Capítulo 50 - Colega

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Ouvindo Clara tagarelar mais do que o normal, narrando toda a história por trás daquela briga com o Jungkook e também sobre o tal de Taehyung, estaciono na primeira vaga que vejo livre e ambas saímos do carro, em direção ao supermercado.

- Então, quer dizer que a culpada de tudo foi aquela garota? - pergunto, apanhando um carrinho, e a minha amiga consente - Eu teria dado na cara dela...!

- E você acha que não faltou vontade?! - retruca, aborrecida - Só que, infelizmente, tive que segurar as mãos ao lado do corpo. Sei que ela não teria coragem de contar, mas o que eu menos precisava era de uma acusação "anônima" de que esbofeteei uma aluna. Sem falar que Jungkook e eu poderíamos ser descobertos.

- Bem, de qualquer forma, você conseguiu colocá-la no devido lugar, ameaçando levar as autoridades o tal papel que a mãe dela assinou para que pudesse abortar.

- Sinceramente, Manu, eu espero que isso sirva para alguma coisa. Mesmo que eu tenha tocado na ferida, se a Seo Yun foi capaz de fazer tudo o que fez, temo que ela seja capaz de cometer qualquer besteira. Independente das consequências.

- Olha, eu duvido muito. - jogo uma caixa de cereal dentro do carrinho - Se você, por um acaso, levar a ameaça adiante e entregar o documento para a polícia, não é apenas a biscatinha da Seo Yun que sairá prejudicada. Imagina o escândalo que vai ser para a família dela?! Além disso, com certeza essa história acabaria vazando para o colégio.

- Falando dessa forma, até parece que eu sou uma grande filha da puta por ameaçá-la, sabendo tudo o que pode acontecer.

- Vamos lá, amiga. Sem crises de bom samaritaníssimo, okay?! Lembre-se de todas as coisas horríveis que aquela sujeitinha fez e todo o sofrimento que causou ao Jungkook e, principalmente, ao pobre do Taehyung.

- 'Tá bem, 'tá bem. - ela respira fundo - Você tem razão. Não posso ter pena.

- Eu te conheço bem para saber que não vai fazer nada sem uma boa razão. Assim como eu sei que você não vai simplesmente O que está escrito aqui?

Aponto para a pequena lista de compras em minha mão, a qual foi escrita por Clara e a sua letra que mais parece inscrições egípcias.

- Sabão em pó, oras.

- Aqui pode estar escrito qualquer droga, menos sabão em pó. - aperto os olhos, tentando distinguir as palavras - É sério. Às vezes, eu me pergunto como você pode ser professora com um garrancho desses.

- Eu só escrevo dessa maneira quando estou com pressa. - defende-se, arrancando o papel de mim - E a senhora praticamente me chutou para o mercado. Não me admira a lista estar assim, se eu tive que escrevê-la as pressas dentro do carro.

- Que seja... Ainda é um garrancho.

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