

— Eu gosto do Henrique mas passou da hora dele e de você aprenderem que mulher não é objeto — Eu digo séria — e é bom que vocês não as tratem como se fossem dentro da nossa casa, porque não me importa de quem vier... eu. não. vou. aceitar — Digo pausadamente.

  Ele suspira pesado, e me encara com o maxilar travado. Eu ri por dentro. Ele achou que ia casar e assumiria o meu Morro, que ia ter o que quisesse sem que eu reclamasse uma vez... e na verdade, recebeu uma mulher mandona e cabeça dura que não precisa de muito para fazer ele ceder nas decisões... tadinho, da até pena.

— Mudando de assunto — Digo me sentando no sofá — eu tive uma ideia ontem — eu mordo o dedo indicador.

  Conto a Perigo os meus planos para Carlota e por incrível que pareça ele aceitou muito bem e até disse ter pensado no mesmo.

A dona do MorroWhere stories live. Discover now