Capítulo 22- Uma trégua entre nós dois

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  Quando eu acordo não estou mais na boca, estou no meu quarto, eu coloco a mão no meu lado esquerdo da cama procurando por Adam... nada.

  Eu me levanto apressada mas recuo ao sentir uma forte pressão em minha cabeça, pelo espelho, consigo ver faixas brancas manchadas rodeando a minha cabeça, ela está manchada de sangue... ótimo. Quando coloco a mão atrás posso ver onde minha cabeça está sangrando.

— Merda! — Eu desço as escadas mas no último degrau minhas pernas vacilam e mãos enrugadas me seguram. Eu me surpreendo ao ver o pai de Adam — Cadê o Adam? Onde é que ele está? — Eu me afasto do contato físico, coloco uma das mãos na cabeça e a outra eu uso para me apoiar no corrimão.

— Adam? Você nunca me chamou assim — Eu me viro para a cozinha onde vejo Adam sendo alimentado pela mãe que tem a feição preocupada. Seu rosto está machucado mas ele não parecia ter outros ferimentos.

— Eu ouvi a voz da... — Minha mãe vem em minha direção assim como Larissa. Ela me abraça com força tirando todo o meu folego — Graças a Deus! — Ela choraminga baixinho.

— Eu estou bem, mãe — Eu retribuo o abraço e me afasto antes de ser agarrada pelos braços de Larissa.

— Sua desgraçada! — Ela exclama me fazendo soltar um riso. Todo esse contato físico excessivo vai me matar.— Que bom que está bem— Sussurra com a voz embargada. Eu me surpreendi mas a abracei, me sentindo bem em saber que ela estava bem.

  De longe eu vi a figura do meu padrinho que cobre o rosto com mãos, chorando de alívio. Eu fui até ele e o abracei com força, feliz por ter minha família junto de mim.

— O que aconteceu? Depois que eu apaguei? — Perguntei ainda agarrada ao meu padrinho.

— Um dos homens do Alemão te acertaram com uma pistola — Adam disse depois de beijar a cabeça da mãe — Henrique atirou nele, mas ele conseguiu fugir antes de Larissa chegar com os seus homens.

— Foi mal pela demora, haviam muitos homens do Alemão quando chegamos e alguns dos nosso ficaram para retirar as pessoas do Morro — Larissa diz se sentando no sofá — O importante é que a gente chegou e tiramos vocês de lá com vida — Adam assentiu assim como eu, ele tinha um sorriso agradecido nos lábios e ele dirigia ele a Larissa, sorri internamente.

— Beatrice — O pai de Adam chamou minha atenção — Obrigado por ter salvo a vida do meu filho, julguei você errado.

— Muito obrigada, querida — A mulher que ainda se mantinha agarrada a Adam agradeceu com a voz falhada.

— Não foi nada — Sorri simples — Apesar que foi, Adam testa a minha boa vontade — Todos riram.

— Gente o João vai — HL entra com sua muleta pela porta e me observa alguns segundos sorrindo antes de continuar — O João vai recebe alta do hospital amanhã — Ele diz e me abraça logo em seguida — Obrigada — Sussurra — Pode parecer besteira, mas eu não suportaria ver o Alemão matar meu melhor amigo — Eu sorri pela fofura e retribui o abraço na mesma força.

— Eu não poderia deixar um amigo passar por isso, ainda mais quando o melhor amigo em questão é o meu marido — Me afasto — Mas eu posso saber por que você não matou o cara que me atingiu na cabeça?

— O plano era deixar ele vivo e fazer de refém — Ele diz indo até o sofá — Só que ele pegou o Alemão e fugiu. Eu até tentei atirar, mas a arma só tinha uma bala — Henrique diz parecendo frustrado — acabou que perdemos o cara e o Alemão — bufou.

— Só tinha uma bala? — Franzi o cenho em surpresa.

— Surpresa? Ele queria me matar, pra que ele precisaria de mais de uma? — Adam diz com obviedade, o maxilar travado e os ombros tensos.

— Chega desse assunto — Minha mãe diz balançando as mãos — Você precisa comer e descansar — Ela me puxa até a cozinha.

[...]

  Eu subo para o quarto sentindo o cansaço finalmente chegar ao meu corpo com tudo, e todas as imagens voltarem a minha mente, só quero um banho quente e mais nada.

— Olha, Beatrice — A voz rouca de Perigo toma conta do lugar — não sou de pedir desculpa, mas eu, com o meu orgulho, quase que ...

  Eu limpo as lágrimas do rosto e ele me olha surpreso quando percebe que ele estava chorando.

— Está tudo bem — concluí e me levantei indo para o closet até que Adam me impede.

— O que foi que houve? Está sentindo dor?

— Não, nada que precise se preocupar — Eu olho para o teto e sinto a mão de Perigo se enroscar na minha e dar um leve aperto. Eu suspiro fechando os olhos, preciso falar — Sabe como meu pai morreu? — Eu o olhei sentindo os olhos arderem.

Ontem não deu, mas hoje tem! sabe né? Deixa sua ⭐ pra mim?

Amanhã tem mais um capítulo pra vocês. Beijão!

A dona do MorroWhere stories live. Discover now