Capítulo 16- Todo mundo vai sofrer!

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  Pouco tempo depois que chego na boca alguém bate na porta.

— Entra logo, porra! — Esbravejo.

— Vou te dar um desconto, porque eu fiquei sabendo do que rolou — Larissa diz entrando na sala. Eu bufei, todo mundo já sabia — O HL não para de me infernizar — Ela diz passando a mão pelos cabelos nervosa — Todos os caras do Morro da Rocinha soltam piadinhas pra mim e até os funcionários dos negociadores de droga e arma.

— Mais que porra que esse muleque acha que tá fazendo? — Eu exclamo indignada.

— Que se foda! — Ela da de ombros — Eu preciso beber um pouco — Ela olha em volta— longe daqui, topa?

— Tem uma balada no asfalto que eu tava querendo conhecer — Digo sorrindo.

— Chama a Carlota — Larissa pede e eu lembro que não tinha contado a ela. 

  Eu lhe conto como as coisas aconteceram e enquanto ela briga comigo por ter deixado ela ir mesmo para o Morro do Alemão, eu devaneio.

  O tal do JP ainda me deixa com uma puga atrás da orelha, já que nós vamos para uma balada no asfalto, por que não chamar ele?

— Chama o JP — A interrompo.

— O que? Por quê?

— Porquê eu quero testar uma teoria e essa pode ser a oportunidade perfeita — Ela tem um semblante confuso e eu um sorriso nos lábios.

  Eu me produzi o mais rápido que consegui, não queria que Perigo estivesse em casa quando eu sair... pretendo chegar tarde em casa e, de preferência, muito bêbada.

  Eu não vestia nada demais só um conjunto de saia e cropped pretos, nós pés um salto, coisa que para mim é rara, um colar de prata e brincos combinando.

  Enquanto eu me analisava, percebi que os acessórios estavam demais com o colar, o brinco e a aliança então ponderei sobre qual deles tirar. Eu mordo a parte de dentro da boca e retiro a aliança a deixando sobre a cama.

   O lugar tinha uma enorme fila mas com a ajuda de JP nós passamos fácil por ela. Diferente dos bailes na favela, aquele lugar era bem mais... como posso dizer lite? Não era um lugar cheio de crentes e pessoas corretas mas na favela era outro nível.

  Era bonito, cheio de luzes coloridas que esquentam muito o lugar, mas dão a ele um cara descolada, não que alguém ali ligasse para isso, tendo música boa e bebidas estavam todos satisfeitos.

  Ficamos pela pista mesmo, os três, começamos a beber whisky e foi ali que eu percebi que eu chegaria quase em coma alcoólico em casa.

  Eu só queria dançar de boa na minha e para isso precisei dar uns bons foras em homens e mulheres... Larissa, diferente de mim, passou o rodo em geral e inclusive no JP que tava num fogo com ela no meio da pista. Eu só consegui rir dos dois quase tirando as roupas um do outro no meio de todo mundo.

  Quando eram quase cinco da manhã nós vamos embora, eu estava irritada, um piranha qualquer derrubou uma batida doce em mim! Minha roupa estava grudada na pele e muito melada, eu só queria um chuveiro e concerteza dar um soco na cara daquela quenga, mas o infeliz do JP me arrastou para fora do lugar que por incrível que pareça ainda estava lotado de gente.

— Mias... mas que droga! — Abro a porta de casa ainda reclamando por causa da desgraçada da mulher — Argh! — Eu bato com o dedinho na quina do sofá e antes que eu possa reagir a dor as luzes se acedem revelando a cara de Adam bem irritada e com um anel na mão.

— Onde você estava? — Ele me segura pelo braço com frieza.

— Não é da sua conta — Eu ri achando graça da sua cara.

— Eu não me casei com você para ficar com fama de chifrudo — Ele aperta mais — Onde. Você. Estava? — Ele diz pausamente.

A dona do MorroOnde histórias criam vida. Descubra agora