Capítulo 6 - O Morro da Rocinha

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Dois meses para o casamento

  Como o pedido de casamento foi na maré, o casamento vai ser em uma igreja da Rocinha que fica próxima aos limites com a minha favela.

  Perigo já mandou iniciar a construção da casa e eu disponibilizei alguns pedreiros da Maré para agilizar o processo, ela deve estar pronta dentro de dois meses.

  Ontem eu fui com minha mãe escolher meu vestido de noiva, como eu nunca fantasiei casar com vestido branco e igreja, fui pelo gosto dela.

  Como o planejado, Alemão atacou na semana que se seguia a do nosso noivado. Estávamos preparados e saímos por cima mas está bem claro que ele não vai parar por aí.

  Eu pensei muito sobre o que fazer com Ivo, não podia mantê-lo preso para sempre, por mais que eu não goste de tirar vidas, não poderia libertar-lo ele e por isso mandei se livrarem dele.

  Eu finalmente consegui ajeitar o posto e agora estamos tentando acumular estoque, quando chegar o momento eu quero reassumir uma parte do meu antigo território, as pessoas lá ainda são minha responsabilidade mas antes de preciso de estrutura.

  Esse casamento já me rendeu muita coisa, sabendo que posso contar com o Morro da Rocinha, a pressão diminui.

  Os ataques de Alemão tem sido falhas, estamos arrecadando armas mais fácil e o dinheiro está começando a sobrar, ou seja, estamos saindo do lugar.

  O meu próximo projeto a ser colocado em prática é a creche para as crianças menores de quatro anos, espero que ajude as mães e pais com crianças menores.

  Hoje eu pedi para Perigo que me apresentasse seu morro, afinal ele já veio ao meu algumas vezes e eu nunca conheci o seu. Para que eu não fosse sozinha, chamei Larissa para me fazer companhia.

  Ela tem trabalhado bem e a cada dia confio mais nela, cheguei a pensar que poderia eleger ela como minha sub mas ainda não está na hora, essa decisão tem que ser tomada com muita cautela.

  O Morro da Rocinha é um lugar silencioso, as pessoas quase não falam na rua.

"Eu gosto do silêncio" lembro de Perigo ter me dito algo assim quando nos conhecemos.

  As pessoas não o cumprimentam quando ele passa, muito pelo contrário, elas evitam olhar em direção a ele e quando olham estão com os olhos arregalados ou estreitos.

  O sentimento que eles passam em relação ao Perigo é raiva ou medo.

  Esse lugar precisa de muitas melhorias: os postes de luz estão, na maioria, estragados, as ruas tem buracos e as casas parecem estar caindo aos pedaços.

Como ele deixa as pessoas viverem nessas condições?

  Quando o tuor acaba ele nos leva até a igreja, onde ocorrerá o nosso casamento, realmente as pessoas do meu morro poderiam me ver de lá se quisessem.

  A igreja é pequena, só tem espaço suficiente para a família e amigos próximos, mas ele é jeitosa e tem seu charme. Aos fundos tem lugares para a noiva e para o noivo esperarem, claro que separados, ainda hoje as pessoas acreditam que ver a noiva a hora do casamento da azar.

  Voltar para casa não foi difícil já que estávamos bem próximas do Morro, eu agradeci por isso, aquele lugar me deu muitos arrepios, eu prefiro o calor do meu morro.

Capítulo curtinho de narrativa sobre o Morro da Rocinha(Desse universo)

Espero que tenha gostado😍 Vejo vocês segunda!

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A dona do MorroWhere stories live. Discover now