Capítulo 72 - Desejos

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Como um serzinho tão pequeno, pode ter um pulmão tão forte?

Kim YongMin, apesar de ter apenas algumas semanas, chora muito alto e faz questão de anunciar a todos que algo não lhe agrada. Não que eu esperasse paz e sossego quando ele finalmente viesse para casa, mas passar metade das noites acordada também não estava nos meus planos. E isso porque eu nem sou a mãe.

Há duas noites, estávamos os quatro acordados (Kookie tem passado bastante tempo aqui em casa, já que eu não estou indo até a sua por conta do bebê) às três da madrugada enquanto YongMin viajava de um colo para o outro chorando, brincadeira essa que durou mais de uma hora e só terminou quando ele adormeceu no colo da Manu depois de descobrirmos que estava com cólica.

Tudo bem que, segundo o que a pediatra nos disse em sua chuva de recomendações e conselhos, é normal que o recém-nascido fique agitado durante os primeiros dias em casa e é o caos. Afinal, ele está se adaptando, e ainda tem as benditas cólicas e a fome que as vezes parece interminável. Só que, lá no fundo, sei que metade desse dengo todo foi herdado da minha amiga.

O que mais eu poderia esperar do filho da Manuela, não é?!

Mas, num geral, YongMin é um bebê tranquilo. Dorme a maior parte do dia (só não a noite, para a minha infelicidade na maioria das vezes) e nos arranca risadas sem qualquer esforço. Por incrível que pareça e eu jamais imaginei que sentiria isso, ele trouxe outra atmosfera para a casa. Não é à toa que somos quatro bobos ao redor dele.

Ele se tornou o rei.

- Você pode segurá-lo um pouquinho pra mim?

Manuela surge diante o balcão onde estou preparando os biscoitos, descabelada e com olheiras tão grandes que chegam a dar pena. Deixo os ingredientes de lado e tiro o avental, me limpando bem o suficiente para não irritar o bebê.

- Claro que sim. - respondo.

Ela põe o filho nos meus braços com extremo cuidado, acariciando sua cabecinha em seguida. Olha para mim e suspira, nitidamente cansada. Diz:

- Daqui a pouco os meninos voltam e eu nem tomei banho ainda.

- Não se preocupe. Vá tomar o seu banho e relaxar um pouco, que eu cuido do buzininha.

- Não chame o meu príncipe de buzininha. - ralha, e então se inclina para beijar o bebê e falar com aquela vozinha que só usa com ele - Você é o príncipe lindo da mamãe, não é?! É sim! O mais lindo! Não ligue para o que essa feia diz.

- Vai logo tomar o seu banho!

Minha amiga torce os lábios, mas faz o que digo, depois de enchê-lo de beijos.

Manuela é quase a mamãe ursa, e nem preciso dizer que o Namjoon faz o par perfeito com ela. Claro que o YongMin, por ser tão novinho, necessita de muitos cuidados e atenção, mas está na cara que esses dois serão corujas até o filho ter 45 anos.

Caminho até o sofá e acomodo o pequeno Kim no bebê conforto que lhe dei de presente, e pego um dos milhares de bichinhos de pelúcia que agora vivem espalhados por todos os cantos para distraí-lo enquanto a sua mãe tenta parecer um ser humano normal (ou perto disso), e volte para enchê-lo de mimos de novo.

Assim como adora abrir o berreiro, nossa buzininha, como o apelidei carinhosamente, se dá bem com todo mundo (todo mundo, nesse caso, significa os pais, Jungkook e eu) e também gosta de ficar quietinho as vezes, observando tudo ao redor, igualzinho ao pai. É muito engraçadinho vê-lo franzir o narizinho como se estivesse tentando entender o que está acontecendo.

Vestido com um macacão verde, uma toquinha branca e luvinhas da mesma cor, YongMin me observa de maneira um pouco desfocada com os seus olhinhos levemente rasgadinhos e eu me derreto. Mesmo sendo escandaloso e impedindo que a casa inteira durma na maioria das noites, o buzininha é o bebê mais lindo que eu já vi, com seus tufinhos de cabelo desgrenhados no topo da cabeça e bochechinhas gordinhas e rosadas.

IrresistívelWhere stories live. Discover now