Capítulo 13- Uma outra parte da família

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   Eu sinto o sol bater no meu rosto e tenho a sensação de estar na piscina. Eu esfrego meus olhos tentando me acostumar com a luz forte do dia.

  Adam não esta na cama e nem na cozinha, eu não me dei ao trabalho de procurar por ele.

  Hoje não teria jeito, tenho que voltar ao trabalho, preciso tirar o menor do Alemão, o mais rápido que der.

  No caminho para a boca eu observo as pessoas felizes no Morro e as melhorias que eu fiz surtindor efeito. Ainda tem muito que eu quero fazer por eles mas antes preciso me livrar do Alemão de uma vez por todas.

  Chegando na boca eu senti falta de ver o menor me esperando para me cumprimentar com um toque. Eu dei um leve sorriso lembrando dele e passei a mão pelo cabelo antes de dar um forte suspiro.

  Os números do Morro não tinha sofrido muito com o ataque que Alemão fez, mas eu precisaria de mais homens, armamentos e me desculpar com os nossos fornecedores. Eu mandei mensagem para eles pedindo desculpas pelo o ocorrido e que logo eu tomaria providências contra o responsável, a final os homens deles foram atacados também.

— Caos? — A voz de Larissa me chama antes de bater na porta.

— Entra, Larissa — Grito — Precisa de algo?

— Só vim avisar que chegou uma mina aqui no Morro, subiu para casa da sua mãe com a mesma — Eu franzi o cenho e me levantei sempre lavando a mão para a cintura.

— Cuida da boca pra mim — Digo antes de sair na direção da casa da minha mãe — Bianca? Madelaine?

— Lembrou que tem mãe ? — Ela disse colocando a mão na cintura.

— Eu estava em lua de mel — Coloquei a mão na cintura — E foi só um diazin... Carlota?

— E aí, prima — Ela sorriu para mim.

— Eu não sabia que vinha pra cá — Eu a puxei para um abraço — Meu Deus, está linda ... igual a mim — Ela dá uma risada escandalosa — Cadê o resto do povo dessa casa? O padrinho e a Madelaine?

— Estou aqui, Patroa — Ela levanta a mão sorrindo para mim — já estou sentindo a sua falta — Eu ri.

— Seu padrinho foi procurar um emprego — Minha mãe disse sorrindo — Vai ficar por aqui e a sua prima também.

— É mais eu quero um emprego na boca — Eu ri e minha mãe a olhou com cara feia — Que foi tia? Não me olha assim — Ela fez bico e nós rimos — É o seu marido, cadê?

— Está na favela ao lado, eu acho — Dou de ombros  — Querem conhecer minha casa? — Pergunto para as três.

— Desculpe filha, eu e Madelaine temos trabalho a fazer — Eu assenti.

— Não precisa pedir duas vezes — Carlota se pendura no meu braço — até mais tarde tia.

— Tchau minhas filhas — Ela se despede.

— E aí, como tá sendo ser a dona? — Eu ri.

— Aquela  coisa né — Dou de ombros — Mas tá no sangue — Eu olhei para ela — A gente dobra.

— Saudade que eu tava do Brasil — Ela diz fechando os olhos — Caramba que casarão.

— Seja bem vinda a minha humilde residência — Eu abri a porta — Não fica muito avontade porque você é folgada que só.

— Cala a bo... Que isso? Todos os homens desse lugar são bonitos?— Eu me viro e vejo HL, Perigo e um cara que não conheço.

— O do meio é o Perigo, meu marido — Ela abriu a boca e eu ri — O da direta é o HL, melhor amigo dele — Perigo franziu o cenho e eu ignorei — E o outro é um desconhecido — Ela me deu um tapa — Que isso abusada.

— Esse é o JP, acabou de chegar no Morro.

— E já dentro da nossa casa? — Eu impliquei.

— E essa aí, quem é? Nunca vi por aqui — Eu a levei até a sala e a joguei no sofá.

— Carlota, minha prima — Eu digo e ela me olha carrancuda — que foi praga?

— Me arrasta assim de novo que eu arranco as bolas do seu marido — Ela ameaça e eu rio.

— Não me envolve nisso, tenho nada haver.

— Pode ficar avontade, amor — Ela revira os olhos para mim — E esse garoto? Veio da onde? — Eu o encaro.

— São Paulo — Ele diz se deitando no meu sofá — Cheguei agora de viagem.

— Eu vim da Itália, ganhei — Carlota diz e eu rio da sua idiotice — Eu sou família e tô aqui cansada da minha viagem e esse garoto tá deitado no teu sofá, que tratamento é esse com a sua prima?

— É bom você mandar ele tirar o pé do meu sofá — Encaro Adam e ele tem uma expressão divertida — E você Carlota, não me enche o saco e sobe comigo, pode deitar no quarto que quiser.

— Menos no nosso — Perigo diz.

— Por que no de vocês não? — Ela estreita os olhos para ele.

— Pra você não ver a bagunça que eles fizeram ontem — HL diz rindo e eu reviro os olhos.

— Eu disse que nós temos piscina? — Ela abriu um sorriso e veio correndo na minha direção.

A dona do MorroWhere stories live. Discover now