Capítulo 16 - Consenso

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Acordo com uma sede danada. Mesmo com preguiça, me forço a abrir os olhos e observo o quarto por uns segundos, logo ergo-os em direção a janela e reparo que ainda está escuro. Que horas devem ser? Bom, levando em consideração o tempo que passou desde que cheguei aqui, acredito que esteja quase amanhecendo.

Me remexo em busca de coragem para levantar e ir atrás de um copo com água, mas um resmungo seguido de um aperto mais firme na cintura me impede de continuar. Olho para baixo e noto o braço de Jungkook enroscado em mim, apertando possessivamente meu corpo nu contra o seu. Rio. Até dormindo esse moleque gosta de marcar território?! É um egoísta mesmo.

Tento mais uma vez, porém, igual a um gatinho... Ou melhor, um coelhinho manhoso, ele resmunga e não afrouxa o aperto, fazendo-me suspirar e dar por vencida. Pelo jeito, não há o que faça esse garoto me largar tão cedo. Então, fecho os olhos e me aconchego para aproveitar a sensação de sua pele quente colada à minha. Seu membro, agora flácido, roça entre as minhas nádegas e a respiração serena eriça os pequenos cabelos da minha nuca, lembrando-me da madrugada que passamos fazendo loucuras nesse quarto.

Eu nunca pensei que Jeon Jungkook e eu podíamos realmente terminar assim, nus sobre uma cama, menos ainda que fosse a transa - as transas - mais incrível que já tive. Somos dois selvagens, dois insaciáveis, e nos completamos de uma maneira que chega a ser assustadora, mas ao mesmo tempo muito certa.

Nossos beijos, nossos gemidos, os sons de nossos corpos se encontrando...

Ah, que excitante!

Só de lembrar fico molhada e cheia de tesão de novo.

Viro o rosto como posso e vislumbro-o adormecido, tão tranquilo que nem parece ele mesmo. Como uma tola, eu sorrio. Sorrio por finalmente perceber a maluquice que foi transar com o meu aluno e, principalmente, o quão gostoso é estar em seus braços e em como eu quero ficar aqui e deixá-lo me foder outra vez, e outra e outra. Quantas vezes estivermos dispostos a repetir.

Oh, céus... Falei tanto da Manuela e aqui estou eu, completamente nua, abraçada com o pirralho que gritei aos quatro ventos odiar e, ainda por cima, querendo repetir a dose.

- Maldita ironia do destino...! - sussurro para o ar.

Fico no aconchego de Jungkook por mais alguns minutos, mas com a garganta seca igual ao deserto do Saara, resolvo ir atrás de um copo com água. Com cuidado, tiro o braço que prende a minha cintura e saio da cama, tentando não fazer barulho, e falho miseravelmente ao esbarrar nas latas de cervejas jogadas no chão. Eu sequer lembrava que havíamos bebido ontem à noite. Acho que é por isso que estou com tanta sede.

Sem dar importância para a minha nudez, caminho até a porta e paro apenas para pegar o celular no bolso da calça. Desbloqueio a tela e vejo a única mensagem que Manuela mandou, dizendo que devo estar em casa antes das sete, pois ela precisa do carro para ir trabalhar. Que bela amiga que eu tenho! Passo a madrugada inteira fora e ela fica preocupada somente com o carro.

Cretina!

Saio do quarto, cruzo a pequena sala e estou na cozinha. A casa de Jungkook não é grande, mas atende as necessidades de uma pessoa e, ao contrário do que imaginei, é limpa e bem organizada. Tanto que até sinto vergonha ao lembrar a situação que a casa que compartilho com a minha amiga fica quando abrimos mão de qualquer afazer doméstico. Uma bagunça só.

Bebo a água enquanto olho através da janela e repito até sentir que estou satisfeita. Sem um pingo de sono, volto para o quarto e Jeon, agora virado para a parede, continua dormindo profundamente. Eu o observo. Os fios castanhos caídos sobre o travesseiro. As linhas dos músculos de seus ombros e costas são muito bonitas, sensuais, e combinam com os vergões vermelhos feitos por minhas unhas. E sua bunda, oh céus, tão redonda e durinha que só de ver me dá vontade de apertar.

IrresistívelWhere stories live. Discover now