A dona do Morro

Capítulo 25- Fase 1: Montar um plano

  Não tive tempo de ficar observando Adam dormir, como acontece nos filmes de romance, meu rádio me acordou no susto e eu me levanto tentando não fazer muito barulho.

— Oi Larissa, é bom ser importante, você me acordou! — Fecho a porta do quarto com delicadeza e desço as escadas.

— É importante. Se arruma e desce pra boca, acabou de chegar informações da Carlota sobre o Alemão.

— O que foi? — Adam diz esfregando os olhos. Sorri por dentro pela imagem daquele homem sem camisa e com uma linda cara amassada de sono.

— Temos que trabalhar — Tiro a faixa da cabeça e sinto um leve arder — Carlota passou algumas informações para a Larissa, informações do Alemão, espero que ele tenha pego infecção e morrido — Confesso.

— Assim não terá a menor graça — Ele ri e se levanta.

— Tem razão, eu ainda quero ver sangue — Digo com um sorriso sádico e ele retribui com o mesmo sorriso.

  Nós tomamos um café rápido e deixamos a nossa casa junto, HL estava esperando na porta de muleta e com cara de sono.

— Não podia esperar o sol nascer direito pra fazer reunião? — Eu ri em negação.

  Adam se despede de mim com um selinho e ajuda Henrique a se locomover até a favela, eles tinham muito o que fazer por lá e eu resolvi não me meter, afinal eles não pediram a minha ajuda.

  Enquanto Adam e Henrique estavam ocupados eu aproveitei pra fazer algumas ligações para William e Jamie, para saber como andam as coisas e os convidando para um baile, só não sei quando vai poder ser feito, mas espero que seja em breve.

— Caos, tá podendo falar — Eu assenti antes de desligar o celular e o deixar sobre a mesa — João tá aqui pra levar um papo contigo — Eu elevei uma das sobrancelhas surpresa pela coragem dele.

— Deixa ele entrar — Digo me pondo de pé.

— Opa, patroa — Ele entra sem jeito na minha sala, vestia roupas extremamente largas no corpo e tinha a postura curvada e mal mantinha o contato visual comigo.

— Fica de boa, João — Escoro na minha mesa e aponto para a cadeira, para que ele se sente — Eu ia falar com você depois, não esperava que você fosse vir até mim.

— Eu não tô afim de confusão — Ele me encara nos olhos enaunto mexe as mãos no seu colo — Não queria ficar escondido e arranjar problema com você e com o Perigo, tô afim de ficar com... com a Larissa — Eu pigarreio assentindo.

— Eu salvei sua vida, João — O encaro seria — Mas não quer dizer que eu confie em você. Vou te dar uma chance, até porque nunca tinha te dado uma, mas não vou me meter entre você e o meu marido, vai ter que se resolver com ele. Pode não ter entregado informações sobre o meu morro, mas sobre o do Perigo nós sabemos que você deu — Ele franziu o cenho e hesitou antes de falar.

— Eu faço o que for preciso — Ele diz com convicção e eu sorrio de lado. Me convenceu quando preferiu morrer ao entregar  mais informações nossas.

— Fica esperto — Dou a volta e abro a primeira gaveta da minha mesa tirando de lá um rádio e atacando pra ele — se a gente precisar de você, esteja lá e talvez, TALVEZ... O Perigo te alivie pro teu lado.

— Positivo — Ele se levanta da cadeira olhando para o rádio — valeu, patroa — Eu assenti.

  Eu deixo o Morro uma hora depois ao lado de Larissa e nós vamos até a boca da Rocinha encontrar com o Perigo e o HL.

— Vamos começar esclarecendo que Pimenta deu a Alemão as informações que ele precisava para invadir o seu Morro — Adam trava o maxilar e Henrique fecha o punho.

— Então não foi o João? — Henrique pergunta antes de mim.

— Eu não sei — Larissa responde desconfortável — Carlota só falou do Pimenta — Perigo continuava com o rosto sério.

— Mas o Pimenta foi executado logo depois de ceder as respostas — Eu olhei para ela apreensiva — Carlota disse que está tendo contato frequente com Menor, ele está vivo — Suspiro e coloco a mão no rosto — fraco, muito fraco, mas vivo — Ela diz aparentemente aliviada — Vamos agora as informações técnicas — Ela abre um sorriso travesso — Alemão ficou em desfalque com a invasão mal sucedida, perdeu seus melhores homens  e agora está com vapores novos e sem muita experiência. Pelo que Carlota disse eles estão em cinquenta no total e também estão com poucos armamentos em estoque, não acho que teria melhor momento pra atacar.

— Pode até ser, mas nós não estamos muito diferentes deles — Adam diz coçando o queixo.

— Mas vocês tem a gente — Ele me encara e eu sustento o olhar — Temos um número maior, nossos homens são muito bem treinados e nós temos o João, modéstia a parte, só o que nos falta é um bom plano.

— Você vai confiar nesse cara? — Adam tem as duas sobrancelhas arqueadas enquanto diz.

— Eu acho uma boa, ele conhece as entradas, o horário de troca dos vapores e até como eles são treinados — Larissa o defende. Antes que eu possa falar HL desvia o assunto:

— Se a gente invadir juntos, vamos estar em vantagem de força mas eles têm vantagem tática,  eles conhecem aquele lugar como a palma da mão — Henrique diz apontando no mapa que tínhamos sobre a mesa.

— Até pode ser, mas nós conhecemos muito melhor que ele as partes que ele nos tirou — Larissa tem um ponto — Se nós invadissimos o Alemão por todos os lados eles ficarão cercados — Ela circula o dedo pelo território do Alemão.

— Ainda não é suficiente, ele espera isso, vai mandar os homens mais bem armados para o território que era da Maré e os menos para o lado da Rocinha — Adam aponta para as terra que ele invadiu.

— Então a gente surpreende eles com a ajuda do João — Digo coçando a cabeça — Vamos ter conhecimento sobre toda a área dele — Eu encaro Adam com firmeza e lhe estendo o rádio — é só chamar ele — Sua respiração estava pesada e ele hesitou, travou o maxilar e tomou o rádio de minhas mãos. 

Roi, leitores né?

Volteiii🥳 Infelizmente com a reta final do nosso livro, mas não se preocupem que podemos ter um novo livro que mostre um pouco do futuro dos nossos personagens, eu simplismente amo a Beatrice e não quero desapegar.

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E se quiser deixar um comentário com alguma coisa que você gostaria de ver na vida da Beatrice antes do final... vou estar aceitando 🤫😉