Capítulo 32 - Seremos

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A campainha não demora a tocar.

Jin, até então ao meu lado, corre para abrir a porta e em questão de segundos a equipe médica entra no quarto. Com ajuda de um enfermeiro, tiro Yoongi do colo e deixo que façam o que precisa ser feito. Vou para o lado de Jin e tento acalmá-lo do jeito que posso. Pobre menino! Está tão trêmulo e nervoso. Eu, apesar de também estar aflita, me esforço para não transparecer e conseguir ampará-lo ou - sem dúvida - Seokjin vai desmoronar e não duvido que terão que trazer outra maca para levá-lo também.

O primeiro atendimento é rápido. Logo Yoongi está preso na maca e sendo levado para o elevador. A ambulância o espera na entrada do condomínio e, mesmo que eu não tenha colocado meus pés para fora desde que tudo aconteceu, tenho quase certeza de que alguns vizinhos estão à postos para saber quem irá para o hospital. Exatamente como os que nos observam no corredor enquanto vamos para os elevadores.

Bando de fofoqueiros!

Querendo dar espaço para a equipe e não tumultuar, Jin e eu decidimos descer em outro elevador. Mais uma vez, tento acalmá-lo, mas está claro que só ficará bem quando souber que seu amigo está fora de perigo; saímos apressados assim que as portas se abrem, sendo seguidos pelos olhares alheios e então nos aproximamos da ambulância, onde Yoongi é acomodado.

- A senhorita precisa acompanha-lo – o enfermeiro avisa.

- Sim, eu vou.

- Eu também vou! – Jin praticamente grita.

- Me desculpe, jovem, mas só é permitido um acompanhante dentro da ambulância.

- Não! Eu vou também.

- Já disse que só é permitido um acompanhante.

- Pois bem, eu vou com o meu carro. Ele é meu amigo e não...

- Jin, pare! – Interrompo.

Seokjin me encara indignado. Entendo sua preocupação e a vontade de estar perto de Yoongi, mas o que menos precisamos agora é de confusão. Quanto mais rápido seguirmos as ordens, mais rápido Yoongi será levado para o hospital e atendido.

- Deixe-me falar com ele um instante e já entro na ambulância, tudo bem?! - digo ao enfermeiro e este faz que sim. Pego sutilmente no braço do meu aluno e nos afastamos um pouco – Jin, eu sei que está muito preocupado com o Yoongi e que quer acompanha-lo, mas o melhor é obedecer ao enfermeiro. Além disso, você precisa se acalmar, Jin. Ou é capaz de fazer companhia para o seu amigo em outra maca.

O garoto me observa e permanece calado. Pode não admitir, mas sabe que estou certa.

- Faça o seguinte – continuo – Vá para casa, tome um banho, coma alguma coisa e descanse. Assim que chegarmos no hospital e o Yoongi for atendido, mando uma mensagem e você poderá ir até lá. Combinado?

Ainda emburrado, Seokjin me olha, olha e olha, mas acaba dando-se por vencido. Prometo mais algumas vezes de que mandarei notícias sobre Yoongi e o acompanho até o carro. Peço ao motorista que o leve direto para casa e que se encarregue de não o deixar sair até que esteja mais calmo e tenha feito tudo o que pedi.

Resolvido este problema, corro para a ambulância e entro. As portas são fechadas e só então permito que a minha angustia apareça. Seguro firme a mão de Yoongi e a sinto mais fria que o normal. Meu coração se aperta. Vê-lo dessa maneira é horrível, e ainda que seja errado, sou incapaz de não imaginar o pior. Se Jin e eu não tivéssemos chegado naquele exato momento, eu não sei o que seria dele.

Aperto sua mão com mais força. Embora esteja desacordado e não perceba, quero mostrar que estou ao seu lado e não vou sair. Noto que os enfermeiros e o médico conversam, mas sequer escuto o que estão dizendo. Da mesma forma que sirene da ambulância parece distante, suas vozes também parecem. Tudo o que vejo e escuto nesse instante é Min Yoongi.

IrresistívelWhere stories live. Discover now